Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Meditação diária

julho/2024

  • Tudo está relacionado

    O coração é um só, e a própria miséria que leva a maltratar um animal não tarda a manifestar-se na relação com as outras pessoas. Todo o encarniçamento contra qualquer criatura «é contrário à dignidade humana». Não podemos considerar-nos grandes amantes da realidade, se excluímos dos nossos interesses alguma parte dela: «Paz, justiça e conservação da criação são três questões absolutamente ligadas, que não se poderão separar, tratando-as individualmente sob pena de cair novamente no reducionismo». Tudo está relacionado, e todos nós, seres humanos, caminhamos juntos como irmãos e irmãs numa peregrinação maravilhosa, entrelaçados pelo amor que Deus tem a cada uma das suas criaturas e que nos une também, com terna afeição, ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à mãe terra.

    Papa FranciscoEncíclica Laudato Si’

  • Hábito a favor do bem

    Cultivar o hábito de decidir-se sempre a favor do bem, e assim jamais nos arrependermos de tal procedimento. Escolhendo o mal, plantamos hoje as sementes das tristezas que colhemos amanhã. Aplaudir as boas ações sem a menor preocupação de conhecer as verdadeiras intenções das pessoas que as praticam.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Humildade

    Ser sempre humilde: a humildade é aceitação pura e simples da verdade, seja ela a nosso favor ou contra nós. A humildade acalma a ira, acolhe o aflito e conquista o coração. Aceitar que nos critiquem, que discutam nossas ideias e que rejeitem nossos planos.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Tempo a favor da vida

    Quem usar o tempo da vida para crescer no amor não tem tempo para odiar; quem se dedica à prática constante do bem não tem tempo para lamentar o mal que encontra ao seu redor; quem anda sempre na luz não precisa temer a mentira; quem cultiva a justiça não encontra tempo para tornar-se injusto; quem se dedica aos outros para trazê-los felizes não dispõe de tempo para sentir-se infeliz.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Perigo da ociosidade

    A ociosidade é um deserto árido e estéril onde germinam apenas as sementes do mal. A terapia ocupacional é um excelente remédio para a solidão. O ser humano sente-se feliz quando pode trabalhar, servir e ser útil. Ocupar o tempo com o bem para que não haja espaço para o mal. Cada momento que passa é uma migalha de tempo que cai da mesa da vida e que jamais voltará.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Cuidado com o egoísmo

    O egoísta é um eterno insatisfeito e vive intranquilo: insatisfeito por não ter tudo quanto deseja, e intranquilo por causa do receio de perder o que já conquistou. O egoísta que sobe materialmente na vida assemelha-se a um homem que ganha as alturas, mas está aprisionado na cabine de uma avião.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Egoísmo e ambição

    O egoísta tece uma teia de ambições para depois tornar-se prisioneiro dela. Cada gesto egoísta será um elo corrente que depois o prenderá. Não ser ilha cercada de egoísmo por todos os lados. O egoísmo leva à solidão e ao isolamento, que são causas de insatisfação e de descontentamento. Romper o círculo de egoísmo promovendo uma convivência fraterna e amiga, participando de tudo e compartilhando tudo com todos.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Amanhã será outro dia

    Da noite da tristeza nasce o brilho de uma nova alegria, assim como das entranhas escuras da noite nasce o resplendor de uma nova aurora. Por entre flocos de nuvens sempre existe uma nesga de céu, através da qual podemos contemplar o brilho do sol; por entre as nuvens de tristeza sempre surge o brilho de uma nova alegria.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Sentido da paz

    Paz não é ausência de luta; alegria não é ausência de dor; felicidade não é ausência de cruz. Paz, alegria e felicidade podem conviver com a luta, com a dor e com a cruz. Perseverar firmes na luta, suportar com paciência a dor, carregar com amor a cruz, fazer despreendidamente o bem e amar a todos sem exceção… isto nos permite viver em paz, sentir alegria e desfrutar a felicidade.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Gestos de bondade

    Multiplicar os gestos de bondade, pois cada ação que realizamos é uma flor bela e perfumada que plantamos por entre as pedras do egoísmo e por entre os espinhos da maldade. Na medida em que abandonamos o mal vamos abrindo caminho para a chegada do bem; somente o bem é que pode deter a marcha avassaladora do mal.

    Frei Anselmo FracassoA arte de viver feliz

  • Na tribulação

    Apressa-te, Senhor, em me socorrer, não te afastes de mim. Por tua bondade, cura-me, liberta-me, derrama sobre mim tua proteção, e livra-me da tribulação. Por diversos momentos, numerosos motivos e distintas situações, minhas forças se enfraquecem. Amargas experiências me deprimem, e consolação me é necessária, para sentir o conforto da tua presença. Protege-me, Senhor, pois a ti recorro com confiança, na esperança de ser atendido. Consola meu triste coração, atende-me neste momento de tribulação. Assim seja.

