Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Meditação diária

março/2023

  • Dentro do Mistério de Deus

    Abrir-se a esse Mistério é descobrir o próprio mistério como ser humano, sempre conhecido e sempre por conhecer, pois se apresenta no processo evolucionário como um projeto infinito, de virtualidades e possibilidades sem limite. O mistério do ser humano se perde para dentro do Mistério de Deus ou do Deus do Mistério.

    Anselm Grün e Leonardo Boff, “O Divino em nós”, Vozes

  • Os frutos do amor

    Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.

    Santo Agostinho

  • A maior arma que temos

    Sim, não devemos ter medo de amar – pois isso requer coragem. Eu sempre acreditei que o poder do amor é muito maior do que o poder do ódio. Se quisermos enfrentar as forças escuras da destruição e da aniquilação, devemos usar a maior arma que temos – o poder do amor.

    J.P. Vaswani, “Faça a escolha certa”, Vozes

  • Em nome de Deus

    Em nome de Deus, rejeitamos sociedades inteiras de pessoas. Em nome de Deus, fazemos do nosso deus uma pessoa qualquer. Por amor a Deus, permitimos que nossas famílias sejam divididas ou abandonadas ou esquecidas. E nos chamamos de pessoas de bem por termos feito todas essas coisas. Deus deve estremecer ao pensar nisso.

    Joan Chittister, “Entre a escuridão e a luz do dia”, Vozes

  • Prepare-se para desertos

    É bom que ninguém se iluda, ninguém aja de maneira ingênua: quem escuta a voz de Deus e faz sua opção interior e arranca-se de si e parte para lutar pacificamente por um mundo mais justo e mais humano, não pense que vai encontrar caminho fácil, pétalas de rosas debaixo dos pés, multidões à escuta, aplausos por toda a parte e, permanentemente, como proteção decisiva, a Mão de Deus. Quem se arranca de si e parte como peregrino da justiça e da paz, prepare-se para desertos.

    Dom Helder Câmara

  • Ser aceito por Deus

    Deus conhece tudo o que está dentro de mim. Não existe nada que seja oculto dele. Se Deus me aceita completamente, se eu não tiver de esconder nada dele, então eu também posso me aceitar. Não existe nada dentro de mim que não seja penetrado e aceito pelo amor de Deus. Quando me conscientizo dessa verdade e permito que ela penetre o fundo do meu coração, deixo de temer que as pessoas possam encontrar algo vergonhoso dentro de mim. Não sou obrigado a exibir minhas fraquezas a todos, mas quando sei que sou totalmente aceito por Deus, não preciso ter medo quando outros descobrem alguma falha em mim. Minha fraqueza tem um direito de ser. Ela foi aceita por Deus; por isso, eu também a aceito. E então, quando outra pessoa a descobre, isso deixa de ser uma catástrofe.

    Anselm Grün e Nikolaus Schneider, “Confiança, sinta sua força vital”, Vozes

  • São Francisco de Assis

    O exemplo mais inspirador e desafiador do deslocamento é o de São Francisco de Assis. Em 1209, esse filho de um rico comerciante arrancou as roupas do seu corpo e se separou da sua família e dos seus amigos para viver uma vida de pobreza abjeta. Ao se retirar nu da cidade fortificada de Assis, do seu poder e a da sua segurança, e ao viver em cavernas e nos campos abertos, Francisco chamou atenção para a pobreza básica da humanidade. Ele revelou não só a sua nudez, bem como para a nudez de todas as pessoas perante Deus.

    Daquela posição de deslocamento, Francisco pôde viver uma vida compassiva; ele não era mais cegado pelas aparentes diferenças entre as pessoas, e podia reconhecer em todas elas seus irmãos e irmãs, que precisavam tanto da graça de Deus como ele próprio.

    Hwnri Nouwen, Donald P. McNeill e Douglas A. Morrison, “Compaixão, uma reflexão sobre a vida cristã”, Vozes

  • Coração cheio

    O verdadeiro amor impele-te a gastar a vida, mesmo a risco de ficares com as mãos vazias. Pensemos em São Francisco: deixou tudo, morreu com as mãos vazias, mas com o coração cheio.

