O apelo da Festa da Penha pela Mãe Terra
22/04/2019
Moacir Beggo
Vila Velha (ES) – O Dia da Terra ou Dia Mundial do Planeta Terra, neste 22 de abril, foi comemorado em todo o mundo e não ficou de fora da Festa da Penha, que começou ontem em Vila Velha (ES). No segundo dia do Oitavário, em preparação para a grande festa da Padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha, no dia 29 de abril, o guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, dirigiu o Momento Devocional Franciscano antes da Celebração Eucarística fazendo um apelo pela Mãe Terra. Na Missa, o celebrante, Pe. Eduardo de Oliveira Rodrigues, da Paróquia Santíssimo Sacramento de Paraju, em Domingos Martins, lamentou a perseguição aos cristãos que acontece hoje no mundo, lembrando os atentados no Sri Lanka.
Uma boa parte do povo que esteve no Campinho do Morro da Penha veio da Região Serrana do Espírito Santo, já que neste dia esta área pastoral da Arquidiocese de Vitória ficou com a responsabilidade litúrgica da Festa.
Frei Paulo abriu o Oitavário lembrando que a data de hoje representa a luta em defesa do meio ambiente, que é importante criar uma consciência ambiental, porque nossa Mãe Terra já está muito “oprimida e devastada”, como disse o Papa Francisco. Para marcar essa mensagem, os jovens fizeram uma representação cênica mostrando a importância da natureza, tendo como pano de fundo o “Cântico das Criaturas” de São Francisco de Assis. Uma arara no ombro de uma jovem Jaqueline tornou a representação ainda mais natural.
No dia de hoje, nós queremos ter um olhar mais atento, mais cuidadoso para com a Nossa Casa Comum. Se a Terra é generosa para conosco, sejamos cuidadosos para com ela”, pediu Frei Paulo. “Peçamos a intercessão da Mãe das Alegrias pela Terra Nossa Casa Comum. Maria, a Virgem da Penha, é a mulher vestida de sol, tem a lua debaixo dos pés, tem uma coroa de 12 estrelas e Maria é a Rainha e Mãe da Criação. Ela cuidou de Jesus e cuida de cada um de nós, cuida deste mundo, cuida desta Terra ferida pelo nosso egoísmo, pela nossa distração, pela nossa pressa. Nós queremos resgatar o olhar carinhoso e a preocupação maternal de Maria na nossa convivência com a Mãe Terra”, pediu Frei Paulo.
O frade franciscano lembrou do Padroeiro da Ecologia, São Francisco de Assis, que tem uma lição bonita para todos: conviver em harmonia com o meio ambiente. “Louvar a Deus por todas as criaturas e, assim, atender ao apelo que o Papa Francisco nos faz de buscar uma conversão que considere a Terra nossa Casa Comum”, completou, pedindo para olharem para imagem de Nossa Senhora da Penha e dizer: “Muito obrigado Senhor; muito obrigado nossa Mãe Terra!”
Frei Paulo, como faz todo dia da Festa, pede para o povo recolher todo o material reciclável para ser entregue à Associação de Catadores de Vila Velha, mostrando com isso, respeito, cuidado e zelo pela natureza.
Hoje, sabemos que os recursos naturais oferecidos pelo Planeta Terra são finitos. Por isso, eles devem ser explorados de forma sustentável e o Dia da Terra é uma oportunidade de discutir temas ambientais e sensibilizar a população sobre a importância de conservação do Planeta.
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
Na sua homilia, Pe. Eduardo disse que é sabido por todos, “mas nunca é demais lembrar”, a presença dos frades franciscanos no trabalho pastoral à frente do Santuário da Graça e do Perdão. Comentando o Evangelho do dia, lembrou que os discípulos estavam tristes e paralisados depois da morte de Jesus. “Nós nunca podemos esquecer que Jesus está do nosso lado para caminharmos seguramente. Mesmo tendo subido aos céus, ele é o Emanuel, o Deus conosco. Ele não nos abandona. Por isso que ele aparece com suas chagas, mesmo Ressuscitado”, disse.
Já na segunda parte do Evangelho, diante da constatação que já não havia ninguém sepultado, os guardas vão contar o fato a seus chefes, os sumos sacerdotes. Perplexos, os responsáveis pela crucificação de Jesus, oferecem dinheiro para os guardas espalharem uma mentira: que o corpo de Jesus foi roubado. Desmentindo o boato, Jesus se manifesta vivo. A morte não tem mais poder sobre ele. “Vemos que os cristãos ainda são perseguidos e incompreendidos. Mais de 290 cristãos foram mortos em três atentados no Sri Lanka, com mais de 500 feridos. Os católicos são uma pequena minoria nesse país, que está entre os 50 mais intolerantes contra os cristãos. Isso não se fala nas mídias. Não se fala de uma cristofobia, onde até os dias atuais somos motivos de perseguições”, criticou Pe. Eduardo.
“Rezemos por esses cristãos, para que diante de tão grande ameaça que ronda suas vidas – porque não se pode prever o que vai acontecer -, recebam a força do Ressuscitado e não abdiquem de sua fé. Rezemos para que tenham força para enfrentar esse poder opressor”, pediu.
“Felizmente, vivemos num país cristão, ou pelo menos deveria ser, porque o que se vê na sociedade, na política, de cristão o nosso país não tem nada. Nossa fé professada não corresponde com a fé vivida no nosso cotidiano. Mas temos que nos esforçar para que tais perseguições veladas, que acontecem no nosso dia a dia, não possam nos demover de nossa fé”, tornou a pedir o celebrante.
Nesta terça-feira (23/4), 3º dia do Oitavário, a partir das 14h30 horas, é a vez da Área Pastoral Cariacica/Viana fazer a homenagem a Nossa Senhora.