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Consciência ecológica
A consciência ecológica não é simplesmente proteger o pássaro, a árvore, o rio. Tem a ver com isso também. Mas a consciência ecológica é uma consciência ética, na qual eu tenho atitudes de não destruir, de não degradar, de zelar pelas outras formas de vida. Como vivemos em simbiose, se alguma forma de vida não for protegida no nosso planeta, ninguém estará protegido. A ideia de simbiose é de vida junto. A tarefa da ética é proteger a simbiose.
Se alguma criança não for livre do preconceito, livre da fome, livre da falta de lazer, ninguém será livre dessas mazelas. Ser humano é ser junto. E ser vivo é ser junto. É por isso que nós falamos em convivência.Mario Sergio Cortella, “Filosofia e nós com isso?”, Editora Vozes
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Encontre a origem da sua solidão
Sempre que se sentir solitário, você deve buscar a origem deste sentimento. Você tem a tendência de fugir da solidão, ou então de pensar nela de modo obsessivo. Quando você foge da solidão, na verdade ela não diminui; você apenas a expulsa da mente por algum tempo. Quando você pensa demais na solidão, seus sentimentos só se fortalecem, e você cai em depressão. A tarefa espiritual não consiste em escapar da solidão, ou permitir ser inundado por ela, mas em encontrar a origem dela. Isso não é fácil de fazer, mas quando você consegue de algum modo identificar o lugar de onde estes sentimentos emergem, eles perderão parte da força que exercem sobre você. Tal identificação não é uma tarefa intelectual; é uma tarefa do coração. Com o seu coração, e sem medo, você deve buscar este lugar.
Henri Nouwen, “A voz interior do amor”, Editora Vozes.
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Amor-próprio
Para uma sensação estável de amor-próprio é preciso que eu mesmo me considere importante. Para isso, contudo, necessito ter noção de que eu sou importante para o outro. Isso pode ser algo difuso, mas é indispensável para a sensação de ser importante.
A sensação de amor-próprio não pode ser produzida pelo próprio eu. Para que ela aconteça, dependo da instância da gratificação pelo outro que me ama, elogia, reconhece e estima. O isolamento narcísico do ser humano, a instrumentalização do outro e a competição total de todos contra todos destroem o clima de gratificação.Byung-Chul Han, “Capitalismo e impulso de morte”, Editora Vozes.
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É preciso ter olhos para ver
A relação com Deus é uma relação a dois, na qual ambos têm iniciativas. É preciso estar aberto à solicitação do Outro. Muitas vezes não estamos predispostos a ela. Mas, de repente, um acontecimento abre o nosso coração. Pode ser que Ele nos fale através de um fato triste ou alegre, de perda ou conquista, ou de um simples gesto. É preciso ter olhos para ver. Ele atravessa o nosso caminho quando menos esperamos.
Frei Betto, “Fé e afeto”, Editora Vozes
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Cristianismo é festa
O cristianismo não é lugar para pessoas sisudas e com cara de funeral. Ele é festa, alegria, abraço, partilha de comida e bebida. Há nas celebrações uma forma especialíssima de afirmar as esperanças do Cristo e de exorcizar os medos, instaurando um universo diferente em que as fraquezas naturais ou impostas são superadas e vencidas. Cantar a vida com maior vigor que a cantoria de morte ou desespero dos profetas da desgraça.
Fernando Altemeyer Junior, “Silhuetas de Deus”, Editora Vozes.
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Presença alternativa
Devemos aprender a viver em meio da sociedade atual como uma presença alternativa, não conformista nem curvada ao espírito do mundo. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Os gestos, as atividades e o estilo de vida dos que formamos uma comunidade de Jesus deverão apontar para um mundo mais justo e fraterno, mais digno e solidário. Devemos viver introduzindo na sociedade uma prática nova e um estilo de vida que abre caminhos ao Reino de Deus.
José Antonio Pagola, “Recuperar o projeto de Jesus”, Editora Vozes.