    Papa Francisco

  • Ama teu próximo como a ti mesmo

    É disso que Jesus fala quando diz: ‘Ama teu próximo como a ti mesmo”. O amor-próprio é precondição do amor ao próximo. Apenas aquele que ama e consegue conviver consigo mesmo de forma saudável pode fazer o mesmo com o próximo. Amor-próprio significa também: eu me aceito do jeito que sou. E aceito minha vida do jeito que foi e do jeito que é. Eu aceito a mim mesmo e a minha vida com todos os desvios e com tudo que pude experimentar e aprender. E então posso continuar no meu caminho. Posso descobrir a pessoa que realmente sou, a imagem que Deus tem de mim: o original, que não deve morrer como mera cópia.

    Zacharias Heyes, Em casa comigo mesmo”, Vozes

  • Comunidades santas

    Não é somente nas pessoas individuais que sentimos a santidade. Muitas vezes, nós a sentimos também em comunidades.

    Algumas pessoas sentem que determinadas comunidades irradiam algo que lhes faz bem. É claro que, nesses casos, também existem projeções e decepções. Pois nenhuma comunidade é exclusivamente santa. Ela também possui sombras e é marcada pela mediocridade banal.

    Muitos, porém, que se hospedam na nossa casa de hóspedes ou desejam vivenciar a vida no mosteiro por um tempo limitado, escrevem que sentiram uma energia curadora no nosso meio.

    Anselm Grün, “Caderno de Espiritualidade – Descubra o sagrado em você”, Vozes

  • Riquezas espirituais

    Assim como Cristo aceitou a morte corporal para dar-nos a vida espiritual, assim também suportou a pobreza temporal para dar-nos as riquezas espirituais”

    Santo Tomás de Aquino

  • Hora dos leigos

    Cada um de nós é testemunha ocular de que no Brasil há uma Igreja viva: não somos museu e sim um imenso jardim florido. Mas concordamos que é chegada a hora de cuidar melhor da semeadura e da diversidade de nossa flora pastoral. Precisamos com urgência de leigos atuantes e adultos. Necessitamos assumir a missão de maneira vigorosa e muito mais audaz, transformando-a em ministério no mundo e em prol do mundo. Missão como tarefa permanente e cheia de alegria cristã, que se faça ação e coração e se transforme em oração e ação de graças.

    Fernando Altemeyer Junior, “O Mistério do Tempo”, Vozes

  • Ricos do Espírito do Senhor

    Não são os pobres que devem compartilhar minha esperança. Sou eu que tenho que compartilhar a deles. Eu aprendi muito daqueles que são chamados de pobres, mas que são ricos do espírito do Senhor.

    Dom Helder Câmara

  • O amor ilimitado de Deus

    A compaixão de Jesus é caracterizada por uma força para baixo. É isso que nos incomoda. Nós não conseguimos sequer nos imaginar em outra condição que não a de uma força para cima, uma mobilidade ascendente na qual nos esforçamos por vidas melhores, salários mais altos e posições de mais prestígio. Ao invés de se esforçar por uma posição mais elevada, mais poder, e mais influência, Jesus se dirige, como afirma Karl Barth, “das alturas às profundezas, da vitória à derrota, da riqueza à pobreza, do triunfo ao sofrimento, da vida à morte”. Toda a vida e missão de Jesus envolvem aceitar a falta de poder e revelar, nessa falta de poder, o amor ilimitado de Deus. Aqui podemos enxergar o que significa a compaixão. Não é se curvar em direção aos desprivilegiados a partir de uma posição de privilégio; não é procurar alcançar, lá do alto, àqueles menos favorecidos abaixo; não é um gesto de simpatia ou piedade para com aqueles que não conseguem alcançar o topo com aquela força para ascender. Pelo contrário, compaixão significa se dirigir diretamente àquelas pessoas e locais onde o sofrimento é mais agudo e lá construir a sua morada. A compaixão de Deus é total, absoluta, incondicional, sem reservas. É a compaixão daquele que continua a se dirigir aos rincões mais esquecidos do mundo, e que não consegue descansar enquanto existirem seres humanos com lágrimas nos olhos. É a compaixão de um Deus que não age meramente como um servo, mas que expressa a divindade de Deus através da servidão.
    2 Barth, Karl. Church Dogmatics, IV /1 (Edimburgh: T. & T. Clark, Sons, 1956), p. 190.

