Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Germano toma posse na Paróquia Santo Amaro da Imperatriz

13/02/2022

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                                                                         Imagens: Reprodução da transmissão digital

A Paróquia Santo Amaro da cidade de Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina, celebrou neste domingo, 13 de fevereiro, a posse do novo pároco, Frei Germano Guesser. Esse momento se deu durante a Celebração Eucarística, às 19 horas, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck.

Presentes nesta Missa, confrades de Frei Germano, sacerdotes, diáconos da Arquidiocese e o povo que lotou a igreja. “A tomada de posse sempre é um momento importante na vida do frei que inicia o trabalho aqui, mas também é um momento importante para a comunidade. E é exatamente porque solicita maior atenção que são momentos privilegiados para intensificar a nossa vida de fé, a nossa participação na comunidade e que, de fato, possamos aprofundar aquilo que são os ensinamentos do Evangelho”, explicou Dom Wilson, anunciando a leitura da provisão do novo pároco. Na sequência, Frei Germano fez a profissão de fé ajoelhado diante do Arcebispo.

Na sua reflexão, o Arcebispo falou dos deslocamentos de Jesus, como no Evangelho deste domingo (Lucas 6,17.20-26). Aqui, ele estava rezando, desce a montanha, e encontra uma multidão. “Há um deslocamento de Cristo, mas há também um deslocamento desta multidão, que vai em direção a Cristo. No Evangelho, muitas vezes, Jesus convida os discípulos: ‘Vamos passar para o outro lado’, ‘vamos passar para outra margem’. Quando nós nos deslocamos, vemos a mesma realidade, mas vemos de outro ângulo. Se olharmos a bonita igreja de Santo Amaro deste lado aqui, vemos de um jeito, mas se formos naquele morro vamos ver a mesma igreja de outro ângulo. Isso é muito importante que a gente faça na nossa vida. De vez em quando somos convidados a descer o morro, a ir para o outro lado. Isso na vida acontece de várias formas”, explicou o Arcebispo.

“Se você teve que mudar, fazer uma mudança de cidade, você deixa amigos, o lugar que viveu e tem que começar tudo de novo. Novos amigos, nova realidade”, recordou. Segundo D. Wilson, assim também acontece na nossa vida de fé. “De vez em quando somos convidados a ir para o lado, rever a nossa vida, sair de onde nós estamos, e muitas vezes esse sair não é feito com uma decisão nossa. Muitas vezes nós somos jogados para o outro lado. Pegue por exemplo um fracasso financeiro, onde da noite para o dia tudo foi por água abaixo. Uma doença, um momento de morte na família. Você é obrigado a repensar tudo. Mesmo os sofrimentos são momentos altamente importantes na nossa vida”, acrescentou.

Para D. Wilson, quando formos deslocados, ou por uma opção ou quando formos arremessados para outro lado, é importante que nós acolhamos isso como uma grande oportunidade que Deus nos dá. “Aqueles que se encontraram com Jesus, quando ele pronunciou as bem-aventuranças que acabamos de ouvir, eles também saíram e ouviram uma coisa nova. Ouviram uma mensagem do próprio Cristo. E quando ouviram essa Palavra também repensaram tudo na sua vida. E é o que Cristo quer ser na nossa vida. Essa grande surpresa. Esse grande iluminador. Ele quer dizer para nós que é o caminho, a verdade, a vida. E que nós aprendamos a fazer esse caminho para nos encontrarmos com Cristo. E que isso seja diário. Mesmo que alguns momentos sejam mais fortes nesse encontro com Cristo, mas

isso é o fundamental na nossa vida de fé, é o fundamental na nossa vida cristã, na nossa vida como seres humanos”, ensinou.

“Frei Germano vem para Santo Amaro. Na vida dos religiosos, normalmente não escolhem, eles são enviados. Mas ele está bem contente de estar aqui. De qualquer forma, na vida dele é repensar tudo, como ele vai realmente servir esta comunidade, servir cada membro desta comunidade, de todos aqueles que serão seus auxiliares mais próximos. Tudo isso vai exigir que ele saia de onde está, que se estabeleça novos relacionamentos. E isso também será uma grande oportunidade na vida do Frei Germano”, orientou.

