Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Novena de Santa Dulce dos Pobres entre os lançamentos da Vozes

21/11/2019

Notícias

Elam de Almeida Pimentel

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, o “Anjo da Bahia”, nasceu em 1914 em Salvador. Construiu uma das maiores obras de assistência social gratuita do país, foi canonizada em 13 de outubro de 2019 pelo Papa Francisco. Reconhecida agora como “Santa Dulce dos Pobres”, terá como data litúrgica o dia 13 de agosto.

Santa Dulce dos Pobres é invocada por doentes, pessoas carentes e também para pedido de uma graça familiar num momento de dificuldade.

 

A boa notícia de Jesus
Roteiro homilético Anos A, B e C

José Antonio Pagola

Como nos encontrar com Jesus cada domingo e descobri-lo como “Boa Notícia”? Nós cristãos dizemos coisas admiráveis a respeito de Jesus: nele está a “salvação da humanidade”, a “redenção” do mundo, a “libertação definitiva” do ser humano… Tudo isto está certo, mas não basta. Não é a mesma coisa expor verdades cujo conteúdo é teoricamente bom para o mundo e fazer com que os homens e mulheres de hoje possam experimentar Jesus como algo “novo” e “bom” em sua própria vida.

Por isso, estes comentários que Pagola oferece às comunidades cristãs estão redigidos a partir destas chaves básicas: o autor destaca a Boa Notícia de Deus anunciada por Jesus, fonte inesgotável de vida, de misericórdia e perdão; sugere caminhos para seguir Jesus aprendendo a viver hoje seu estilo de vida e suas atitudes; apresenta sugestões para impulsionar a renovação das comunidades cristãs, escutando os apelos do papa Francisco; recorda os apelos de Jesus a abrir caminhos ao projeto humanizador do reino de Deus e sua justiça; convida a vivermos estes tempos de crise e de incerteza arraigados na esperança em Cristo ressuscitado.

Esta publicação consta de três partes dedicadas a comentar brevemente os textos evangélicos que serão lidos sucessivamente nas comunidades cristãs durante os Anos A, B e C. Ao oferecer estes comentários, Pagola pensa sobretudo nas paróquias e comunidades cristãs, necessitadas de alento e de novo vigor espiritual. Ele deseja que possa chegar até elas o convite do papa Francisco a “voltar à fonte para recuperar o frescor original do Evangelho”. Como disse em outra ocasião, quer recuperar a Boa Notícia de Jesus para os homens e mulheres de nosso tempo. Quer que conheçam um Jesus vivo e concreto. Com uma mensagem clara em seus lábios: o amor imenso de um Deus Pai, que quer uma vida mais digna e feliz para todos. Com um projeto bem definido: humanizar o mundo, implantando o reino de Deuse sua justiça. Com uma predileção muito concreta em seu coração: os últimos, os indefesos, as mulheres, os oprimidos pelos poderosos, os esquecidos pela religião… O autor sabe que, para muitos, Jesus pode ser a melhor notícia.

José Antonio Pagola cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblicae Arqueológica Francesa de Jerusalém. Foi professor de Cristologia na Faculdade Teológica do Norte da Espanha (Vitória). É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia e diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Há muitos anos se dedica exclusivamente a pesquisar e tornar conhecida a pessoa de Jesus, em obras como: O caminho aberto por Jesus, Voltar a Jesus, Grupos de Jesus e É bom crer em Jesus.

 

BEM DEVAGARINHO
Catequese de Iniciação I: Catequista e Catequizando

Coleção Deus Conosco

Lydia das Dores Defilippo, Lucimara Trevizan, Fausta Maria Miranda e Pe. Almerindo Silveira Barbosa

Este primeiro volume da Coleção Deus Conosco é destinado à etapa da pré-catequese, para crianças na fase inicial (6 a 7 anos) que precisam fazer a experiência de serem amadas por Deus e se aproximarem dele. Tudo por meio da interação com os amiguinhos, com a comunidade e a família.