    Henri Nouwen, Donald P. McNeil e Douglas A. Morrison, “Compaixão, uma reflexão sobre a vida cristã”, Vozes

  • Refrear desejos

    Numa sociedade em que “desejo” é um filamento do tecido cultural, aprender a viver dentro dos limites do “suficiente” se transmuta numa importante disciplina espiritual. Numa sociedade consumida pela necessidade de poder, status, riqueza, satisfação física e independência, numa cultura em que cada um desses elementos é exaltado, a habilidade de refrear desejos infundados tem que ser essencial para o desfrute da genuína felicidade. Todavia ainda não se sabe se a “ausência de desejos” basta para se obter a verdadeira felicidade.

    Joan Chittister, “O Livro da Felicidade”, Vozes

  • A construção da fé

    Hoje os teólogos lamentam com todo direito que as igrejas se esqueceram de iniciar as pessoas, ou seja, de introduzi-las à fé. Isso significa não só a instrução nos conteúdos da fé, mas a condução das pessoas para uma experiência e um encontro com Deus ou, em outras palavras: para a experiência de que a fé não é apenas uma construção de doutrinas que eu preciso aceitar, mas que ela se ocupa com um Deus vivo, que deseja ser meu fundamento existencial para me sustentar durante toda a minha vida – e até na morte.

    Zacharias Heyes, “Em casa comigo mesmo”, Vozes

  • A beleza do rosto de Cristo

    A beleza que resplandece no rosto do Crucificado é de uma bondade que partilhou os sofrimentos do humilhado para a vinda de um mundo mais belo, mais fraterno. Nas chagas do Crucificado cantam nossas chagas transfiguradas. E esse canto é o canto do mundo reconciliado onde a própria beleza encontra sua plenitude de sentido. A deslumbrante visão beleza do Crucificado acompanhará Francisco ao longo de toda a sua vida e lhe será dado no Alverne, no meio da vastidão da natureza, e no raiar da manhã, contemplar o Crucificado sob o aspecto de um ser luminoso, de uma fascinante beleza. Reunindo num olhar de bondade todo o sofrimento da Terra e toda a beleza do mundo.

    Éloi Leclerc, O sol nasce em Assis, Vozes

  • Anseio em direção a Deus

    Para Santo Agostinho, Deus representa o desafio de transcender a si mesmo e ao mundo e, ao mesmo tempo, mergulhar profundamente no mundo e no próprio interior para reconhecê-lo no íntimo da alma e em todas as coisas deste mundo como aquele que pode satisfazer todos os nossos anseios mais profundos. Nosso anseio é incendiado pela beleza do mundo, pela beleza da música. Mas nosso anseio transcende o mundo; quando entramos em contato com o anseio, também entramos em contato com nossa alma. Assim, o ser humano é, em sua natureza, um ser que vive e se envolve completamente com este mundo, mas que, ao mesmo tempo, o transcende com seu anseio em direção a Deus e ao íntimo do espírito no qual Deus habita nele.

    Anselm Grün e Leonardo Boff, “O Divino em Nós”, Vozes

  • Oração a São José

    Salve, guardião do Redentor
    e esposo da Virgem Maria!
    A vós, Deus confiou o seu Filho;
    em vós, Maria depositou a sua confiança;
    convosco, Cristo tornou-Se homem.
    Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
    e guiai-nos no caminho da vida.
    Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
    e defendei-nos de todo o mal. Amen.

