Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Tríduo: “O mundo tem saudades de Francisco”

03/10/2018

Notícias

terceiro_031018

Moacir Beggo

 São Paulo (SP) – Quando o Papa João Paulo II, hoje São João Paulo II, visitou o Monte Alverne, onde São Francisco de Assis recebeu as chagas de Cristo, ele rezou dizendo: “O mundo tem saudades de ti, Francisco!”. Nesta quarta-feira, 3 de outubro, às 18 horas, no momento do trânsito de São Francisco de Assis, Frei Raimundo de Oliveira Castro presidiu o Tríduo em honra ao Padroeiro da Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino (SP), e afirmou: “Nós queremos olhar para este santo e perceber que o mundo tem saudade dele para poder viver o Evangelho hoje”.

Segundo o frade, queremos olhar para este santo e perceber a sua atualidade para viver os valores que ele viveu no seu dia a dia, a ponto de, 800 anos depois, o mundo aclamá-lo como outro Cristo. “Nós aprendemos na catequese, como cristãos, que se nós quisermos conhecer um santo devemos olhar a imagem que o povo faz dele. Olhando para São Francisco,  temos um homem com várias imagens. Temos um homem que carrega a Palavra, o Evangelho na sua vida; temos imagem como esta aqui (referindo-se à imagem ao lado do altar) de braços abertos, com as criaturas, louvando a Deus, mas aquela que mais fala da espiritualidade de São Francisco é a que ele carrega a cruz de Cristo, ou abraça a cruz de Cristo. Quando olhamos nos Escritos de São Francisco, vemos o seu amor pela Palavra de Deus, e há uma passagem de Celano (seu primeiro biógrafo) que diz assim: ‘É bom ler os testemunhos das Escrituras, é bom procurar nelas Deus nosso Senhor, mas eu já aprendi tantas coisas na Bíblia que para mim é mais do que suficiente meditar e recordar. Não preciso mais nada, filho. Conheço Cristo pobre e crucificado (2Cel 105; cf. também LP 38)”, situou o celebrante.

Segundo Frei Raimundo, “Francisco abraça a cruz para viver a glória de Cristo”. Para ele, em todos os seus escritos e ensinamentos perpassa essa temática da cruz. O celebrante lembrou a belíssima oração de Francisco diante do crucifixo de São Damião: “O glorioso Deus altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito. Dai-me! Senhor, o reto sentir e conhecer, a fim de que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de dar-me. Amém”.

terceiro_031018_1

Frei Raimundo também detalhou para os fiéis paroquianos dois testamentos que resumem a mística franciscana: o Testamento de Sena e Testamento que escreve na Porciúncula. “No Testamento de Sena, ele deixa para os frades, as pessoas presentes e as que virão, três pontos: o amor fraterno, o amor e respeito à pobreza e, em terceiro lugar, a submissão e fidelidade à Igreja, que em sinal da memória da minha bênção e do meu testamento sempre se amem uns aos outros, sempre amem e observem nossa senhora a santa pobreza, e que sempre sejam fiéis e submissos aos prelados e a todos os clérigos da santa mãe Igreja”, citou.

Francisco pedia respeito aos teólogos porque ensinavam as santíssimas palavras divinas, onde nelas aprendemos que o pobre Cristo foi crucificado. “O amor e fidelidade à pobreza ele pede a Santa Clara e às irmãs, admoestando-as para nunca se afastarem da pobreza. Não pobreza física, mas pobreza que imita o modo de ser de Cristo: pobreza que lava os pés, pobreza que ama, pobreza que serve, que acolhe, que estende a mão, e vai ao encontro”, insistiu Frei Raimundo, lembrando que Francisco tanto amou a Deus que não só no espírito, mas também no corpo, assemelhou-se a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Na oração do Tríduo, os fiéis rezaram: “Ilumina as trevas do meu coração para que possa ver que sempre depois da noite, há a manhã de ressurreição. A esperança, neste início de século e de milênio, parece ser ainda mais urgente e necessária. Os homens e mulheres deste tempo, carentes de certezas, parecem ter pedido a firmeza das antigas ‘verdades eternas’, rocha onde se alicerçava a esperança cristã”.

A Celebração terminou com a bênção de São Francisco, que o celebrante deu a todos os fiéis ao lado da imagem de São Francisco.