“São Francisco na arte de mestres italianos” vai até abril
24/02/2019
“Embora tenha vivido há mais de 800 anos, novo é ele; nós somos velhos”, dispara o téologo Leonardo Boff ao falar sobre São Francisco de Assis, uma fonte de inspiração durante os séculos e, hoje, mais viva ainda com o Pontificado do Papa Francisco. O fascínio pelo Poverello de Assis não se limita à Ordem Franciscana, à Igreja, mas ele é patrimônio da humanidade. Uma mostra desse fascínio e reverência por este patriarca da paz, celebrado neste ano pelo jubileu de 800 anos do encontro com o sultão, é a exposição “São Francisco na arte de mestres italianos”, que desembarcou no Brasil no ano passado e chega a São Paulo neste mês. Desde o dia 15 de fevereiro, a Mostra pode ser conferida no Museu de Arte Brasileira da FAAP, reunindo mestres como Tiziano Vecellio, Perugino, Orazio Gentileschi, Guido Reni, Guercino, Carracci e Cigoli.
O público poderá ver esse acervo somente até 12 de abril. Com curadoria de Giovanni Morello, especialista em História da Arte, e de Stefano Papetti, diretor da Pinacoteca Civica Di Ascoli, a mostra apresenta um conjunto de 18 obras realizadas entre os séculos XV e XVII, a maior parte delas oriundas de coleções públicas de regiões diversas da Itália. O conjunto apresenta as fases mais relevantes da representação de São Francisco por meio de trabalhos que se integraram à cultura local de toda uma época e que ainda encontram espaço na cultura ocidental por seus valores artístico, histórico e simbólico.
Fazer memória de São Francisco de Assis é algo que impulsiona os cristãos e ao mesmo tempo que ultrapassa os muros da própria Igreja”, lembra o Cardeal D. Orani Tempesta. “Desde sempre a imagem de Francisco de Assis, o Pobrezinho, tocou a sensibilidade dos artistas. Comovidos pelo carisma emanado dele, muitos pintores da época eram entusiastas em contar sua história”, lembra Morello.
A mostra divide-se em três núcleos: Imagens, Os Estigmas e Conversas Sagradas. No primeiro deles, telas que trazem as primeiras representações de São Francisco de Assis – uma figura franzina, por conta das privações que sofria, mas imbuído de uma grande força espiritual. Deste período, San Francesco d’Assisi e quattro disciplinati (1499), de Perugino, e São Francisco contemplando um crânio (c.1604-07), de Cigoli.
O segundo núcleo volta-se ao tema dos estigmas, cicatrizes recebidas por Francisco, em 1224, quando então meditava no monte Alverne. Apesar de sua manifestação física, os estigmas são tradicionalmente reputados como de origem espiritual, reproduzindo as cinco chagas de Jesus Cristo – cinco pontos do corpo pelos quais Jesus teria sido pregado à cruz: pés, punhos e tórax.
Desta seção, um dos grandes destaques da exposição, San Francesco riceve le stimmate (c. século XVI, anos 60), um óleo sobre tela de Tiziano com quase três metros de altura, que traz a aparição do Cristo Ressuscitado ao santo, vendo-se às suas costas uma cruz em fogo; e San Francesco consolato da un angelo musicante (1607-1608), óleo sobre cobre de Guido Reni, que retrata o momento seguinte ao dos estigmas, quando Francisco recebe em sonhos a aparição de um anjo tocando uma melodia, em uma clara referência à mesma experiência vivida por Jesus no jardim das Oliveiras.
A mostra encerra-se com o núcleo Conversas Sagradas, em que São Francisco aparece associado à Virgem em glória e a outros santos de devoção dos fiéis e dos comitentes, como atesta a esplêndida Virgem com o Menino entre os santos Sebastião, Antônio, Francisco e Roque (c. 1530), obra de Nicola Filotesio.