    Papa Francisco, Patris Corde

  • Um autêntico frade menor

    Francisco, desabafando certo dia com um companheiro, exprimia-se assim: “Não me considero um autêntico frade menor enquanto não me sentir numa situação que vou te descrever: Suponhamos que na qualidade de superior dos irmãos vou a um Capítulo, faço uma palestra, dou umas admoestações, e no fim me vêm dizer: ‘Desculpa mas não possuis as qualidades mínimas necessárias; não tens cultura, nem facilidade de falar, és um idiota e um imbecil’. Finalmente sou expulso com injúrias e vilipendiado por todos. Digo-te se eu não ouvir estas palavras com o mesmo semblante, com a mesma alegria de espírito e com o mesmo propósito de santidade de maneira alguma sou um frade menor”.

    São Boaventura, Legenda Maior VI, 5

  • A dignidade dos pobres

    Amar os pobres, significa em primeiro lugar, respeita-los e reconhecer sua dignidade. Neles, justamente pela falta de outros títulos e distinções secundárias, brilha com luz mais viva a radical dignidade do ser humano. Em uma homilia de Natal em Milão, o Cardeal Montini declarou: “A visão completa da vida humana à luz de Cristo enxerga no pobre algo mais do que um necessitado apenas; enxerga nele um irmão misteriosamente revestido de uma dignidade que obriga a tributar-lhe reverência, acolhe-lo com presteza, compadecer-se dele além do mérito”.

    Frei Raniero Cantalamessa, OFM. Cap, “Apaixonado por Cristo”.

  • Respeito pela pessoa

    Ser menor não é uma questão de humildade, mas de respeito total pela pessoa. É pobreza, mas pobreza que não se situa no espaço das coisas materiais, mas no espaço do relacionamento estre as pessoas. É fraternidade também, não só porque a pobreza dá origem à partilha, mas porque na fraternidade franciscana, o respeito pela liberdade é algo vital. A dialética entre liberdade e unidade, individual e coletivo, liberdade e ordem cívica é um dos problemas mais difíceis da vida. Infelizmente os homens não souberam viver a síntese paradoxal dos dois valores, vivida por Francisco e latente na alma da Fraternidade Franciscana – a Ordem dos Irmãos Menores. “Irmão menor” é tratado de liberdade e de… democracia.

    Frei David Azevedo, OFM, Francisco de Assis. Fé e Vida, Ed. Franciscana

  • O essencial de uma fraternidade

    Escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, “o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si”.] Com poucas e simples palavras, explicou o essencial de uma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita. Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à fraternidade e à amizade social.

    Papa Francisco, “Fratelli tutti”

  • Jesus que tudo muda

    Esse homem (Jesus) que, com sua doutrina e milagres, entusiasma as multidões em todo o país, não é de modo algum um revolucionário violento. Apesar disso torna-se inquietante e perigoso. Porque está em vias de mudar tudo. Os pobres, os ignorantes, os pecadores, os escorraçados da sociedade, todos agora andam de cabeça erguida. Ao pé Jesus sentem uma felicidade inesperada. A sua presença constitui para eles um encontro extraordinário. Acabou-se o tempo da solidão, da vergonha e do desprezo. Agora ei-los acolhidos, restituídos a uma dignidade em que não se atreviam a acreditar. Descobrem que eles são amados por Deus.

    Éloi Leclerc OFM, “O Reino Escondido”, Ed. Franciscana

  • Senhor, escuta nossa oração

    Senhor,
    coloca em nossas mãos as chaves do teu Reino.
    Esperamos tua generosidade.
    Que possamos chegar até a ti.
    Ilumina nosso olhar para que possa te contemplar.
    Faze com abaixemos nossos olhos
    para afastá-los daquilo que não é tu.
    Quando tivermos sede, mata nossa sede.
    Quando formos frágeis, fortifica-nos.
    Quando formos tortos, endireita-nos.
    Quando estivermos perto de ti, dá-nos tua hospitalidade.
    Quando estivermos doentes, cura-nos.
    Quando estivermos confusos, clarifica-nos.
    Quando estivemos manchados, purifica-nos.
    Quando cairmos na corrupção, dá-nos novamente a integridade.
    Quando te recusarmos, faze com que conheçamos a ti.
    Quando te ignorarmos, dá-nos teu ensinamento.