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Perder alegria no trabalho
Para o monge, o trabalho não é, em primeiro lugar, algo que precisa ser feito para ganhar dinheiro ou sustento, mas uma atividade para gerar alegria nos outros e em si mesmo. Assim, o trabalho deixa de ser algo que cansa o ser
humano e passa a ser uma força que recarrega as “baterias” e nos dá energia. Mas também nós, monges, podemos ficar estressados com o trabalho porque assumimos uma carga pesada demais. Quando isso acontece, também perdemos a alegria no
trabalho; perdemos o nosso centro. Por isso, é importante cultivar os nossos rituais, os horários de oração, que interrompem o nosso dia e o estresse no trabalho e nos ajudam a voltar para nós mesmos e para a presença de Deus.Zacharias Heyes, “Rituais para o encontro consigo mesmo”, Editora Vozes.
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Mistério de contemplar
“Quando nós olhamos a natureza e nos deslumbramos com ela, nós nos deslumbramos porque fazemos a conexão com as coisas objetivas que percebemos dela, que já nos deslumbram. Porque é um mistério contemplar as águas, é um mistério contemplar os raios do sol que chegam até nós. É um mistério compreender como luz vira clorofila e depois flor. E como depois aquilo vira fruto e vem parar no nosso corpo e nos transforma em membros da Terra.
Jean-Yves Leloup e Roberto Crema, “Dimensões do cuidar”, Editora Vozes.
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Pequena pausa
A hora da refeição é sagrada, e nós a temos esquecido. É um tempo valioso e restaurador na natureza. Você precisa desta pequena pausa na insanidade para navegar melhor durante o dia. Você precisa desta disciplina, se pretende ser o senhor do seu tempo. Seu corpo necessita de tempo para realizar suas funções. Desacelere e desfrute de suas refeições hoje.
Pedram Shojai, “A arte de parar o tempo”, Editora Vozes.
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Gastar o tempo à toa
Ninguém valoriza o tempo: é gasto à toa, como se fosse de graça. Mas essas mesmas pessoas tu verás abraçando os joelhos dos médicos se a morte se aproximas, dispostos a gastar tudo o que têm para continuar vivendo se temem a pena capital, tão discordantes são os seus sentimentos.
Sêneca, “Sobre a brevidade da vida & sobre o ócio – Diálogos estoicos sobre o tempo”, Editora Vozes.
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Fé, presente de Deus
A fé é uma relação direta com Deus, e uma relação desinteressada e verdadeira. É uma graça e um presente de Deus vivendo em nosso coração que manifesta a beleza da vida e irrompe em nosso corpo e alma de forma efetiva e irrefutável.
A fé mais profunda é sempre a maior inteligência de Deus. Não é posse acadêmica, clerical ou construção lógica. É amor vivido e ofertado pelas mais simples das criaturas. A fé é um estar em Deus e crer n’Ele. Cremos porque somos e passamos a ser aquilo que cremos nessa mescla simbiótica entre a existência e a essência de nosso ser vital. Assim, pode-se dizer que a fé não se cultiva, mas ela se dá e se oferece a nós.
Deus oferece-se em seu ato primeiro de nos criar e pede uma resposta de nosso coração, de nossa inteligência e de nosso corpo. Ao responder, confirmamos o caminho e a fidelidade junto de Deus e por graça d’Ele. Esse caminho precisa ser
por nós trilhado e pede nossa inteligência.Fernando Altemeyer Junior, “Silhueta de Deus”, Vozes
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Fraternizar
Fraternizar com todas as criaturas é optar definitivamente por uma visão do mundo na qual a conciliação triunfa sobre a ruptura; é abrir-se, para além de todas as separações e todas as solidões, a um universo de comunhão em que o “mistério da terra se encontra com o mistério das estrelas”, num espírito imenso de perdão e de reconciliação. Semelhante experiência espiritual é propriamente indizível quanto à sua substância. Não pode ser expressa a não ser em símbolos, a não ser numa celebração do mundo, na qual a alma, unida fraternalmente a todas as coisas, adquire o brilho fulgurante do sol.
Eloi Leclerc, “O cântico das criaturas, os símbolos da união”, Vozes
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Deus está ao lado dos crucificados
Deus é dos pobres. Jesus já o havia dito de muitas maneiras, mas não era fácil acreditar nisso. Agora é diferente. Se Deus ressuscitou Jesus, quer dizer que é verdade: “Felizes os pobres, porque têm a Deus”. A última palavra não é de Tibério, nem de Pilatos, a última decisão não é de Caifás nem de Anás. Deus é o último defensor dos que não interessam a ninguém. Só existe uma maneira de parecer-se com Ele: defender os pequenos e indefesos.
