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Iraque – Patriarca caldeu Sako: Maria aproxima cristãos e muçulmanos

02/03/2023

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                                                                                    Nossa Senhora de Giovanni Battista Salvi da Sassoferrato, Século 17 (Wikipédia)

“Maria ocupa uma posição única. Ela aproxima cristãos e muçulmanos”. Foi o que reiterou o cardeal Louis Raphael Sako, patriarca da Igreja caldeia, em um discurso dirigido a uma plateia de estudiosos e ouvintes cristãos e muçulmanos e inteiramente dedicado à Virgem Maria como uma figura cara aos corações das multidões de crentes, tanto no cristianismo quanto no islamismo.

A homenagem a Maria como inspiradora da proximidade entre crentes do islã e do cristianismo foi expressa pelo patriarca caldeu durante a noite de diálogo islâmico-cristão organizada em Bagdá com a contribuição organizacional do movimento católico francês Efesia (que há anos organiza encontros sob o título “Junto com Maria”), do Trabalho do Oriente e dos Padres Dominicanos de Bagdá.

O encontro, dedicado ao tema “A Virgem Maria nos une” e realizado no dia 24 de fevereiro na Catedral Latina de Bagdá, contou também com a presença de um grupo de religiosos xiitas de Najaf e membros do Conselho jurídico sunita de Bagdá. Trechos do Evangelho e do Alcorão foram lidos durante a noite, que terminou com algumas intervenções sobre a condição feminina.

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Em seu discurso, o patriarca Sako enfatizou que as diferenças doutrinárias entre o cristianismo e o islamismo em relação à figura de Maria podem ser “avaliadas e compreendidas objetivamente”, no contexto de relações sinceras.

Na experiência cristã – observou o patriarca – a pessoa de Maria está ligada ao mistério de Cristo. Seu papel e sua grandeza são reconhecidos e celebrados “através de seu relacionamento com seu Filho, e nunca separadamente d’Ele”.

A fé de Maria e sua esperança “repousam sobre sua absoluta confiança em Deus e seu abandono total a Ele”. Referindo-se depois à “Mariologia islâmica”, o cardeal iraquiano lembrou que o Alcorão fala de Maria em várias ocasiões, e dedica a ela toda uma Sura. O Livro Sagrado do Islã reconhece a virgindade da Mãe de Cristo e sua pureza imaculada.

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No Alcorão, são feitas referências a todas as etapas da vida de Maria: a Anunciação, sua gravidez, o nascimento de Jesus, a apresentação no templo e a dormição. Além disso, o primaz da Igreja caldeia observou que “Maria tem um lugar especial na piedade popular islâmica, vez que as mulheres muçulmanas visitam constantemente os santuários marianos”.

Como um apêndice de seu discurso, o patriarca Sako também enfatizou que “o cristianismo considera o homem e a mulher como criados à imagem e semelhança de Deus”, e, portanto, dotados da mesma dignidade e direitos. O cristianismo – acrescentou o cardeal – rejeita a poligamia como sendo contrária ao plano de Deus expresso na criação.

“Deus – disse o patriarca Sako, entre outras coisas – poderia ter dado a Adão mais mulheres como companheiras, mas em vez disso deu apenas uma, Eva”. Respeitando a ordem da criação desejada por Deus, o cristianismo “considera a poligamia contrária à natureza humana e à vontade de Deus”, e reconhece que “somente o casamento entre um homem e uma mulher é fonte de estabilidade e harmonia”.


Fonte: Vatican News om Fides