A Coleção Deus Conosco promove a experiência de reconhecer que Deus está sempre conosco e, por isso, motiva uma relação de amor e confiança em Deus e o desejo de testemunhar a alegria de ser filho amado do Senhor. A Coleção propõe uma catequese bíblica, cujo foco central é o anúncio de Jesus Cristo, ou seja, uma catequese querigmática, levando em conta o catequizando e suas características, num processo de Iniciação à Vida Cristã.

A metodologia da Coleção Deus Conosco é um instrumento criativo de vivência de comunhão no grupo de catequizandos e também de iniciação e engajamento na vida da comunidade de fé. Os encontros catequéticos, iluminados pela Palavra de Deus, conduzem à oração, à celebração, a experimentar o mistério do amor de Deus. Apresenta, portanto, uma catequese mistagógica.

Lydia das Dores Defilippo (inmemoriam) foi uma pedagoga e catequista apaixonada pela catequese, com ampla formação em Catequese e Ensino Religioso. Morou em Belo Horizonte – MG e muito atuou na formação de catequistas. Elaborou a Coleção Deus Conosco, deixando-a como um presente para todos nós.

Lucimara Trevizan, Fausta Maria Miranda e Pe. Almerindo Silveira Barbosa são membros da Comissão de Catequese do Regional Leste 2 da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo) e os atuais responsáveis pela revisão e atualização da Coleção.

 

 

Mitologias Arquetípicas

Gustavo Barcellos

A mitologia não é a descrição de cada deus, mas a narrativa das histórias que mostram o entrelaçamento que existe entre os deuses, como uma teia. E, nessa teia, focamos em duplas ou tríades, para podermos compreender melhor a natureza, não só daquela relação, mas do que cada deus está apresentando e as sábias lições de realidades psicológicas que daí podemos tirar. As figuras míticas sozinhas não entregam a dimensão total de seu sentido. A mitologia não é como um museu, no qual se vê uma estátua por vez, como num desfile. Toda mitologia é uma teia de relações. Os deuses pertencem uns aos outros, não operam como singularidades.

A questão aqui é encararmos as relações entre os deuses. As figuras dos mitos, em qualquer que seja a mitologia, instituem-se, para nós, em relações. Não são figuras isoladas, não são figuras que se dão de modo único, mas aparecem sempre em relações, e é nelas que melhor se configuram, que mostram ao que pertencem, ou o que pertence a elas. Portanto, desse ponto de vista, estudamos alguns pares de deuses, ou mesmo tríades. Os gregos sabiam disso: os deuses nunca aparecem sozinhos. A ênfase nas relações entre os deuses, e mais, suas interpenetrações, que é a abordagem que se ensaia aqui, ajuda-nos a evitar a compreensão monoteísta de cada um deles como representativo de um conceito que a eles atribuímos isoladamente; como, por exemplo, a beleza ou o prazer a Afrodite, ou a guerra a Ares. As relações entre os deuses, que constroem o politeísmo e o complicam e sofisticam para além de poder ser entendido apenas como um agrupamento de diversas unidades, atesta a promiscuidade necessária a essas relações, necessária à vida. E cada deus é também múltiplo em si mesmo. Os deuses estão implicados uns nos outros, e acham-se complicados uns pelos outros. Implicações. Complicações. A compreensão politeísta da psique, como ensina James Hillman, “complica” as coisas.

Gustavo Barcellos é escritor e psicólogo, mestre em Psicologia Clínica pela New School for Social Research de Nova York, analista didata da Associação Junguiana do Brasil e membro da Associação Internacional de Psicologia Analítica. Autor de Voos e raízes: ensaios sobre imaginação, arte e psicologia arquetípica, Editora Ágora (2006); O irmão: psicologia do arquétipo fraterno (2009), Psique & Imagem (2012) e O banquete de psique: imaginação, cultura e psicologia da alimentação (2017), Editora Vozes; e também The Sibling Archetype, Spring Publications, USA (2016). Conferencista com trabalhos apresentados no Brasil e no exterior, tem diversos artigos publicados em revistas e periódicos nacionais e internacionais. Traduziu e editou vários títulos de James Hillman, analista pós-junguiano e iniciador da psicologia arquetípica. Fundador e editor da revista Cadernos Junguianos, publicação anual da Associação Junguiana do Brasil, de 2005 a 2015. Conferencista no Pacifica Graduate Institute, na Califórnia, e no Dallas Institute of Humanities and Culture, no Texas. Coordena seminários de psicologia arquetípica desde 1985. Trabalha há mais de 30 anos como psicoterapeuta e analista em São Paulo.

