Em Petrópolis, três jovens declaram: Deus basta para eles
19/09/2015
Moacir Beggo
Petrópolis (RJ) – O Vigário Provincial, Frei Estêvão Ottenbreit, traduziu com simplicidade e profundidade a profissão solene de Frei Gabriel Vargas Dias Alves, Frei Leandro Costa Santos e Frei Marx Rodrigues dos Reis: “O que vocês hoje prometem será uma solene declaração que Deus é capaz de preencher o seu coração e fazê-los felizes”. Esse momento celebrativo foi realizado neste sábado (19 de setembro), às 16h15, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), que lotou para ver os neoprofessos da Província Franciscana da Imaculada Conceição.
Além dos concelebrantes, Frei César Külkamp, guardião da Fraternidade do Sagrado; de Frei Jorge Schiavini, guardião da Fraternidade de Duque de Caxias, Frei José Ariovaldo e o Pe. Márcio José Horácio, da Paróquia Santíssima Trindade de Nilópolis, o presbitério ficou lotado de frades que vieram de toda a Província, dos Frades Capuchinhos e Agostianianos.
O rito da profissão solene começou depois da leitura do Evangelho. O mestre Frei Marcos Andrade chamou cada um dos professandos pelo nome. Em pé, diante do Vigário Provincial, eles responderam: “Aqui estou!”. O mestre, então, fez um breve resumo da vida de cada professando. Depois, juntos, eles fizeram o pedido para serem admitidos definitivamente na Ordem dos Frades Menores.
“Creio, realmente, que Francisco de Assis continua a entusiasmar e a atrair jovens para esta causa. A presença de vocês três nesta tarde nos dá prova disso”, disse o Vigário Provincial na sua homilia. “A eles queremos dizer também uma palavra de agradecimento por acolher esta vocação a ponto de querer hoje assumi-la por toda a vida”, disse.
Segundo Frei Estêvão, por uma feliz coincidência, Frei Leandro, Frei Marx e Frei Gabriel fazem a profissão solene no ano que o Papa Francisco dedicou à vida consagrada. “Em primeiro lugar, ele certamente nos quer dizer que conta com os consagrados na tarefa de evangelizar. O Papa alimenta algumas expectativas bem concretas. Expectativas que se tornam muito significativas para o momento que estamos celebrando”, explicou.
Segundo ele, a primeira expectativa é que os consagrados sejam profetas. “Até diz que o ‘ser profeta’ deverá ser a nota característica de quem se consagra. Em outras palavras: os consagrados seguem o Senhor de uma maneira especial, de modo profético: como pessoas que testemunham Jesus nesta terra. E esta maneira de viver, de ser e agir deverá ‘despertar’ o mundo, despertar as pessoas para a mensagem de Deus e para a construção do mundo e da sociedade conforme o Plano de Deus. Na escuta de Deus, o profeta recebe a capacidade de perscrutar o mundo e a sociedade em que vive. Identificará os grandes desafios e será capaz de ajudar a discernir e, se necessário for, a denunciar os problemas e apontar alternativas”, acrescentou.
Outra expectativa do Papa é que os consagrados sejam “peritos em comunhão”. “O Papa Francisco pede que os consagrados sejam de vanguarda, sejam peritos, especialistas, desta comunhão, e que a Igreja na qual consagramos a Deus seja ‘casa e escola de comunhão’. Queremos começar na própria casa: viver em fraternidade”, observou o celebrante.
Por último, Frei Estêvão lembrou que o Papa pede alegria aos religiosos e não um seguimento triste. “É verdade. Quem se consagra a Deus, como vocês, faz renúncias. Vocês prometerão colocar a vontade própria em segundo lugar para poder abraçar prioritariamente a vontade de Deus. Vocês prometerão viver sem nada de próprio para estarem livres de qualquer amarra que os impeça de dar-se de corpo e alma na construção do Reino de Deus. Vocês prometerão viver em castidade, de não unir-se a uma só pessoa e eventualmente constituir família, para viver em Fraternidade que se abre e se coloca a serviço de todos os irmãos e irmãs”, detalhou, referindo-se aos votos.
Para Frei Estêvão, é uma renúncia bem-aventurada: “Uma renúncia que imita a Jesus a quem queremos seguir: obediente ao Pai, colocando-se em último lugar e dando a sua vida para todos”.
Segundo o celebrante, mais do que felizes, pela profissão, Deus os convida agora a partilhar de modo especial da sua alegria: a alegria de criar amando, de serem semeadores do amor, de serem irmãos e menores.
Terminada a homilia, o rito recomeçou. Os pais dos professandos acenderam uma vela no Círio Pascal e entregaram a eles para recordar a vocação batismal que neles está se desabrochando como vocação religiosa franciscana. Depois, Frei Estêvão perguntou aos professandos pelas motivações que eles trouxeram ao pedir a admissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Em seguida, ele pediu a intercessão de todos os Santos da Ordem para os novos irmãos.
Terminada a Ladainha de todos os Santos, os professandos se prostraram de joelhos diante do Vigário Provincial, colocaram as suas mãos nas mãos do Vigário, num gesto de entrega, de obediência, e leram a fórmula de profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores
Como professos eles assinam dois documentos: um de confirmação dos votos emitidos e o outro de renúncia a todos os bens, para se tornarem mais livres no seguimento com gratuidade de Jesus. Cada neoprofesso recebeu do Vigário a Regra de Vida e o rito terminou com o abraço caloroso dos confrades.
A liturgia continuou solenemente até o final da comunhão. No momento de agradecimento falou em nome do grupo Frei Leandro, ou melhor, ele cantou para falar da caminhada vocacional e agradeceu à Província, aos formadores, às famílias e a Deus pelo dom da vocação.