“Vocês vão ajudar ele a viver isso e a sentir alegria no seu ministério sacerdotal aqui em Santo Amaro. Quando ele perceber que na comunidade, nas famílias, as pessoas se entusiasmam pelo Evangelho de Cristo, ele também vai se sentir muito alegre por isso. E assim a nossa vida vai acontecendo. E em nós, toda a comunidade, todas as famílias, que haja esse desejo também de ir ao encontro, agora ao encontro de Frei Germano. E ao encontrar-se com Frei Germano, tenha o seu encontro com Cristo. De acolhê-lo, de escutá-lo, de caminhar com ele”, pediu.

Segundo o Arcebispo, quando nós temos esse movimento para ir ao encontro de Cristo, nós vamos compreender sempre mais a nós mesmos, nós vamos compreender como viver a fé, como fazer as coisas da fé. “E a vida cristã vai se desenvolvendo a partir disso. É um novo momento para a Paróquia de Santo Amaro, que esse momento seja um momento alegre, de acolhida com entusiasmo do Cristo que vem. Do Cristo que vem com entusiasmo, do Cristo que quer participar da vida de cada pessoa, que quer participar da vida de cada família e da comunidade”, exortou.

O EXEMPLO DO BOM PASTOR

Na sua fala, Frei Germano lembrou que escolheu para a sua ordenação o lema do Bom Pastor: “Por uma ovelha só, ainda que pequenina, serei a vida inteira um pastor (Jo 10)”. “A exemplo do Bom Pastor que é Jesus Cristo, um pároco deve ser um servidor, alguém que chega para servir, alguém que chega para cuidar, para dar proteção ao rebanho”, enfatizou, explicando que a “tomada de posse” não tem nada a ver com a tomada de posse no sentido civil, quando envolve uma propriedade particular. “O padre não se autoconvoca ou se candidata para estar à frente de uma responsabilidade como essa, mas responde a um chamado, a uma solicitação, que no meu caso veio da Ordem dos Frades Menores, onde um dia eu fiz o voto de obediência. Diante do meu superior, eu disse: ‘Eis-me aqui’. Agora, diante deste chamado, novamente eu digo: ‘Eis-me aqui!'”, explicou.

“Não estou aqui como dono da verdade. Não estou aqui para caminhar sozinho, mas para caminhar com vocês, com a Igreja povo de Deus. Quanto as minhas expectativas, coloco-me na situação de escuta, de observação. No mais, estou aqui inteiramente à disposição do povo para, juntos, sermos colaboradores do anúncio da Boa Nova, para sermos expressão de uma comunidade de fé. Somos uma igreja sinodal, trabalhamos em conjunto e em fraternidade – citou seus confrades Frei Nilton Decker e Frei Gentil Branco -, com simplicidade e humildade”, ressaltou.

Frei Germano lembrou que está em curso a Assembleia do Sínodo. E uma das diretrizes do Papa Francisco para o caminho sinodal e para melhor compreender a sinodalidade é “O amor, regra suprema”. Vejam que sabedoria do Papa: ” A regra suprema da correção fraterna é o amor: querer o bem de nossos irmãos e das nossas irmãs. Trata-se de tolerar os problemas dos outros, os defeitos dos outros em silêncio na oração, e então encontrar o caminho certo para ajudá-lo a se corrigir. E isso não é fácil. O caminho mais fácil é o da tagarelice. Descascar o outro como se eu fosse perfeito. E isso não deve ser feito. Mansidão. Paciência. Oração. Proximidade. Caminhemos com alegria e com paciência por este caminho, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo”.

Frei Germano explicou para o povo que era natural de Antônio Carlos, próximo de Santo Amaro. O oitavo filho, de dez, da família Guesser e Zimmermann. “Já celebrei em Comunidades e na Matriz e posso afirmar o quanto o povo é carinhoso, receptivo e fraterno. Por isso, com o apoio da Fraternidade Franciscana desta Paróquia, conto também com as comunidades, especialmente dos responsáveis pelas pastorais, movimentos para caminharmos e crescermos em comunhão e, juntos, darmos nossa contribuição para tornar o Reino de Jesus uma realidade em nossa sociedade”, pediu.

Ele terminou com uma oração do Almirante William Nimitz (1885 – 1966), que foi traduzida pelo seu confrade Frei Elzeário Schmitt, quando residiram na Fraternidade de Gaspar.

Ó Deus

Dai-me coragem, para mudar as coisas que podem ser mudadas.

Dai-me serenidade, para aceitar as coisas que não podem ser mudadas.

Dai-me sabedoria, para conhecer a diferença.

Dai-me sobretudo força, para não desistir daquilo que eu julgo certo,

…Mesmo que seja sem esperança.