    Antônio Francisco BohnOrações e Preces/ Invocações e agradecimentos para os vários momentos do dia

  • Na aflição

    Senhor, aflito está o meu coração, desolada minha alma se encontra. Na confiança eleva-se minha prece, pelo teu amor, atende-me com bondade. Em ti coloco a minha confiança, em extrema aflição busco consolo. Tua graça é tão preciosa quanto a vida, de mãos erguidas eleva-se a minha súplica. Livra a minha vida desta angústia, e da tristeza que oprime o meu ser. Da queda preserva os meus pés, para não me desviar do teu caminho. Da tua presença amorosa não me esqueça, da segurança de estar em tuas mãos.

    Antônio Francisco BohnOrações e Preces/ Invocações e agradecimentos para os vários momentos do dia

  • Indiferenças

    É trágico o aumento de emigrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental, que, não sendo reconhecidos como refugiados nas convenções internacionais, carregam o peso da sua vida abandonada sem qualquer tutela normativa. Infelizmente, verifica-se uma indiferença geral perante estas tragédias, que estão acontecendo agora mesmo em diferentes partes do mundo. A falta de reações diante destes dramas dos nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes, sobre o qual se funda toda a sociedade civil.

    Papa Francisco –  Carta Encíclica Laudato Si’

  • Criaturas interligadas

    É preciso investir muito mais na pesquisa para se entender melhor o comportamento dos ecossistemas e analisar adequadamente as diferentes variáveis de impacto de qualquer modificação importante do meio ambiente. Visto que todas as criaturas estão interligadas, deve ser reconhecido com carinho e admiração o valor de cada uma, e todos nós, seres criados, precisamos uns dos outros. Cada território detém uma parte de responsabilidade no cuidado desta família, pelo que deve fazer um inventário cuidadoso das espécies que alberga a fim de desenvolver programas e estratégias de proteção, cuidando com particular solicitude das espécies em vias de extinção.

    Papa Francisco –  Carta Encíclica Laudato Si’

     

  • Verdadeira sabedoria

    A verdadeira sabedoria, fruto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas, não se adquire com uma mera acumulação de dados, que, numa espécie de poluição mental, acabam por saturar e confundir. Ao mesmo tempo tendem a substituir as relações reais com os outros, com todos os desafios que implicam, por um tipo de comunicação mediada pela internet. Isto permite selecionar ou eliminar a nosso arbítrio as relações e, deste modo, frequentemente gera-se um novo tipo de emoções artificiais, que têm a ver mais com dispositivos e monitores do que com as pessoas e a natureza. Os meios atuais permitem-nos comunicar e partilhar conhecimentos e afetos. Mas, às vezes, também nos impedem de tomar contato direto com a angústia, a trepidação, a alegria do outro e com a complexidade da sua experiência pessoal. Por isso, não deveria surpreender-nos o fato de, a par da oferta sufocante destes produtos, ir crescendo uma profunda e melancólica insatisfação nas relações interpessoais ou um nocivo isolamento.

    Papa Francisco –  Carta Encíclica Laudato Si’

  • Agressões aos mais pobres

    O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social. De fato, a deterioração do meio ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do planeta: «Tanto a experiência comum da vida cotidiana como a investigação científica demonstram que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres».

    Papa Francisco –  Carta Encíclica Laudato Si’

  • Sentido do amar

    Amar alguém é querer o seu bem e trabalhar eficazmente pelo mesmo. Ao lado do bem individual, existe um bem ligado à vida social das pessoas: o bem comum. É o bem daquele « nós-todos », formado por indivíduos, famílias e grupos intermédios que se unem em comunidade social[4]. Não é um bem procurado por si mesmo, mas para as pessoas que fazem parte da comunidade social e que, só nela, podem realmente e com maior eficácia obter o próprio bem. Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de caridade.

    Papa Bento XVI – Carta Encíclica in Veritate

  • Redes de caridade

    A caridade é amor recebido e dado; é « graça » . A sua nascente é o amor fontal do Pai pelo Filho no Espírito Santo. É amor que, pelo Filho, desce sobre nós. É amor criador, pelo qual existimos; amor redentor, pelo qual somos recriados. Amor revelado e vivido por Cristo (cf. Jo 13, 1), é « derramado em nossos corações pelo Espírito Santo » (Rm 5, 5). Destinatários do amor de Deus, os homens são constituídos sujeitos de caridade, chamados a fazerem-se eles mesmos instrumentos da graça, para difundir a caridade de Deus e tecer redes de caridade.

    Papa Bento XVI – Carta Encíclica in Veritate

  • Cuidar de nós

    Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos de nos constituirmos como um «nós» que habita a casa comum. Um tal cuidado não interessa aos poderes econômicos que necessitam dum ganho rápido. Frequentemente as vozes que se levantam em defesa do ambiente são silenciadas ou ridicularizadas, disfarçando de racionalidade o que não passa de interesses particulares. Nesta cultura que estamos desenvolvendo, vazia, fixada no imediato e sem um projeto comum, «é previsível que, perante o esgotamento de alguns recursos, se vá criando um cenário favorável para novas guerras, disfarçadas sob nobres reivindicações».

