Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Juventude Franciscana faz campanha por Direitos Humanos na Baixada Fluminense

12/12/2014

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jufraA Juventude Franciscana (Jufra) da Catedral de Santo Antônio, de Duque de Caxias (RJ), participou da 5ª Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos, promovida pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação (DHJUPIC) que este ano teve como tema “Mobilidade Humana e Direitos” e o lema “Pelo direito de migrar. Pelo direito de não migrar”.

A fraternidade local “Mensageiros de São Francisco” promoveu de 1 a 10 de dezembro o debate do tema em suas reuniões e realizou uma panfletagem nas principais ruas da Cidade de Duque de Caxias (RJ), para chamar a atenção para a questão e denunciar as raízes da mobilidade forçada e as violações dos direitos humanos. A  mobilização contou com o apoio da Fraternidade Santo Antônio, vinculada à Ordem Franciscana Secular, e contribuiu para divulgar a Jufra entre os jovens da cidade e difundir a espiritualidade franciscana secular.

O dia 10 de dezembro, foi fixado como o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A data foi instituída em 1950, dois anos após a Organização das Nações Unidas (ONU) adotar a Declaração Universal dos Direitos Humanos como marco legal regulador das relações entre governos e pessoas para uma cultura de paz e de não violência.

A Jufra local percorreu paróquias, feiras, praças e ruas da cidade para dar visibilidade aos problemas enfrentados pelos migrantes, exigindo que se criem condições para que a migração seja uma decisão voluntária e não imposta, minimizando os impactos da decisão. O direito de migrar se completa com o direito de não migrar, de exigir condições reais de vida na região ou no país onde a pessoa nasceu e possui suas raízes familiares e culturais.

A mobilidade humana é um fenômeno bastante comum no nosso dia a dia. Em uma sociedade cada vez mais globalizada, a migração se torna uma dimensão essencial das questões sociais, econômicas, políticas e culturais do mundo atual.  O aprofundamento das questões nos permite  perceber o quanto são comuns as violações dos direitos das pessoas, da integridade e da dignidade humana, reflexos de uma cultura do “descartável”, individualista e de um sistema econômico desumano e injusto, em que o valor econômico sobressai ao valor da vida.

Este ano, a Igreja Católica, com o apoio da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – escolheu como tema para a Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). O tema abordou a situação daqueles que são enganados pelo crime organizado e usados para o tráfico humano, de trabalho, de órgãos e a prostituição, situações que afetam diretamente a dignidade humana ou a vida em sentido geral.

As pessoas, geralmente, são atraídas com falsas promessas de melhores condições de vida em outras cidades ou países e ali são cruelmente usadas e escravizadas, gerando fortunas para consciências inescrupulosas e vorazes. A maioria das pessoas traficadas vive em situação de pobreza e grande vulnerabilidade. Isso facilita o aliciamento com falsas promessas de vida melhor.

A mensagem do papa para o próximo Dia  Mundial dos Migrantes e Refugiados, que será celebrado em janeiro de 2015, tem como tema “Igreja sem fronteiras, mãe de todos”. Papa Francisco faz um apelo para propagarmos a cultura do acolhimento, da solidariedade, da paz e do bem, especialmente pelos mais vulneráveis e marginalizados.

“A Igreja, peregrina sobre a terra e mãe de todos, tem por missão amar Jesus Cristo, adorá-lo e amá-lo, particularmente nos mais pobres e abandonados; e entre eles contam-se, sem dúvida, os migrantes e os refugiados, que procuram deixar para trás duras condições de vida e perigos de toda a espécie”, escreve o papa. Os movimentos migratórios solicitam um aprofundamento e reforço dos valores necessários para a convivência harmoniosa entre pessoas e culturas.

Francisco destaca que é necessária “a cultura do encontro, a única capa de construir um mundo mais justo e fraterno” e recorda que o movimento migratório, pela sua dimensão, mas também pelos problemas sociais que acarreta, interpela todos, Estados, Organizações Internacionais, Igreja a fim de se poder dar uma resposta sistemática e concreta, capaz de regular e gerir de forma eficaz o fenômeno.

A mensagem louva os esforços feitos em diversos níveis, mas sublinha a necessidade duma ação mais incisiva e eficaz, uma rede universal de colaboração baseada na dignidade da pessoa humana e que ponha termo ao vergonhoso e criminoso tráfico de seres humanos. A solidariedade, para com os migrantes e refugiados, frisa o Papa, há que unir uma ordem econômica e financeira mais justa e maior empenho para a paz no mundo, condição indispensável de todo o verdadeiro progresso.

O papa conclui a sua mensagem dizendo aos migrantes e refugiados que têm um lugar especial no coração da Igreja e exorta-os a não perderem a confiança e a coragem.

Neste sentido, os jovens também são chamados a construir uma nova realidade e com esta V Jornada Franciscana pelos Direitos Humanos, a pretende debater a mobilidade urbana com a finalidade de contribuir com a criação de condições para que o Evangelho seja bem mais vivido em nossa sociedade por meio de promoção de uma cultura da paz, fundamentada na justiça social.

Chegam de todos os cantos do país notícias de injustiças e violências as mais diversas. Nossa sociedade se torna cada vez mais insegura, e a convivência entre as pessoas cada vez mais difícil e delicada. A JUFRA quer, através da Igreja, contribuir para que esse processo seja revertido através da força transformadora do Evangelho. Todos somos convidados a uma profunda conversão, e a assumir as atitudes e opções de Jesus, únicos valores capazes de garantir, de verdade, a eficaz construção de uma sociedade mais justa e solidária e, conseqüente, mais segura.

A luta por direitos é diária e deve fazer parte da rotina de quem se sente chamado a viver o carisma franciscano. Não deixem de enviar os registros das fraternidades que já realizaram a jornada e caso sua fraternidade ainda não tenha realizado, não fiquem fora dessa.

Cláudio Santos, especial para este site