Deus ressuscita os crucificados. Deus reagiu diante da injustiça criminal dos que crucificaram Jesus. Se Ele o ressuscitou, é porque quer introduzir justiça, mesmo em cima de tanto abuso e crueldade que se comete no mundo. Deus não está do lado dos que crucificam, está com os crucificados. Só existe uma maneira de imitá-lo: estar sempre junto dos que sofrem, lutar sempre contra os que fazem sofrer.
Dolores Alexandre, Juan Martin Velasco, José Antonio Pagola, “Olhos fixos em Jesus”, Vozes
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Centralidade da cruz
Ao meditar, aprendemos a aceitar a centralidade da cruz na vida humana. Nós a vemos contida, mas não negada, à luz da Ressurreição. Aprendemos a aceitar a tragédia que é cada cruz e a compreender a dimensão trágica de cada vida humana em toda existência humana. Quando meditamos, percebemos que esta compreensão é o reverso da morbidade ou do pessimismo, porque quando a dimensão trágica é assumida, ela leva à alegria. Ela nos purifica, nos prepara e expande nossa capacidade para a existência.
Laurence Freeman, “Perder para encontrar”, Vozes
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O homem vive com medo
O homem de hoje parece estar sempre ameaçado por aquilo mesmo que produz; ou seja, pelo resultado do trabalho das suas mãos e, ainda mais, pelo resultado do trabalho da sua inteligência e das tendências da sua vontade. Os frutos desta multiforme atividade do homem, com muita rapidez e de modo muitas vezes imprevisível, passam a ser, não tanto objeto de « alienação », no sentido de que são simplesmente tirados àquele que os produz, quanto, ao menos parcialmente e num círculo consequente e indireto dos seus efeitos, tais frutos se voltam contra o próprio homem. Eles passam então, de facto, a ser dirigidos, ou podem ser dirigidos contra o homem. E nisto assim parece consistir o capítulo principal do drama da existência humana contemporânea na sua mais ampla e universal dimensão. O homem, portanto, cada vez mais vive com medo.
São João Paulo II, na Carta Encíclica “Redemptor Hominis” (1979), no seu primeiro ano de Pontificado
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O bom uso que fazemos do tempo
O mundo é aquilo que o homem faz dele. O valor da vida não depende do número de anos que vivemos, mas do bom uso que fazemos do tempo. Há vidas longas que são vazias e outras que são curtas, mas repletas de realizações. Há existências prolongadas que são estéreis e outras breves que são férteis. Tudo depende do amor com que vivemos e do amor com que agimos.
Frei Anselmo Fracasso, “O desafio de Deus, Amar como Ele amou”, Vozes.
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Sempre a procura de Deus
Francisco nos ensina que não podemos ser todo para os demais se não se é todo para o Senhor. E não se pode ser todo para o Senhor, quem não se encontra constantemente consigo mesmo. O Poverello nos ensina a necessidade de buscar para a nossa existência, um “projeto de vida ecológico”, como diríamos hoje, onde o compromisso a favor dos demais seja acompanhado de “vacare Deo”, como diziam os antigos, ou seja, dedicar tempo para Deus, e dedicar tempo para nós mesmos. Francisco, verdadeiro “mendicante de sentido”, estava sempre a procura do homem e sempre a procura de Deus e de sua vontade, como observa São Boaventura, buscava incessantemente encontrar-se consigo mesmo e por isso buscava e amava a solidão.
Frei José Rodríguez Carballo, ofm, Ministro geral, na homilia das Chagas em 2011
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Melhor do que ver a vida passar
É melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.Martin Luther King
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Vida humana normal
Percebemos que existe certa hostilidade em relação aos idosos em nossa sociedade. Se dissermos a nós mesmos como é terrível envelhecer, como é difícil perder seu sentido na vida, nós nos identificaremos com os agressores. Mas então também já nos tornamos vítima. Se, entretanto, dissermos a nós mesmos que existe um curso de vida humana completamente natural, as coisas se apresentam de forma diferente: há uma primeira fase no início da vida em que dependemos de ajuda.