A exposição reúne preciosidades de 15 acervos italianos, distribuídos por sete cidades italianas: Galleria Corsini, Palazzo Barberini, Musei Capitolini, Museo di Roma, Museo Francescano dell’Istituto Storico dei Cappuccini (Roma); Pinacoteca Civica, Sacrestia della chiesa di San Francesco, Convento Cappuccini (Ascoli Piceno); Museo Nazionale d’Abruzzo (L’Aquila), Galleria Nazionale dell’Umbria (Perugia); Istituto Campana per l’Istruzione permanente (Osimo); Museo Civico (Rieti), Pinacoteca Nazionale (Bolonha) e Duomo di Novara (Novara). A mostra conta ainda com uma importante obra de Ludovico Cardi, mais conhecido como Cigoli, propriedade do colecionador e ator ítalo-americano Federico Castelluccio. “A Casa Fiat de Cultura reafirma seu empenho em ampliar o acesso à arte ao realizar em três importantes capitais do país, em parceria com outras instituições, esta relevante exposição. Este acervo, até então inédito no Brasil, atraiu recentemente um recorde de público em nossa sede em Belo Horizonte, com a presença de 116.000 visitantes,e também encantou o público do Rio de Janeiro, que pôde apreciá-lo no Museu Nacional de Belas Artes. O sucesso da mostra certamente se deve ao amplo leque de mestres da pintura italiana e à forte empatia com a surpreendente atualidade da mensagem deste homem nascido no século XII”, comenta o presidente da Casa Fiat de Cultura, João Ciaco.
A fim de proporcionar uma experiência imersiva e única, a mostra traz ainda uma sala de realidade virtual que possibilitará ao visitante caminhar pela Basílica Superior de Assis (1228), uma das mais importantes e belas basílicas da Itália, que guarda obras-primas do pintor italiano Giotto (1267-1337), artista símbolo dos períodos medieval e pré-renascentista.
A exposição “São Francisco na Arte de Mestres Italianos” é uma realização da Embaixada da Itália em Brasília, da Fundação Armando Alvarez Penteado (FAAP), da Casa Fiat de Cultura, do Museu Nacional de Belas Artes, do Instituto Brasileiro de Museus, Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Governo Federal, com patrocínio do Consulado Geral da Itália em São Paulo, da Fiat Automóveis e do Grupo Comolatti. A mostra conta com o apoio do Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro, do Consulado da Itália em Belo Horizonte, do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro e da Fondazione Giovanni Paollo II per la Gioventù e tem coordenação da Base 7 Projetos Culturais no Brasil e Artifex International na Itália.
SERVIÇO
Exposição São Francisco de Assis na Arte de Mestres Italianos
Local: Museu de Arte Brasileira da FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 | Higienópolis São Paulo – SP
Telefone: (11) 3662-7198
Período expositivo: de 15 de fevereiro a 12 de abril de 2019
Horário de funcionamento: 2ª, 4ª, 5ª e 6ª feiras, das 10h às 19h (última entrada às 18h); sábados, domingos e feriados das 10h às 18h (última entrada às 17h).
Fechado às terças-feiras, mesmo quando feriado
Entrada gratuita
Agendamento de visitas educativas
(11) 3662-7200
museu.educativo@faap.br
INFORMAÇÕES DADAS PELO MUSEU
Possibilidades de Visitas Educativas: A equipe do setor Educativo MAB/FAAP desenvolve a visita Educativa a partir do perfil e da demanda do grupo agendado.
Opções de abordagens devem ser discutidas quando da realização do pré-agendamento.
Fique atento ao site do museu, você poderá ter acesso ao Material Educativo da Exposição (MAB Escola). Acesse: http://www.faap.br/museu/programacao-mabescola.asp
Aproveite e agende uma formação com toda a equipe de sua Instituição aqui no museu. Vocês são nossos convidados!