    Papa Francisco – Encíclica Fratelli Tutti

  • Valorizando a própria identidade

    Alguns países economicamente bem-sucedidos são apresentados como modelos culturais para os países pouco desenvolvidos, em vez de procurar que cada um cresça com o seu estilo peculiar, desenvolvendo as suas capacidades de inovar a partir dos valores da sua própria cultura. Esta nostalgia superficial e triste, que induz a copiar e comprar em vez de criar, gera uma baixa autoestima nacional. Nos setores acomodados de muitos países pobres e às vezes naqueles que conseguiram sair da pobreza, nota-se a incapacidade de aceitar caraterísticas e processos próprios, caindo num desprezo da própria identidade cultural como se fosse a causa de todos os seus males.

    Papa Francisco – Encíclica Fratelli Tutti

     

  • Vivemos pelo outro

    Tudo e todos estão interligados. Por isso, a razão do cuidado e respeito pelo outro fundamenta-se também no fato de que todos são interdependentes e cada ser vivo é um elo da corrente da vida e merece continuar a viver. No universo, cada um vive pelo outro, para o outro e com o outro. Se “tudo é relação e nada existe fora da relação, então a lei mais universal é a sinergia, a sintropia, o inter-retrorrelacionamento, a colaboração, a solidariedade cósmica, a comunhão, fraternidade/sororidade universais”

    Leonardo Boff in Frei João Mannes – Experiência e Pensamento Franciscano

  • Encantos que maltratam a  fé

    Na respiração, cada célula do organismo recebe o alimento que vem do ar, o oxigênio, e com ele se renova e permanece viva. Assim a fé alimenta e revigora a alma. Para o corpo existe ar puro e ar poluído, o ar rarefeito das altas montanhas ou aquele concentrado de que necessitam os enfermos. Também isso ocorre com o alimento da alma. A Fé pode ser pura e límpida, ou rarefeita, inconsequente, poluída pela ampla oferta de crenças que o mundo apresenta, e que passam longe do que Jesus Cristo nos deixou. Esse perigo existe mesmo para aqueles que costumam ir à Igreja.

    Frei Clarêncio Neotti – Creio: A identidade do Cristão

  • Fé em Deus

    A fé não é apenas um ato da razão. Como também não é apenas um ato da vontade. E também não é apenas sentimento. Envolve sentimento, vontade, intelecto, a pessoa inteira que reconhece em Deus seu criador e senhor.É entrega incondicional, ou seja, em todas as circunstâncias, tanto quando a vida se parece a um esplêndido nascer de sol quanto quando a vida é um causticante calvário. A fé pressupõe entrega a Deus de nosso passado sujo como uma fossa ou limpo que nem um altar coberto de linho branco; entrega a Deus de nosso presente despreocupado como canto de canário ou angustiado que nem moenda de cana em engenho; é entrega a Deus de nosso futuro, não em sentido fatalista, mas na certeza de que amanhã estaremos de mangas arregaçadas, colaborando com Deus na recriação de um mundo melhor. Crer é mais do que ver. Crer é mais do que saber.

    Frei Clarêncio Neotti – Creio: A identidade do Cristão

  • Impossível viver como uma ilha

    O ser humano está feito de tal maneira que não se realiza, não se desenvolve, nem pode encontrar a sua plenitude «a não ser no sincero dom de si mesmo»[62] aos outros. E não chega a reconhecer completamente a sua própria verdade, senão no encontro com os outros: «Só comunico realmente comigo mesmo, na medida em que me comunico com o outro».[63] Isso explica por que ninguém pode experimentar o valor de viver, sem rostos concretos a quem amar. Aqui está um segredo da existência humana autêntica, já que «a vida subsiste onde há vínculo, comunhão, fraternidade; e é uma vida mais forte do que a morte, quando se constrói sobre verdadeiras relações e vínculos de fidelidade. Pelo contrário, não há vida quando se tem a pretensão de pertencer apenas a si mesmo e de viver como ilhas: nestas atitudes prevalece a morte».

    Papa Francisco – Encíclica Fratelli Tutti

  • Feitos para o amor ao próximo

    A partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro.[65] Feitos para o amor, existe em cada um de nós «uma espécie de lei de “êxtase”: sair de si mesmo para encontrar nos outros um acrescentamento de ser».[66] Por isso, «o homem deve conseguir um dia partir de si mesmo, deixar de procurar apoio em si mesmo, deixar-se levar».[67](…) O vínculo de casal e de amizade está orientado para abrir o coração em redor, para nos tornar capazes de sair de nós mesmos até acolher a todos. Os grupos fechados e os casais autorreferenciais, que se constituem como um «nós» contraposto ao mundo inteiro, habitualmente são formas idealizadas de egoísmo e mera autoproteção.

    Papa Francisco – Encíclica Fratelli Tutti