Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Alexandre (Xandão) é professo solene

30/09/2013

Notícias

Frei Alvaci Mendes da Luz

Ituporanga (SC) – O domingo amanheceu ensolarado, depois de um sábado chuvoso na cidade de Ituporanga. Nada melhor de que um belo dia para celebrar, em fraternidade, a profissão solene do confrade Alexandre Rohling. Afinal de contas, estava “tudo pronto, tudo preparado” para que tivéssemos uma bela festa na comunidade de Cerro Negro.

Assim se fez! Igreja lotada: confrades, amigos e benfeitores vieram de vários lugares do Brasil para participar com Frei Xandão da celebração na qual ele disse seu ‘sim’ definitivo a Deus, na Ordem dos Frades Menores. Depois de um Tríduo muito participado, de visitas às escolas e casas da região, e do empenho incansável da comunidade local, chegou o momento de festejar o dom da vida no altar.

Conduzida pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e concelebrada por vários frades, a celebração foi um misto de oração, alegria e emoção.

Depois da leitura do Evangelho, iniciou-se o rito de profissão solene, que segue a seguinte ordem: chamado do professando; apresentação de sua trajetória vocacional; diálogo com o celebrante; homilia; prostração e ladainha de todos os santos; profissão dos votos e bênção ao professando.

meioRessalto a homilia de Frei Fidêncio, que destacou o presente que são os confrades que o Senhor nos dá. São Francisco, conta o celebrante, agradece a Deus a graça de ter-lhe dado irmãos e que, todos aqueles que são conduzidos à Ordem pelo Senhor, são dádivas de Deus. Contando com a presença significativa de confrades de opção laical na celebração, o ministro aproveitou o momento para citar o empenho missionário de muitos ali presentes, que por vários anos trabalharam em terras estrangeiras: Frei Plínio Gande (missionário em Angola); Frei Odorico Decker (missionário em Angola); Frei Sérgio Calixto (missionário na Terra Santa); Frei Jorge Lázaro (missionário em Marrocos), enfim, frades, que não fizeram a opção sacerdotal, assim como frei Alexandre, mas trabalharam e trabalham incansavelmente na evangelização.

Não faltaram ainda os abraços, as saudações e as tão esperadas homenagens que, no final de cada celebração de profissão, dão um toque especial. Roupas da infância, brinquedos, quadros, tudo trazido ao altar e colocado aos pés do Seráfico Pai Francisco. A pequena Joana Berri cantou a Oração de São Francisco, cuja letra inspirou o tema de profissão e o povo capixaba, cantando o hino “Virgem da Penha”, conduziu uma réplica da imagem de Nossa Senhora da Penha, cujo convento e santuário são cuidados pelos frades e onde Frei Xandão fez estágio e amigos, até o altar e a entregou à mãe do professando, Dona Rita Rengel. Carinho de mãe, que acolhe em seus braços a Mãe de todos nós.

Por fim, as palavras do professando eram só de agradecimento: “Agradeço por tudo”, disse Frei Xandão: a Deus, à Província Franciscana da Imaculada Conceição, aos confrades, aos familiares e aos amigos. Segundo ele, não há palavras para expressar tudo o que estava sentindo no coração, e que por mais que usasse palavras, elas não diriam tudo naquele momento. E como dizia sua vó: “Meu neto, Deus te abriu os caminhos”, com certeza, Ele continuará à frente nesta caminhada abraçada, para toda a vida.

Terminada a Missa, nos esperava um belo salão comunitário todo arrumado, bem decorado e aquele delicioso churrasco já no ponto. De fato, a recepção dos amigos e confrades no salão foi bem ao modo local: regada com muita música, boa comida e uma bela apresentação de dança alemã.

Ao nosso confrade, as palavras de estimulo e perseverança na vocação. A todo o povo de Deus, nosso abraço sincero e agradecido. Temos certeza que este dia ficará gravada na história da comunidade do Cerro Negro, que tanto se empenhou para que tudo corresse bem.


Frei Alexandre Rohling vestiu o hábito de São Francisco de Assis no dia 12 de janeiro de 2007. Agora, neste domingo, dia 29 de setembro, às 10 horas, na Comunidade Sagrado Coração de Jesus, em Cerro Negro, município de Ituporanga (SC), ele dirá o seu ‘sim’ definitivo à Ordem dos Frades Menores. Frei Xandão, como é conhecido, fará a profissão solene nas mãos do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel.

Frei Alexandre nasceu no dia 24 de fevereiro de 1980 em Ituporanga, SC, uma cidade marcada pela presença franciscana, tanto da Paróquia de Santo Estêvão como do Seminário São Francisco de Assis. Foi nessa seara franciscana que nasceu e cresceu a vocação de Frei Alexandre, como ele mesmo conta: “Minha vocação ou a manifestação dela surgiu quando um casal da comunidade, os chamados casais vocacionais, que ajudavam Frei Alcides Cella, me convidaram para conhecer a vida e o modo de ser dos seminaristas que moravam no Seminário de Ituporanga. Confesso que, a princípio, relutei mas depois tive aquele ‘despertar para Francisco’ e, por assim dizer, despertei para a vocação franciscana”, conta.

Segundo Frei Alexandre, foram longos anos de caminhada. “Havia entrado muito novo no seminário e senti a necessidade de viver um tempo fora ao término do curso de Filosofia”, observou Frei Xandão, explicando que, nesse período, sempre cultivou “a vida em comunidade como todo bom cristão leigo de nossas comunidades”.

Depois de três anos decidiu que era hora de voltar. “Tudo aquilo não me preenchia, havia dentro de mim uma saudade, um anseio, um desejo de seguir novamente nesta caminhada. Conversando com os frades retornei para o Noviciado Franciscano no ano de 2007, onde tive por mestre Frei Fidêncio Vanboemmel, nosso Ministro Provincial. Entre idas e vindas foram quase vinte anos de caminhada”, confessou.

Frei Alexandre escolheu como lema da sua Profissão, o início daquela oração atribuída a Francisco de Assis: “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”. “Que eu possa ser instrumento de tua paz, Senhor. Que possa no teu seguimento a modo de Francisco levar a todos os povos a paz e o bem. Para que todos sejam portadores de uma paz que tudo une, de uma paz que gera vida, de uma paz que se conquiste a cada pedaço de pão dado a um irmão que precise. Que a paz se construa a cada abraço dado para acolher o irmão que sofre”, pediu Frei Alexandre.