Depois vem uma fase em que nós cuidamos das crianças e também dos idosos e finalmente segue uma fase em que voltamos a depender de ajuda e atenção. Tudo isso não tem nada a ver com fracasso humano, mas é a vida humana normal.
Verena Kast, “Abandonar o papel de vítima”, Vozes
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Fiéis dependentes
Abuso de poder espiritual ocorre sempre que um pastor ou padre torna os fiéis dependentes deles mesmos. Pessoas com baixa autoestima correm um risco muito grande de serem abusadas espiritualmente. Essa sua autoestima aumenta quando elas se filiarn a um grupo e então se mostram dispostas a cumprir todas as exigências do grupo, só para que sejam reconhecidas. Muitas vezes, porém, elas não se dão conta de que estão se tornando dependentes dele.
Anselm Gruün, “Poder”, Editora Vozes.
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Dons e talentos
Uma trilha importante que leva você a si mesmo pode ser também seus dons e talentos. Um primeiro passo para descobri-los é anotar, em uma folha separada, cada um de seus dons e talentos que você conheceu até agora. Para descobrir suas qualidades, você pode perguntar a si mesmo: O que sempre consigo fazer bem? Em que área sou simplesmente ótimo? O que me rende o reconhecimento de terceiros? Para descobrir seus dons, você pode se perguntar quais são as áreas em que você consegue se concentrar tanto que logo se esquece se é noite, manhã ou meio-dia, porque você esqueceu tudo que está em sua volta. Onde sua energia flui, onde você não precisa se esforçar, o que lhe dá forças simplesmente porque você gosta tanto de fazer aquilo?
Você também pode perguntar a pessoas de sua confiança. Peça que elas lhe digam o que acreditam ser seus dons e talentos. Anote-os e reflita sobre eles. Algo ressoa dentro de você? Elas mencionam algo que nunca percebeu antes? Talvez você terá a impressão de que não conseguirá realizar todos igualmente. Talvez tenha de escolher ou aplicá-los em áreas diferentes de sua vida. Alguns deles podem ser realizados no trabalho; outros, como hobby; e ainda outros, em sua família. Descubra seus dons e talentos e a alegria que isso pode gerar. A alegria de ser quem você é, como também a alegria da criatividade e do empenho.
Zacharias Heyes, “Em casa comigo mesmo”, Editora Vozes.
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Abra-se para o primeiro amor
Você tem falado muito sobre libertar-se de velhos apegos para poder entrar no novo lugar, onde Deus está à sua espera. Porém, é possível dar um basta a uma série de “nãos”: o “não” à sua antiga maneira de pensar e sentir, o “não” às coisas que você costumava fazer e, sobretudo, o “não” aos relacionamentos humanos que você considerava preciosos e inspiradores. Você está criando uma batalha espiritual cheia de “nãos’, e entra em desespero quando percebe a dificuldade – ou até mesmo a impossibilidade – de desligar-se do passado.
O amor que chegou até você por meio de amizades singulares e verdadeiras, que despertaram seu desejo latente de ser amado de uma maneira total e incondicional era real e autêntico. Ele não precisa ser negado e tido como perigoso ou marcado pela idolatria. Um amor que chegue até você por meio de seres humanos é verdadeiro, é dado por Deus, e precisa ser celebrado enquanto tal. Quando as amizades humanas se revelam intoleráveis porque você está exigindo de seus amigos que o amem de um modo que ultrapassa a capacidade humana, você não precisa negar a realidade do amor que recebeu. Ao tentar abandonar este amor a fim de encontrar o amor de Deus, você está fazendo algo que Deus não deseja. A tarefa não consiste em abandonar relacionamentos inspiradores, mas perceber que o amor que você recebeu por meio deles faz parte de um amor maior.
Henri Nouwen, “A voz interior do amor”, Editora Vozes
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Recusa dos problemas
A vida estreita e deselegante dos nossos dias é marcada pela incipiente e esbravejante recusa dos problemas: não há crise, não há pobreza, não há mal-estar, tudo está bem; ai dos profetas da desgraça – de fato, o problema lhes causa suas fantasias negativas. Divirtamo-nos. Estamos fartos dos virtuosos. Nós não somos santos. Com o grito dos gurus da nova tendência vem, menos barulhenta, a indiferença; aliás, infelizmente uma invejosa aprovação.
