Érika Augusto

São Paulo (SP) – Esta foi a mensagem deixada por Frei Diego Melo, pregador do terceiro dia da novena no Santuário e Convento São Francisco, no centro da capital paulista. O chamado não provoca apenas os religiosos e religiosas, mas todos os seguidores e admiradores do santo de Assis.

Nesta quinta-feira (27/9), a novena refletiu o verso “Onde houver desespero, que eu leve a esperança”, da Oração pela paz, atribuída a São Francisco. Na primeira leitura, a liturgia retomou o episódio do encontro de Francisco com o leproso. “Para Francisco de Assis, o gesto de descer do cavalo e ir ao encontro daquele leproso, oferecendo um beijo e um abraço, significava um ato altamente heroico, um ato profético, um ato que rompia com todas as estruturas e lógicas da época”, afirmou, comparando com o gesto de Jesus, que cura os dez leprosos, conforme a passagem no Evangelho segundo Lucas (cf. Lc 17, 11-19).

“Jesus e São Francisco acreditavam que o gesto de se aproximar dos excluídos oferecia esperança para aquelas pessoas. São Francisco acreditava que diante daquele que era tido como morto para a sociedade, oferecer um pouco de atenção, um abraço e um beijo, significava fazer aquela pessoa sair do desespero e novamente reencontrar a esperança”, explicou, recordando o lema episcopal de Dom Paulo Evaristo Arns:  “De esperança em esperança”.

Frei Diego acrescentou que nos dias de hoje existem muitas lepras, não a doença, que hoje é conhecida como hanseníase, mas situações que oprimem e isolam as pessoas, como a falta de sentido, corrupção, ódio, intolerância, vingança, preconceito. “Diante destas lepras, nós, franciscanos, precisamos levar a esperança, reacordar no coração das pessoas essa esperança de que não é por esse caminho. Não é pelo caminho do preconceito, do ódio, da falta de sentido. Não é por esse caminho que nós vamos trilhar os passos de Jesus. Redescobrir a esperança significa mostrar para as pessoas e para nós mesmos uma alternativa diante de um mundo e de um sistema que prega a morte, o ódio, a exclusão. Precisamos detectar as fontes deste desespero. Diante de tantas lepras, precisamos sair de nossa comodidade, sermos arautos de um novo mundo possível”, concluiu.

Ao final da celebração, os presentes receberam a bênção através das mãos de Frei Diego, Frei Marx Reis e Frei Odorico Decker.

A Novena no Convento e Santuário São Francisco acontece até o dia 3 de outubro, de terça a sexta às 15h e segunda-feira ao meio-dia. No domingo, 30 de setembro, acontece a procissão, saindo do Mosteiro São Bento às 9h30. Em seguida, às 10h30,  será celebrado o 6º dia da novena, presidido por Dom Mathias Tolentino Braga, abade do Mosteiro.

No dia 3, quarta-feira, haverá a celebração do Trânsito de São Francisco, às 18h.

No dia 4, dia de São Francisco, haverá missa às 7h30, 9h, 10h30, 12h, 13h30, 15h, 16h30 e 18h. Durante todo o dia haverá barracas no lado externo com comidas típicas, adoção de animais, bênção das criaturas, venda de pão do convento e muito mais.