Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Capela do Bingen: beleza, recolhimento, tradição e união

29/08/2016

Notícias

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Moacir Beggo

 Petrópolis (RJ) – Neste domingo, 28 de agosto, o jovem sacerdote Frei Leonardo Aureliano Santos repetiu um ritual que os frades franciscanos vêm fazendo há 115 anos em Petrópolis: a celebração da Santa Missa na bela Capela de Nossa Senhora Auxiliadora no bairro do Bingen. O domingo, de sol e céu azul cor de anil, e um clima com a cara da primavera, tornou mais belo ainda o santuário no alto do Morro São Francisco, onde os fiéis que têm fôlego e nenhum problema cardíaco podem acompanhar as 14 estações da Via-Sacra. Bastam 20 minutos para chegar ao ponto mais alto e apreciar melhor a região montanhosa da região. Devido à celebração da Profissão Solene na Igreja do Sagrado, neste domingo às 10 horas, não deu para fazer essa experiência e a subida foi feita de carro.

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A antiga capela

O Bingen é um bairro onde predomina a cultura alemã e está localizado na entrada da cidade, a 10 quilômetros do centro. Atualmente, compõe com outros pontos da cidade o pólo de compras e da moda. A história deste pequeno e belo santuário coincide a presença franciscana missionária dos frades alemães que vieram para restaurar a Província da Imaculada Conceição. O primeiro grupo de franciscanos a se instalar em Petrópolis tinha três frades: Frei Ciríaco Hielscher, Frei Zeno Wallbröhl e Frei Mariano (irmão leigo). A comunidade franciscana do Sagrado foi fundada no dia 16 de janeiro de 1896.

bingen_290816_3No ano de 1899, a família Meyer havia construído no morro uma pequena capela. João Gustavo Statzner, casado com uma das filhas do casal Meyer, e avô de Frei Camilo da Silva, era um fiel frequentador da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, fazendo parte do coro de cantores formado por operários. A seu convite, esse coro de cantores um dia foi convidado para conhecer esta pequena capela. O grupo, acompanhado por Frei Estanislau, mal coube dentro da pequena construção. Mas a pequena ermida cativou os visitantes, que imediatamente se juntaram para evitar um processo que corrosão em estado avançado.  Desde logo, os cantores ofereceram alguns milhares de tijolos, atendendo ao apelo de André Deister, a quem coube a ideia de reconstruir esse espaço sagrado.

Foi nessa época que o Convento do Sagrado adquiriu o morro, pagando por ele a importância de um conto de réis, e dando-lhe a denominação de São Francisco. O mestre de obras, Jorge Justen, comandou a construção, tendo apoio de famílias como os Winter, Troyack, Justen Vogel e outras. No ano seguinte, a capelinha estava reconstruída e na segunda visita dos cantores, surgiu a iniciativa de fazer um templo maior ainda. Os frades do Sagrado concordaram e, com o apoio das famílias, Frei Jacob Hoefer chefiou a empreitada, Frei Estanislau traçou as plantas e a obra se tornou uma realidade. Frei Jacob também cuidou de construir a Igreja viva do Bingen, ao fundar a Liga de Nossa Senhora Auxiliadora. Em 4 de agosto de 1901, às 15 horas, Frei Ciríaco benzeu o lindo estandarte da Liga de N. S. Auxiliadora.

O novo templo foi inaugurado e abençoado no dia 8 de outubro de 1901, pelo bispo diocesano Dom Francisco do Rêgo Maia. A Missa precisou ser campal para acolher a multidão que veio conhecer a nova capela.

Frei Humberto Zeller, um dos primeiros capelães, teve o cuidado construir uma estrada para que a subida fosse mais confortável de carro, principalmente para pessoas idosas.

Em 1919, a igreja do Sagrado Coração de Jesus passou por uma reforma e um dos altares laterais em estilo gótico foi doado para a capela no morro do Bingen, a fim de substituir o primeiro que apresentava as linhas do estilo colonial. Dois vitrais belíssimos também acompanharam essa doação e as simples estações da Via-Sacra na ladeira da colina se tornaram sólidas capelinhas.

No ano de 1946, a Capela foi completamente reformada e aumentada – ficou em pé somente a torre da construção anterior – e pôde celebrar solenemente, em 1951, o seu cinquentenário.

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Lugar silencioso, próprio para o recolhimento, é também uma comunidade acolhedora como se pôde ver na Celebração Eucarística deste domingo. A tradição comunitária continua como antigamente, e os fiéis agora se unem vendendo pastéis e salgados depois da Missa para angariar fundos visando a nova reforma no entorno da igreja.