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Convite ao Diaconato de Frei Ruan Felipe Sguissardi, que detalha sua trajetória de fé e seu chamado ao serviço

11/12/2025

Notícias

A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil tem a grata alegria de convidar a todos para a celebração da Ordenação Diaconal de Frei Ruan Felipe Sguissardi que ocorrerá no dia 20 de dezembro, às 18h. A Celebração de Ordenação, bem como esta nova etapa da caminhada vocacional de Frei Ruan, há de ser vivida dentro do espírito do seu lema tirado da Sagrada Escritura e que diz: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2, 5), e acontecerá na Comunidade Santana da Paróquia São Francisco de Assis, em Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro. 

A indicação para a ordenação do religioso foi concedida após o Ministro Provincial ter consultado os professores, os responsáveis pelas atividades evangelizadoras e ter analisado o relatório apresentado pelo Animador da Formação para as Ordens Sacras e seu Definitório, confirmando a aptidão do Frei Ruan para tal serviço à Igreja e ao povo de Deus.

O grau que o frade receberá é o do Diaconato Transitório, um passo importante em seu caminho vocacional que o prepara para a futura Ordenação Presbiteral. O diácono, configurado a Cristo Servo, é chamado a exercer o tríplice ministério da Igreja: o ministério da Palavra, proclamando o Evangelho e instruindo os fiéis; o ministério da Liturgia, auxiliando o presbítero no altar e podendo administrar sacramentos como o Batismo; e o essencial ministério da Caridade, dedicado ao serviço dos mais necessitados. 

Esta Ordenação, embora transitória, não é menos definitiva em sua entrega, pois confere a Frei Ruan o selo sacramental que o configura ao serviço de Cristo e da Igreja, sendo um sinal vivo da caridade e humildade de Deus no mundo. O rito é um aprofundamento do seu compromisso com a forma de vida inspirada no Evangelho, na qual a caridade se manifesta na prática diária, sendo o serviço a expressão mais autêntica do amor a Deus e aos irmãos.

Para a Comunidade Santana e toda a Paróquia São Francisco, em Duque de Caxias, a celebração é um momento de grande júbilo e renovação vocacional. A presença e a oração dos fiéis são essenciais, não apenas para a beleza da cerimônia, mas como um gesto de comunhão que sustenta o novo diácono em sua missão.

A Província Franciscana convida a todos a participarem deste momento de grande importância e a unirem-se em oração por este irmão que se coloca  na escuta do serviço e da missão! Confira o convite da celebração no fim do artigo!

Entrevista com o Ordenando, Frei Ruan Felipe Sguissardi

Natural de Chopinzinho, no Paraná, onde nasceu em 19 de janeiro de 1998, Frei Ruan Felipe Sguissardi iniciou sua trajetória na formação à vida religiosa franciscana em 2013, ao ingressar no ensino médio no então Seminário Menor São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC). Sua caminhada de consagração continuou com o vestimento do hábito franciscano em 15 de janeiro de 2017 e a realização da primeira profissão na Ordem dos Frades Menores em 8 de janeiro de 2018. Mais recentemente, em 16 de setembro de 2023, ele professou solenemente seus votos na vida religiosa e, atualmente, reside na Fraternidade São Francisco de Assis, justamente em Duque de Caxias (RJ).

Abaixo, confira uma entrevista com o ordenado Frei Ruan Felipe Sguissardi, onde ele detalha sua vocação e a alegria de se colocar a serviço da Igreja e dos mais necessitados.

Frei Ruan, conte um pouco da sua história vocacional. Suas origens, sua trajetória e caminhada até esse momento da Ordenação Diaconal. 

Frei Ruan – A minha história vocacional nasceu de um desejo simples, mas profundamente simbólico. Sabemos que a palavra vocação significa “chamado” e o meu discernimento começou justamente por meio de um chamado muito concreto. Foi no final de 2011, quando o Frei José Idair Ferreira Augusto esteve em minha Comunidade natal para celebrar a missa e, ao final, me convidou para participar dos encontros vocacionais que seriam orientados pelo Frei Laurindo. Na hora fiquei sem reação. Alguns dias depois, recebi uma ligação do próprio Frei Laurindo perguntando se eu gostaria de iniciar o acompanhamento vocacional. Respondi que sim, pois queria conhecer melhor esse caminho. Assim, em 2012, fiz o acompanhamento e, em 2013, ingressei no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), onde cursei o Ensino Médio.

