Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Romaria da Diocese de Colatina lembra tragédia de Brumadinho

28/04/2019

Notícias

Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – A Diocese de Colatina foi a última do Estado a subir o Morro da Penha neste domingo, 28 de abril, para prestar sua homenagem à Padroeira do Estado do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha. Cerca de 30 ônibus, com devotos de todas as 31 paróquias, vieram do Norte do Estado com o bispo diocesano Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias. Às 7 horas, os romeiros subiram cantando e rezando o Morro da Penha e, às 8 horas, D. Joaquim presidiu a Celebração Eucarística. Entre as 31 Paróquias, está a de Santa Clara, que é assistida pelos frades da Província da Imaculada: Frei Roberto Aparecido Pereira, Frei Jeferson Broca, Frei João Lopes da Silva e Frei Danilo.

Dom Joaquim lembrou a todos que a Diocese de Colatina está na 29ª Romaria Diocesana ao Convento da Penha e “vem com o coração cheio de esperança e alegria participar do Oitavário em preparação para Festa da Padroeira do nosso Estado”.

Ele recordou que a Diocese está celebrando o Ano Missionário Diocesano. “Que possamos sair daqui mais missionários”, pediu. A Diocese de Colatina prestou uma homenagem às vítimas das tragédias de Mariana e Brumadinho, ocorridas em novembro de 2015 e janeiro de 2019, respectivamente. Os bombeiros capixabas e todos que auxiliaram e trabalharam nos resgates e salvamentos de Brumadinho, também foram homenageados.

Para lembrar as vítimas, um hino que relata os motivos e consequências das duas tragédias foi cantado, enquanto eram levados ao altar uma faixa lembrando que todos fomos atingidos, um barco, que representou os pescadores que viviam da pesca no Rio Doce, e um coração na cor marrom, mesma cor da lama que fez centenas de vítimas. Rosas vermelhas e brancas foram colocadas no coração, oferecido a Nossa Senhora da Penha.

“Saúdo os militares do Corpo de Bombeiros do Estado do Espírito Santo aqui presentes, dentre os quais alguns que atuaram com valentia em Brumadinho. E aqui, hoje, nossa Diocese presta uma homenagem de reconhecimento e gratidão”, disse. A tragédia de Brumadinho fez 179 mortos e, ao menos, 131 pessoas seguem desaparecidas.

Na sua homilia, destacou que este 2º Domingo de Páscoa é também denominado como o “Domingo da Divina Misericórdia”. “Como é bonita essa realidade de fé para a nossa vida! Como é grande e profundo o amor de Deus por nós! É um amor que não falha. Que sempre segura as nossas mãos, nos sustenta, levanta e guia. É a mão de Deus. No evangelho de hoje, Tomé experimenta precisamente a misericórdia de Deus, que tem o rosto concreto em Jesus. O rosto de Jesus Ressuscitado. Tomé não confia nos demais apóstolos quando lhe dizem: ‘vimos o Senhor’. Para ele, não foi suficiente a promessa de Jesus, que anunciara: ao terceiro dia ressuscitarei. Tomé quer ver, tocar as suas mãos, no sinal dos cravos e no peito. E qual é a reação de Jesus? A paciência”, explicou Dom Joaquim.

Segundo o bispo, Deus não abandona Tomé relutante na sua incredulidade. “Dá-lhe uma semana de tempo, não fecha a porta e espera. E Tomé acaba por reconhecer a sua própria pobreza e sua pouca fé, diz: ‘Meu Senhor e Meu Deus!’ Com essa invocação simples, mas carregada de fé, responde à paciência de Deus. Deixa-se envolver pela misericórdia divina, vê as feridas das mãos e dos pés, do peito aberto, e readquire a confiança. É um homem novo e não mais incrédulo”, acrescentou.

“Irmãos e irmãs, não percamos a confiança na paciente misericórdia de Deus. Este é o estilo de Deus. Não é impaciente como nós, que muitas vezes queremos tudo e rapidamente. Mesmo quando se trata de pessoas. Deus é paciente conosco porque nos ama. E quem ama compreende, dá confiança, não abandona, não constrói muros, mas sabe perdoar, sabe esperar. Na nossa vida de discípulos batizados, Deus sempre espera por nós, mesmo quando nos afastamos. Ele sempre está pronto para nos acolher e abraçar. Jesus mostra essa paciência misericordiosa de Deus, para sempre reencontrarmos paciência e confiança Nele. Deus responde à nossa fraqueza, ao nosso desânimo com a paciência. Esse é o motivo da nossa esperança e alegria no Senhor. A paciência de Deus deve encontrar em nós a coragem de regressar ele, qualquer que seja o erro, o pecado da nossa vida”, completou.

Atualmente, a Diocese de Colatina abrange 17 municípios do norte capixaba: Aracruz, Baixo Guandu, Colatina, Governador Lindenberg, Ibiraçu, Itaguaçu, Itarana, João Neiva, Laranja da Terra, Linhares, Marilândia, Pancas, Rio Bananal, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Roque do Canaã e Sooretama. As 31 paróquias estão divididas em cinco áreas pastorais: de Colatina, do Café, BR-101 Norte, BR-101 Sul e Linha Ita.


Romaria dos Motociclistas: prece pela proteção no trânsito

Cerca de 7 mil motociclistas participaram da Romaria dos Motociclistas na manhã deste domingo (28), segundo a organização da Festa da Penha. A romaria começou por volta das  9h30, na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória, e seguiu para o Parque da Prainha, em Vila Velha, quando foram recebidos, às 10 horas, pelos freis Pedro Oliveira, Danilo Santos Oliveira e Felipe Carretta.

Em forma de oração, Frei Pedro conseguiu silenciar a Prainha para fazerem uma oração com ele, pedindo proteção no trânsito. O frade pediu que os motociclistas tirassem as chaves da ignição e levantassem bem alto em direção à imagem de Nossa Senhora para rezarem: “Mãe, erguendo essas chaves, eu confio a ti a minha vida. Confio a ti, meu veículo. Peço que me conduza onde eu estiver. Peço Mãe, que, com teu olhar terno e doce, me conduza, me acompanhe, me proteja não só a mim, mas a todos que comigo estiverem, de todo e qualquer acidente, de todos os inimigos do trânsito. Mãe, Virgem da Penha, Mãe das Alegrias, te peço, não me abandoneis. Me acompanhe e me proteja!”, rezou, pedindo que rezassem em silêncio por alguns segundos: “O que vocês gostariam de pedir à Mãe?”. E Frei Pedro conseguiu o “milagre” de deixar a Prainha em silêncio.

Depois, os motociclistas foram convidados a homenagearam Nossa Senhora com buzinaço. Com os capacetes e chaves erguidos, receberam a água benta aspergida.