Papa é esperado como mensageiro de esperança
21/09/2018
Cidade do Vaticano – A Lituânia que Papa Francisco encontrará neste sábado, 22 de setembro, é bem diferente daquela encontrada por João Paulo II 25 anos atrás, porém, hoje como antes, a expectativa é grande pela visita papal. São palavras de Dom Gintaras Grušas, arcebispo de Vilnius e presidente da Conferência Episcopal da Lituânia. “Há um grande entusiasmo por parte de todos, e esperamos Papa Francisco – diz Dom Grušas – e tudo o que nos dirá e compartilhará conosco. A sua visita coincide com os 25 anos da visita de João Paulo II. Portanto é com este espírito que recebemos sua mensagem. Na época, São João Paulo II dirigiu-se a nós e nos falou de nossos problemas e da nossa situação de 25 anos atrás: o fim do comunismo”.
Esta é também a 25ª viagem apostólica internacional do Pontificado do Papa Francisco, na qual visitará, de sábado até a próxima terça-feira – de 22 a 25 de setembro –, a Lituânia Letônia e Estônia.
Como faz habitualmente antes e depois de cada viagem apostólica internacional, o Papa Francisco foi até a Basílica de Santa Maria Maior – centro de Roma – e confiou aos cuidados da Virgem Maria esta viagem.
Segundo o presidente do episcopado lituano, “esperamos Papa Francisco, esperamos suas palavras para enfrentarmos a situação atual para que nos traga esperança e capacidade de olhar para dentro de nós mesmos. Espero que nos contagie com a sua alegria e a sua esperança”. Para Dom Grušas, o desejo é que “o Santo Padre nos mostre a direção da esperança e como podemos enfrentar os desafios da sociedade de hoje: os desafios diante dos quais nos encontramos no dia a dia. Isso é o que nós esperamos”.
O bispo de Vilnius está convencido de que o tema da liberdade será o centro desta visita. “Vinte cinco anos atrás – sublinha – vimos a liberdade como algo que tinha chegado e era o oposto da opressão da ditadura externa: liberdade como autodeterminação de um Estado. Hoje, ao invés, enfrentamos o desafio da liberdade de um modo completamente diferente: usar a nossa liberdade corretamente para um bem comum”.
Portanto, evidenciar alguns problemas que a sociedade lituana está enfrentando: “Atualmente nos encontramos diante de desafios como a grande imigração, a alta porcentagem de dependentes do álcool e de suicídios e também de divórcios, problemas que em parte foram influenciados pelas feridas do passado”.
O Papa encontrará uma Igreja que sofreu o martírio
Um outro elemento importante, sublinhou Dom Grušas, é o martírio que viveu a Igreja da Lituânia. “Penso – explica – que o Papa, visitando estes países, visitará os lugares onde as pessoas sofreram, onde a Igreja sofreu. As pessoas aprenderam a lição da importância da oração pelo renascimento: os últimos 25 anos foram anos de renascimento para a nossa Igreja, pelos sofrimentos e feridas que sofreu e que agora estão dando muitos frutos.
Um dos lugares que o Papa visitará na Lituânia – evidencia o bispo – é a prisão do KGB e visitará também o memorial do Holocausto dos judeus no gueto. Esses são sinais das grandes feridas no Corpo de Cristo que sofremos nos últimos cem anos. A oração e a cura das feridas são o modo pelo qual a sociedade pode ir adiante”.
OS PAÍSES BÁLTICOS
Estônia, Letônia e Lituânia formam os Países Bálticos, essas nações estão localizadas na porção nordeste do continente europeu, na costa leste do mar Báltico. Juntos, possuem extensão territorial de 174.800 quilômetros quadrados e população de 6.876.172 habitantes.
Essas três nações integraram a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e declararam suas independências em 1991, passando, portanto, a serem Estados autônomos.
Com o fim da URSS em 1991, as ex-repúblicas soviéticas, juntamente com a Rússia, criaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que consiste num bloco econômico cujo principal objetivo é estabelecer um sistema econômico e de defesa entre as nações. De todas as ex-repúblicas soviéticas, somente os Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) nunca integraram a CEI, pois essas nações, desde a independência, sempre tentaram diminuir as relações políticas com a Rússia, principal integrante do bloco.
Atualmente, os Países Bálticos são membros da União Europeia (UE) e apresentam elevadas taxas de desenvolvimento econômico: média de 6% ao ano. O desenvolvimento social também tem sido promovido nessas nações, com elevações constantes no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
No entanto, os Países Bálticos apresentam problemas vinculados ao período de integração na União Soviética. Todas essas nações possuem uma parcela da população de origem russa, na Estônia e na Letônia, por exemplo, 30% da população é de origem russa. Esse fato faz com que a Rússia exerça forte pressão na política interna desses países, tentando exercer influência nos assuntos políticos e econômicos da região.
Fonte: Vatican News