Em 2016, vivi o tempo do Postulantado em Guaratinguetá (SP). No dia 15 de janeiro de 2017 vesti o hábito franciscano e em 8 de janeiro de 2018 fiz minha Primeira Profissão em Rodeio (SC). Entre 2018 e 2020 fiz os estudos de Filosofia no Paraná. Em 2021 realizei meu ano missionário no Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), onde também ajudei no SAV provincial. Em 2022 fui transferido para Petrópolis (RJ) para iniciar os estudos de teologia. No dia 16 de setembro de 2023 fiz minha Profissão Solene na Ordem dos Frades Menores e, agora, no final de 2025, concluí meus estudos de teologia. E, desde o início desse ano, resido na Fraternidade São Francisco de Assis em Duque de Caxias (RJ).

Frei Ruan, como é para você esse passo de servir a Igreja como diácono? 

Frei Ruan – Para mim, assumir o ministério diaconal é um grande gesto de confiança na graça de Deus. A Ordenação não é algo para mim, mas para a Igreja e para o povo de Deus; somos ordenados para estar a serviço. Por isso, percebo que o diaconato é um chamado à vigilância do serviço e da humildade. É um passo que me pede maior entrega, coerência, fidelidade e responsabilidade. Sinto também que é uma graça de viver aquilo que, desde a profissão religiosa, devemos procurar ser como frades menores, ser presença fraterna de paz em um mundo tão marcado pela violência, sendo instrumento de reconciliação e de escuta.

Anunciar o Evangelho e estar ao serviço dos necessitados, comente um pouco acerca da espiritualidade do diaconato…

Frei Ruan – É olhando para Jesus Cristo que podemos compreender o serviço diaconal. Jesus é a fonte e a origem do ser diácono; por isso, a espiritualidade do diaconato nasce do coração de Cristo Servo. Ele mesmo afirma: “Eu vim para servir e não para ser servido” (Mt 20, 28). Assim, o diácono é aquele que vive com os olhos voltados para duas mesas: a da Palavra e a dos necessitados. Ser ordenado diácono é assumir um ministério de serviço cujo centro é o anúncio do Evangelho. Isso significa permitir que a Palavra molde o nosso coração e se torne vida encarnada. Não se trata apenas de proclamá-la, mas de testemunhá-la com gestos concretos. Para mim, a espiritualidade diaconal é profundamente evangélica: nasce da escuta, se alimenta da oração e se concretiza no serviço humilde e fraterno.

Explique-nos um pouco do lema escolhido para a Ordenação e também da arte do convite… 

Frei Ruan – O lema que escolhi para a minha Ordenação é “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Esse versículo se encontra no episódio das Bodas de Caná, o primeiro sinal realizado por Jesus no Evangelho de João. Nesse episódio, vemos a atenção dos que servem quando o vinho acaba, em especial, a própria Mãe do Senhor. Esse lema também expressa a obediência confiada à vontade de Cristo, a escuta atenta e a disponibilidade do servo, que não age em nome próprio, mas em nome do Senhor.

A arte do convite, feita por Frei Fábio Vasconcelos, da Custódia São Benedito da Amazônia, traz uma bela representação desse relato dos Evangelhos. O desenho, composto por traços delicados e contínuos, apresenta Jesus, Maria e os servos, destacando o gesto de escuta e prontidão característico daquele momento.

Essa cena é profundamente simbólica para o ministério diaconal. Em Caná, os servos vivem aquilo que define a identidade do diácono: ouvir a Palavra de Cristo e colocá-la em prontidão e ação. A presença de Maria, que aponta para o seu Filho e orienta os servos, recorda a obediência confiante à vontade de Deus. A figura de Jesus, serena e central, indica a fonte da missão: é Ele quem transforma, quem oferece o vinho novo e renova a vida. Os traços suaves e as cores leves da arte evocam a simplicidade e a alegria do serviço, refletindo também a espiritualidade franciscana que procuro viver. 

Que mensagem você deixaria para os jovens que estão em processo de discernimento vocacional? 

Frei Ruan – Aos que estão em discernimento vocacional, deixo uma palavra de incentivo e esperança. A vocação é um diálogo entre Deus e o coração humano e esse diálogo pede três atitudes fundamentais: escuta, coragem e entrega. Lembre-se: Deus não chama os perfeitos; Ele chama os disponíveis. Quem se abre ao chamado descobre uma felicidade verdadeira, construída na doação, no serviço e no amor. Seja qual for a vocação: religiosa, presbiteral, matrimonial ou laical, Deus deseja que sua vida seja plena.

Se você sente uma inquietação, um desejo ou um chamado silencioso, não tenha medo. Procure acompanhamento, participe da vida da Igreja, aproxime-se dos sacramentos.  E não esqueça: a vocação cresce quando é partilhada! Quem coloca a vida nas mãos de Deus não perde nada. Pelo contrário, ganha tudo: sentido, missão e uma alegria que brota do coração de Cristo!


Por Frei Bruno Gonçalves Cezário e Frei João Manoel Zechinatto