Dupla festa na Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz
28/05/2014
“Deixa a Bandeira passar, deixa a Bandeira entrar, é o Espírito Santo chegando, chegando para te abençoar. Junta a tua família, e prepara o teu lar! Numa salva de flores, promessas, louvores, vamos ofertar”.
Frei Daniel Dellandrea
A Festa do Divino em Santo Amaro da Imperatriz ocorre todos os anos no final da semana de Pentecostes. É considerada a maior festa do Divino da grande Florianópolis. Já há muitos anos, na missa das 19h do dia da Páscoa, é realizado o envio das Bandeiras do Divino Espírito Santo. Para o povo da Paróquia de Santo Amaro, é sinal de que as tradicionais novenas terão início e a grandiosa festa do Divino se aproxima.
O símbolo que se destaca é a Bandeira do Divino que percorre ruas e casas de nossa Paróquia. A história da caminhada da bandeira inicia-se nos Açores chegando ao Litoral Catarinense e também a Santo Amaro já em 1854, no mesmo ano da criação da Paróquia de Santo Amaro, no dia 29 de maio. Tanto ontem quanto hoje a Bandeira continua tendo a sua importância, porque os costumes e as tradições passaram de geração em geração.
Neste ano, completam-se 160 anos da Paróquia e de uma belíssima festa que apresenta como herança a religiosidade e a cultura açoriana e também a histórica visita da Imperatriz por estas terras. Para a nossa Paróquia, os 50 dias do Tempo Pascal tornam-se uma verdadeira missão popular. A Bandeira do Divino percorre as ruas e casas. Muitas pessoas recordam que, ainda crianças, viam a Bandeira do Divino chegar pelas mãos dos procuradores nas casas dos pais, avós… a fim de abençoar e levar graças do Espírito Santo para quem a recebe.
Em todas as noites, a visita da Bandeira é celebrada por aquela comunidade ou rua com a tradicional Novena Açoriana. As pessoas se reúnem em uma casa, cantam orações e hinos ao Divino, confraternizam-se e realizam o tradicional leilão das massas (tipo de pão doce com ervas em forma de pé, coração, braço, cabeça… de acordo com a graça alcançada).
Após o leilão, a Família Machado, na voz do vô e da vó, faz seus filhos e netos tocarem violão, tambor e violino, dando acordes para o repente em honra ao Divino Espírito Santo, que se caracteriza pelo improviso – os cantadores fazem os versos “de repente”, incluindo versos do Espírito Santo na intenção da família que cumpre a promessa com a novena em sua casa.
No final, a bênção do “padre” não pode faltar. Neste ano, são 6 Bandeiras do Divino, com 27 procuradores da Bandeira e estão programadas 53 novenas para os 50 dias do Tempo Pascal.
Talvez o objetivo primeiro da Bandeira do Divino seria de convidar a todos para a Festa de Pentecostes e, num passado não tão distante, era o de buscar uma prenda para a realização das festividades. Hoje, sua função é ainda mais importante: a de levar a bênção da saúde a todas as pessoas que abrem as portas de suas casas e animar o povo na vivência da fé.