    Al Tawhidi, Místico muçulmano, 932-1023

  • Esperança e consolação

    Ó Mãe Imaculada, que és para todos um sinal de esperança certa e de consolação, faz com que nos deixemos atrair pela tua candura imaculada. A tua Beleza Tota Pulchra, cantamos hoje assegura-nos que a vitória do amor é possível; aliás, que é certa; garante-nos que a graça é mais forte que o pecado e portanto que é possível o resgate de qualquer escravidão. Sim, ó Maria, Tu ajudas-nos a acreditar com maior confiança no bem, a apostar na gratuidade, no serviço, na não-violência, na força da verdade; encoraja-nos a permanecer acordados, a não ceder à tentação de fáceis evasões, a enfrentar a realidade, com os seus problemas, com coragem e responsabilidade. Assim fizeste tu, jovem mulher, chamada a apostar tudo na Palavra do Senhor. Sê mãe amorosa para os nossos jovens, para que tenham a coragem de ser “sentinelas da manhã”, e concede esta virtude a todos os cristãos, para que sejam a alma do mundo neste não fácil período da história. Virgem Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, Salus Populi Romani, intercede por nós!

    Papa Bento XVI

  • Somos carentes

    O amor não é simplesmente vir a ser atraído por outro ser umano. Na grandiosa cosmologia eterna da vida, o amor opera mais para nos aprofundar em nós mesmos do que para nos levar ao interior do desconhecido “outro”. O amor nos ensina como realmente somos carentes. Ou, talvez, ainda mais impactante pois, na verdade, não nos interessamos por ninguém além de nós mesmos.

    Joan Chittister, “Entre a escuridão e a luz do dia”, Editora Vozes

  • Valores evangélicos

    Evangelizar não consiste em apenas angariar adeptos para a instituição eclesiástica. Consiste sobretudo em incutir nas pessoas os valores evangélicos elencados no Sermão da Montanha: despojamento, luta pela paz, misericórdia, pureza de coração, fome e sede de justiça, confiança sob perseguições etc. Mais do que a profissão de fé que possam expressar, interessa a capacidade de amar, de se doar à causa dos pobres, à busca de libertação, de uma nova sociedade, um “outro mundo possível”, no qual todos vivam com liberdade, justiça, dignidade e paz.

    Frei Betto, “Fé e afeto”, Editora Vozes

  • Espiritualidade do amor

    A espiritualidade cristã é, antes de mais nada, uma espiritualidade do amor. O que a espiritualidade almeja é que nos deixemos impregnar cada vez mais pelo amor de Jesus. Teilhard de Chardin usa a expressão “diáfanos”, ou seja, transparente para o amor de Cristo. Este amor deve se manifestar em seguida no amor ao próximo, e também, justamente, no amor ao inimigo. O amor deve superar toda inimizade. Jesus compara o amor ao inimigo com o sol que brilha por igual para bons e maus.

    Anselm Grün, “Amar é a única Revolução”, Vozes.

  • Razões para viver

    Dar um significado à sua vida é encontrar razões para viver. É tentar responder, mesmo que provisoriamente, à pergunta: Por que tenho vontade de continuar a viver? Esta pergunta é tanto mais forte quando somos confrontados com a proximidade da morte: no fundo, será que eu luto apenas para sobreviver, de maneira instintiva e por medo da morte, ou antes será que desejo ainda viver plenamente?

    Frédéric Lenoir, “Viver, um manual de resiliência para um mundo imprevisível”, Vozes.

  • Francisco e a simplicidade

    Francisco não é profeta somente pela sua entrega mística a Deus. Amou também os homens de uma forma original, cativante e, por vezes, tocante. Basta ler superficialmente a sua vida para se notar que no seu amor se destacava justamente aquilo que o coração humano deseja: simplicidade, calor e bondade irradiante. Tudo era tão natural que ninguém tinha a sensação de íncomodá-lo. Nisso tinha Francisco uma visão pouco comum: ele devia ajudar, devia dar-se aos homens, pois se julgava sempre o menor de todos.

    N.G. Van Doornick, “Francisco de Assis, profeta de nosso tempo”, Vozes.