“Ninguém fica deitado na barca; ela é símbolo do serviço”
29/06/2018
Frei Augusto Luiz Gabriel
Pato Branco (PR) – O dia de sol garantiu um cenário belíssimo para a Festa da Solenidade de São Pedro Apóstolo em Pato Branco (PR), nesta sexta-feira (29/06). A solene Celebração Eucarística das 9h30 envolveu todas as comunidades e pastorais. Todos juntos louvaram e agradeceram a Deus pelos 70 anos da Paróquia e pelo bom êxito da 88ª Festa do Padroeiro.
A presidência da celebração ficou a cargo do pároco Frei Olivo Marrafon. Frades que atendem a região de Mangueirinha e Chopinzinho também marcaram presença, bem como o Pe. Mário Algacir Venturin da Paróquia Cristo Rei, além de todos os frades da Fraternidade anfitriã do evento. A Santa Missa foi transmitida pela Rádio Celinauta e Tv Sudoeste, ambas da Rede Celinauta de Comunicação.
Representantes das comunidades, movimentos, pastorais e serviços trouxeram na procissão de entrada um barco representando cada setor da Paróquia. No altar, ao lado do presbitério montado especialmente para a celebração, os barquinhos foram colocados e formaram um bonito cenário.
No Ato Penitencial, Frei Olivo convidou a comunidade a contemplar o belo painel da Igreja, que fica atrás do altar, obra do artista Lorenz Johannes Heilmair, e nele perceber que a figura de Pedro é representada como um homem humilde e disposto. “Olhando para este painel nós queremos com Pedro reconhecer nossas fraquezas e pedir o perdão que se mostra pelo serviço do lava-pés, ilustrado no centro, que purifica e redime nossas fraquezas”, convidou o celebrante no inicio da celebração.
NÃO SEJAMOS CRISTÃOS MORNOS
Coube a Frei Neuri Reinischi fazer a homilia. O frade enfatizou que Pedro foi um homem extraordinário. Quando interpelado por Jesus sobre o seu amor, foi pronto e disponível em afirmar que o Senhor sabia de tudo, inclusive que ele O amava.
Segundo o frade, nas leituras do dia, Pedro aparece fazendo milagres e exaltando a graça de um Deus que opera milagres nas pessoas. Por isso, acontece a manifestação da fé, do Reino de Deus. No Evangelho, Jesus pede uma prova de fé e amor a Pedro. Se ele O negou três vezes, outras três vezes também ele manifestou o quanto O ama.
“Em Pedro nós temos uma das figuras mais emblemáticas da história bíblica. De um lado vemos um homem pescador, que ao ser chamado por Jesus largou tudo para O seguir. Não pensa duas vezes, vai de imediato. Ele não vai sozinho; seu irmão foi com ele. Quanto foi perguntado sobre o que diziam os homens ser o Filho do Homem, Pedro rapidamente respondeu que Jesus é o Messias, o Filho de Deus vivo. Ele é rápido para responder. Quando Jesus fala do tempo da provação que o Filho do Homem iria sofrer e ser crucificado, Pedro pede para que Deus não permita que isso aconteça, e Jesus diz: ‘Afasta-se daqui satanás’. Na mesma prova ele é capaz de tirar um zero e um dez ao mesmo tempo”, explicou o frade.
Frei Neuri fez um paralelo com o número três, presente na vida de São Pedro. Pedro negou por três vezes que conheceu Jesus. Por outro lado, por três vezes admitiu que ama Jesus. “Isso tudo para dizer que ele também sentiu dúvidas, mesmo sendo uma pessoa de fé, sentiu dúvidas”, refletiu o frade.
Para Frei Neuri, o ser humano se parece muito com a figura de São Pedro. “Nós nos parecemos muito com esse homem tão emblemático, controvertido. Ora ele é capaz das maiores manifestações de amor, ora das maiores manifestações de ira, de raiva”, explicou o frade, para quem com as pessoas de fé não é diferente.