INFORMAÇÕES AOS RESPONSÁVEIS PELO GRUPO
>> A VISITA EDUCATIVA E A PARTICIPAÇÃO DO ACOMPANHANTE RESPONSÁVEL:
A Visita Educativa no MAB/FAAP é estruturada a partir da mediação. O educador atua como um provocador da relação entre obra e visitante, propondo questões, reflexões, leituras e instigando o espírito crítico.
Nesta dinâmica, a PARTICIPAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS e sua permanência durante todo o período da visita são essenciais à realização de uma Visita Educativa rica em relações e reflexões.
>> Uma Visita Educativa é:
>> uma abertura para novas maneiras de ver a Arte e os testemunhos da cultura
humana,
>> uma oportunidade de ampliar as relações didáticas entre o responsável e os
integrantes do grupo,
>> uma oportunidade de apropriação dos espaços culturais da cidade e
construção de cidadania.
>> um momento de troca entre educador e grupo…
Assim, . . . recomendamos que o responsável que acompanhe a visita seja aquele que ministra ou oriente aulas para o grupo, de modo já existir um vínculo entre este e seus integrantes.
Com esta participação, a Visita Educativa torna-se momento para, além das conexões culturais procuradas, a ampliação das relações estabelecidas entre os componentes da Instituição responsável pelo agendamento e de sua atuação em parceria com o Museu.
PARA AGENDAR A VISITA EDUCATIVA:
Tenha em mãos: o número de visitantes interessados, faixa etária, número de
acompanhantes e datas de preferência.
O pré-agendamento deve ser realizado pelo tel.: 3662-7200 com o número exato de visitantes que realizarão a visita;
>> O museu enviará um formulário de confirmação de visita à instituição que deverá ser preenchido pelo responsável e enviado até 5 dias úteis após o pré-agendamento (em caso de não confirmação até a data prevista o horário será disponibilizado a outro grupo).
>> As visitas agendadas serão confirmadas mediante o recebimento do formulário respondido, enviado por e-mail: museu.educativo@faap.br ou fax: (11) 3662-7200.
Tenha em mãos: o número de visitantes interessados, faixa etária, número de acompanhantes e datas de preferência.
O pré-agendamento deve ser realizado pelo tel.: 3662-7200 com o número exato de visitantes que realizarão a visita;
>> DICAS AOS RESPONSÁVEIS
IMPORTANTE: O Setor Educativo do MAB/FAAP opta por Visitas Educativas que estimulem a participação dos visitantes com o intuito de desenvolver o olhar crítico.
>> Conhecer a exposição antes da visita com o grupo lhe permitirá traçar mais paralelos entre os conteúdos que serão trabalhados durante e após a Visita Educativa.
>> Caso deseje enfocar algum aspecto particular da exposição durante a Visita Educativa, informe o educador antes do início da mesma.
>> Informar o conteúdo da exposição antes da vinda ao Museu estimula a participação dos visitantes e acompanhantes. O interesse do acompanhante reflete nos grupos.
>> O tempo com o educador é limitado. Relatórios durante a visita educativa comprometem o tempo do percurso e a apreensão dos visitantes, dispersando-os. Sugira para que o façam após a visita.
>> Cada educador faz a visita com o máximo de 15 pessoas.
>> Atentar para a PONTUALIDADE é importante, pois a duração da visita é reduzida conforme o tempo de atraso. É importante que os visitantes cheguem ao espaço com tempo para idas ao toalete, bebedouro e divisão dos grupos. Recomendamos que cheguem ao museu 15 minutos antes do horário agendado.
>> Nosso guarda-volumes é limitado. Peça ao grupo para deixarem seus pertences nos transportes.
>> Informe aos visitantes que não é permitido tocar nas peças expostas ou em seus suportes e entrar com alimentos ou bebidas. Os celulares devem ser desligados antes de entrarem na exposição.
>> O MAB não dispõe de local para lanche. Sugira que o façam antes, no transporte ou após a visita.