Pairamos no absurdo de uma existência voltada para o lucro singular e individual. Parabéns para quem conseguiu, e basta.
Cettina Militello, “Entre vícios e virtudes”, Editora Vozes
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O Sermão da felicidade
Na medida em que foram sendo mais numerosos meus contatos com verdadeiros cristãos compreendi que o Sermão da Montanha era todo o cristianismo, para aqueles que querem viver uma vida cristã. Este sermão me fez amar Jesus.
Mahatma Gandhi (Porbandar, 2 de outubro de 1869 – Nova Déli, 30 de janeiro de 1948)
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Precisamos de pai e mãe
Precisamos de pai e de mãe até quando adultos. Sua presença e apoio podem parecer menos essenciais com o correr do tempo, mas com eles, se relação for boa, somos mais completos – e para isso não há idade. Morta minha velha mãe, quando eu tinha mais de sessenta anos, dei-me conta que não tinha mais a quem chamar de “mãe” e foi uma dor estranha. Algo tinha mudado na minha condição. Eu nunca mais seria a mesma.Lya Luft, “Múltipla Escolha”, Editora Record -
A lei para servir às pessoas
A lei eclesiástica pode ser uma bênção para a Igreja, pois uma comunidade precisa de preceitos legais para poder funcionar. Mas o importante é que a lei sirva às pessoas, e não vice-versa, O especialista em lei eclesiástica Georg May expressa isso da seguinte forma: “A lei não é capaz de criar vida, ela só pode preservar e proteger vida existente” (SM 11, p. 1242). Ele constata que todos os grandes movimentos de reforma na Igreja sempre tiveram algum efeito sobre a lei eclesiástica. O mais importante é que a lei sirva às pessoas e crie um ambiente para elas no qual elas possam viver bem.
Anselm Grün, “Poder, uma força sedutora”, Editora Vozes
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Oração, experiência de amor
A relação com Deus é uma relação a dois, na qual ambos têm iniciativas. É preciso estar aberto à solicitação do Outro. Muitas vezes não estamos predispostos a ela. Mas, de repente, um acontecimento abre o nosso coração. Pode ser que Ele nos fale através de um fato triste ou alegre, de perda ou conquista, ou de um simples gesto. É preciso ter olhos para ver. Ele atravessa o nosso caminho quando menos esperamos. Nesse encontro, o desafio é apreender Deus assim como Ele é. É preciso se abstrair da imagem que fazemos de Deus, pois projetamos nela o que somos e, assim, Deus se confunde com o produto de nossa imaginação, algo criado à nossa imagem e semelhança. Se queremos ver a face de Deus, devemos olhar o rosto do próximo, ensinou Jesus.
A oração é uma experiência de amor, afetiva, envolvente, física e espiritual. Experiência de sedução, procura, perda, saudade, encontro, discussão e briga, comunhão e êxtase.Frei Betto, “Fé e afeto”, Editora Vozes
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Algo novo todo dia
Admirar-se é um requisito para que a cada dia possa ter início algo novo em nós, para que deixemos a antiga e inflexível maneira de perceber e de viver. Admirar-se significa estar aberto para o novo e reconhecer o milagre no cotidiano.
Anselm Grün, “Admirar-se com os pequenos Milagres de cada dia”, Editora Vozes
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Fraternidade universal
A mensagem de Francisco em relação a toda a natureza criada, hoje mais atual do que nunca, fundamenta-se na fraternidade universal. A admiração e o respeito de Francisco pelos animais, as plantas e a toda natureza tinha seu fundamento no próprio Deus, fonte de toda criação. A natureza toda é expressão da majestade, do poder e da bondade de Deus. É sua imagem, sua manifestação. Por terem sua origem em Deus, elas, de certa maneira, tornam-se irmãs e irmãos do ser humano.
Frei Alberto Beckhäuser, OFM, “O Jeito franciscano de celebrar”, Vozes
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Não pare
Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas…
Continue, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.Madre Teresa de Calcutá (Skopje, 26 de agosto de 1910 — Calcutá, 5 de setembro de 1997)