“Ora pessoas com fé, outro momento pessoas incrédulas, ou diante das dificuldades fogem. Ora somos fiéis, ora infiéis. Mas o que podemos aprender com tudo isso? Primeiramente, todos nós temos certeza que somos chamados por Deus. Se estamos aqui é porque Deus tem uma missão para nós. Somos queridos, somos amados por Deus. Que nossa resposta também seja imediata de dizer sim a Deus! Quando somos chamados, que saibamos responder sim à vida, à comunidade, à Igreja. Olhemos para a nossa realidade, quantas pessoas deixaram literalmente suas casas para dedicar-se ao serviço do Reino?! E não é apenas por tradição, não! É por amor, gosto, vontade! Só consegue fazer isso quem tem fé e acredita neste projeto”, emendou.
Frei Neuri acredita que São Pedro ensina às pessoa, que se dizem cristãs, a não serem mornas ou ficarem em cima do muro. Enfatizou que todos correm o risco de errar, mas que tentar acertar vale a pena. “O que não podemos é ficarmos mornos e deixarmo-nos levar pelas marés da vida. Como cristãos que somos, sal da terra e luz do mundo, é preciso sermos decididos! Podemos errar, sim, como vamos errar, mas quem nunca tentou já começou errado”, observou o frade.
No final fez uma pergunta para a assembleia: qual é a diferença de São Pedro e São Judas?. Segundo ele, quando Pedro nega Jesus por três vezes e depois é capaz de dizer que ama Jesus por três vezes, é porque ele acreditou no perdão de Deus. Por outro lado, Judas pelo seu orgulho, desesperou-se e não acreditou no perdão de Deus. “Está é a diferença, acreditar na misericórdia de um Deus que é bom”, revelou.
“Portanto, enquanto cristãos, sejamos decididos na vida, nos nossos trabalhos. Precisamos carregar em nossa vida a cruz da vitória pelo nosso testemunho. É preciso saber cuidar das coisas que são do mestre, do Reino, da Igreja que é de Cristo. Que Deus nos ajude a conduzir a comunidade a instância do além!”, finalizou.
AQUELE QUE DEVEMOS SEGUIR
Nos agradecimentos, a catequizanda Maria Fernanda, em nome de toda a pastoral da catequese, leu a seguinte mensagem: “Existe uma história na Bíblia muito interessante, está em Marcos capítulo 4. Nesta história, o mar representa a vida de um modo geral, o barco a nossa vida pessoal, os discípulos somos nós e Jesus é o convidado especial. Por outro lado, como na evangelização eclesial, a barca é colocada simbolicamente representando a Igreja, podemos complementar dizendo: Que a Igreja é a barca e Simão Pedro o seu primeiro chefe, onde se encontra Jesus, aquele que devemos seguir”.
Em seguida, um grupo de crianças, portando uma Bíblia em suas mãos e uma rede, entraram pelo corredor central, e apresentaram uma bonita encenação. Em cima de um barco, já na frente do altar, um menino apareceu com uma enorme chave, representando São Pedro como chave da Igreja. “Quem anda na barca não pode ficar indiferente. Quem está na barca precisa colaborar também. Ninguém fica deitado na barca; ela é símbolo do serviço”, destacou o pároco Frei Olivo.
AGRADECIMENTOS
No final da celebração, Frei Olivo também agradeceu às comunidades que participaram e animaram os dias da Novena em preparação à festa. “Já com saudades destes dias em que convivemos, recebam nosso abraço fraterno”, leu o comentarista.
“Rendemos graças ao Pai por todos os que assumiram com amor, alegria e responsabilidade a missão de ser discípulos missionários e, assim como Pedro, assumiram a palavra que gera a vida ao longo destes 70 anos de existência da Paróquia São Pedro”, agradeceu o pároco e rezou um Pai-nosso por todos que se encontravam trabalhando no Salão Paroquial.
O dia da Festa de São Pedro continuou com os festejos no salão. Os participantes puderam aproveitar uma deliciosa “churrascada”, além de doces e quitutes em geral. à tarde, os jogos do bingo animou o evento.