Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Jeâ: “Serás arauto da alegria e da conversão!”

10/12/2012

Notícias

Frei André Luiz da Rocha Henriques

Eram 9 horas da manhã, dia 9 de dezembro de 2012, e os fiéis acorriam à igreja para celebrar o Advento do Senhor. A liturgia deste tempo nos propõe uma alegria contida, na expectativa pelo Senhor que vem. Contudo, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem (Rocinha, Rio de Janeiro-RJ), repleta de fiéis, transbordava de alegria no Senhor pela ordenação diaconal de Frei Jeâ Paulo Andrade. O bispo ordenante, Dom Edson de Castro Homem (Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro), recorrendo às leituras deste 2º Domingo do Advento, recordou ao ordenando que, como diácono, uma dupla missão lhe era conferida: ser arauto da alegria e da conversão.

“Despe, ó Jerusalém, a veste de luto e de aflição, e reveste, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus” (Br 5,1). Dirigindo-se familiarmente aos fiéis, Dom Edson lembrava o antigo costume de viúvos, e principalmente viúvas, portarem, até mesmo por muitos anos, vestes de luto. Refletia sobre a urgente necessidade de se anunciar o Evangelho da Alegria, a fim de que a alegria de Cristo encha toda a terra. Como filho do Seráfico Pai São Francisco, Frei Jeâ é especialmente chamado a ser arauto desta Boa Nova, pois “um franciscano triste é um péssimo franciscano”.

Porém, é igualmente urgente a necessidade de se anunciar o Evangelho da Conversão, como um sincero convergir do coração do ser humano a Deus, seu Criador. Este anúncio não se contrapõe àquele, mas testemunha que só existe verdadeira alegria quando se caminha junto do Senhor. Como arauto da conversão, Frei Jeâ recebe como modelo a figura austera do precursor, João Batista, personagem central do Evangelho deste Domingo.

Acolhendo o chamado e a missão que o próprio Senhor lhe confiava neste momento, Frei Jeâ confirmou diante da Igreja e de seu pastor, o seu firme propósito de cumprir fielmente o ministério diaconal. Reconhecendo, porém, as grandes exigências deste ministério e a necessidade da graça divina, Frei Jeâ prostrou-se por terra, enquanto Dom Edson convidava toda a comunidade a implorar, juntamente com todos os santos e santas de Deus, por este irmão eleito para o ministério diaconal.

Após a solene imposição das mãos do bispo e a Prece de Ordenação, Frei Jeâ foi revestido com a estola diaconal, recebeu das mãos do bispo o Livro dos Evangelhos e o abraço da paz do bispo e de seus confrades. Prosseguiu-se, então, a Celebração Eucarística, contando agora também com a assistência do neodiácono.

Antes da bênção final, a comunidade da Rocinha prestou uma belíssima homenagem a Frei Jeâ: o pequeno Filipe, vestido de hábito franciscano, entrou pelo corredor central entoando um canto que dizia: “Para onde mandar eu irei. Teu amor eu não posso ocultar. Quero anunciar para o mundo ouvir que Jesus é o nosso Salvador”. De fato, esta ordenação tinha também um caráter de envio, pois Frei Jeâ estava sendo transferido dos estudos teológicos de Petrópolis e dos trabalhos pastorais na Rocinha para uma nova missão.

Frei Jeâ, tomando então a palavra, agradeceu à comunidade tornando suas as palavras do Apóstolo Paulo aos filipenses: “Irmãos: Sempre em todas as minhas orações rezo por vós, com alegria, por causa da vossa comunhão conosco na divulgação do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós, com a ternura de Cristo Jesus. E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais” (Fl 1,4-5.8-9a). Era este seu lema de ordenação, e também a herança que deixava aos fiéis – e amigos – que ao longo de dois anos acompanhara pastoralmente.

Dada a bênção final ao neodiácono e aos fiéis, todos foram convidados a se confraternizarem no almoço paroquial.