Santo Antônio: exemplo de vida e santidade
14/06/2018
Frei Augusto Luiz Gabriel
São Paulo (SP) – A 104ª festa de Santo Antônio do Pari começou cedo na Paróquia do Pari em São Paulo (SP). Desde às 6 horas da manhã as portas da Igreja já estavam abertas e acolhiam os primeiros devotos que vinham de longe e de perto para homenagear o padroeiro. Ao todo, 10 Celebrações Eucarísticas foram realizadas, além de bênçãos dos freis durante todo o dia, da distribuição dos pães e da vendo do famoso bolo de Santo Antônio. Dia cheio, que culminou com uma linda procissão com Santo Antônio pelas ruas do bairro do Pari. E, para fechar com chave de ouro, uma calorosa explosão de fogos de artifícios iluminaram a noite e revigoraram ainda mais a fé e a devoção ao santo.
O tema da Trezena deste ano foi: “Santo Antônio: exemplo de vida e santidade”. A Trezena e o dia 13 de junho são os melhores momentos para prestar homenagem a Santo Antônio, este santo tão querido do povo brasileiro, e a forma correta de cultuá-lo será a imitação de sua vida: pregar a fé, realizá-la através de atos em benefício ao próximo, isentos de crendice, e sem o objetivo único do lucro material. A figura de Santo Antônio deverá ser um apelo a um trabalho melhor, a um comportamento mais humano e menos egoísta. Esse é o culto que deve ser dedicado ao Santo, esse foi seu modo de viver.
ANTÔNIO CONTINUA NO PARI
A solene Celebração Eucarística das 19h30 foi presidida pelo pároco Frei Germano Guesser, e concelebrada por Frei José Francisco de Cássia dos Santos, Frei Jêa Paulo Andrade e pelo pregador da Trezena deste ano, Frei Clauzemir Makximovitz, a quem coube a reflexão também deste dia. A Igreja, assim como em todas as outras missas do dia, esteve cheia e o movimento foi intenso o tempo todo.
Em suas reflexões Frei Clauzemir destacou que neste dia 13 de junho não se celebra apenas a fé de cristãos e católicos, nem muito menos um mera devoção a um santo português de nascença mas que morreu na Itália há quase 800 anos. Mas sim, celebra-se a vida.
Segundo ele, a devoção a Santo Antônio não só fez e faz parte de nossa vida, como também colaborou para sermos quem nós somos hoje. “Primeiro que não comemoramos um Santo estranho, desconhecido, alguém cuja vida se esconde entre o mistério e o respeitoso temor. Comemoramos alguém que desde sempre está presente em nossas vidas. Alguém a quem recorremos! Alguém, não uma coisa! E como Santo Antônio está presente em nossas vidas!”, destacou o jovem frade que atualmente reside em Lages (SC).
Para ele, celebrar Santo Antônio do Pari, é celebrar um santo que marcou e marca a vida de muitas pessoas. “É aqui que ele continua significando tanto a cada um de nós. Quantos aqui lembram o tempo em que esse bairro não era quase que exclusivamente comercial, mas era lar de tantas e tantas famílias que fundaram essa igreja aqui no Pari! Lembram do tempo em que o Colégio Santo Antônio era extensão dessa Igreja, e dessa comunidade! Uma grande família que procurava caminhar unida, aqui neste chão, sob as bênçãos de Antônio, de Santo Antônio do Pari”, mencionou o frade.
Frei Clauzemir mencionou que, atualmente, a missão do bairro do Pari pode até ter mudado, porém Antônio continua mais vivo do que nunca, intercedendo e velando, acolhendo, amparando e socorrendo os mais necessitados. O frade continuou sua reflexão dizendo que a forma como se mantém a devoção diz muito de quem se é de verdade. “A forma como nos relacionamos com Deus, de um modo ou de outro, contribui para definir quem somos”, frisou.
Frei Clauzemir concluiu sua homilia dizendo: “Quem tem medo de Deus não consegue ser cristão! Quem tem medo de Deus não é devoto de Santo Antônio, cuja vida foi um sim ao chamado amoroso de Deus! Antônio e os santos intercedem a Deus por nós não porque o coração de Deus precisa ser “amolecido” para que Ele atenda nossos pedidos, pelo contrário! A devoção a Santo Antônio nos ensina como é possível, como tem sentido viver muito, mas muito próximo mesmo de Deus, a ponto de O sentirmos e experienciarmos em cada momento de nossa vida! As devoções a Antônio apenas fazem nos lembrar que Deus, Ele mesmo, nos ouve e se preocupa conosco, porque nos ama”.
“Que cada vez mais possamos encontrar forças nesse Deus sempre presente para transformarmos o mundo num lugar melhor! Que Santo Antônio, de Pádua, de Lisboa, do Pari e do mundo todo, nos ensine a vivermos para Deus! Amém!”, finalizou.
AGRADECIMENTOS
Frei Germano agradeceu a equipe de liturgia e também ao sr. Nilton, que deu vida novamente ao órgão que fica no coro, e há algum tempo estava parado. Agradeceu imensamente a comissão da festa e todas as pessoas que assumiram diversas frentes de trabalho. “Muitos agora estão cansados, mas tenho certeza que foi um dia abençoado por Deus”, destacou o pároco. Agradeceu também ao Frei Clauzemir, pregador da Trezena, e ao Frei Jêa que veio de Guaratinguetá com os futuros frades, hoje postulantes, e que ajudaram na realização da festa. “Muito e muito obrigado”, disse Frei Germano.
PROCISSÃO DE SANTO ANTÔNIO
Após a bênção final, grande parte dos participantes da Missa seguiu em procissão por algumas ruas e arredores da Paróquia do Pari. Cantando e rezando, os frades e devotos deixaram ecos de Santo Antônio e do carisma franciscano, marcado na cidade. A imagem de Santo Antônio foi a frente levada em uma carro. A grande festa terminou com a tradicional queima de fogos.