 

O medo do inferno e a arte de bem morrer

Jacir de Freitas Faria

Este livro é fruto de um estudo inovador sobre a temática do medo da morte e do Inferno e a sua relação com a devoção à Dormição de Maria e a Nossa Senhora da Boa Morte, no contexto dos evangelhos apócrifos marianos assuncionistas e sua influência na história da Igreja na composição do pensamento da sociedade da Idade Média e Moderna, bem como no Brasil Colônia e Império, de modo específico quanto ao modo de conceber a fé e o imaginário religioso mariano.

Do medo da morte à arte de morrer, tendo Maria como advogada em favor do moribundo diante do seu Filho e Juiz, à criação de irmandades da Boa Morte na Europa e no Brasil, e sua relação com a devoção à Dormição de Maria que os portugueses trouxeram com a colonização para o Brasil, onde eles incentivaram a criação de irmandades da Boa Morte.

Portanto, as páginas deste livro iniciam seu itinerário a partir do literário, passam pelo histórico e chegam ao devocional, e se relacionam com o medo da morte e do Inferno, a condição humana existencial do morrer e viver aqui e no além, tendo como defensora Nossa Senhora da Boa Morte.

Frei Jacir de Freitas Faria é frade franciscano e sacerdote. Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Doutor em Teologia Bíblica pela Faje de Belo Horizonte. Reitor e professor de Exegese Bíblica no Instituto Santo Tomás de Aquino (Ista-BH). É membro da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). Seus últimos livros publicados pela Editora Vozes foram: Mitos e contramitos em Gn 1–11: as mais belas e eternas histórias de nossas origens e Infância apócrifa do Menino Jesus: histórias de ternura e travessuras [Coleção Bíblia e Apócrifos].

 

Vidas ameaçadas

Miguel Arroyo

No livro Imagens quebradas de 2004, lembrava estarmos em um momento incerto, carregado de interrogações sobre a identidade docente-educadora: as imagens da infância, da adolescência e da juventude que chegavam às escolas eram outras. Quando as imagens dos educandos se quebram, com elas se quebram nossas próprias autoimagens.

Os tempos são mais radicais: de imagens quebradas a vidas ameaçadas. As manchetes de vidas ameaçadas, exterminadas invadem os noticiários. As crianças, adolescentes, jovens se sabem em vidas ameaçadas. As mães se sabem “órfãs” de filhos ameaçados que o Estado levou; buscam proteção das escolas, das educadoras e dos educadores. Que apelos, respostas éticas, políticas, pedagógicas se esperam da educação, da docência e da gestão diante de vidas ameaçadas de educandos e educadores?

Miguel Arroyo é doutor em Educação pela Stanford University e pós-doutor pela Universidade Complutense de Madri. Professor titular emérito da Faculdade de Educação da UFMG. Doutor Honoris Causa da Universidade Federal Fluminense. Foi secretário-adjunto de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte. É autor de diversos livros.

 

Da realidade
Finalidades da Filosofia

Gianni Vattimo

O resultado deste livro não é um volume de divulgação filosófica para o grande público; tampouco é apenas o documento de um percurso teórico voltado exclusivamente aos iniciados ou mesmo somente aos biógrafos.

Como se verá no desenrolar dos capítulos e no desdobramento dos temas, o significado do itinerário que aqui se apresenta é também ele, bem como o título do conjunto da obra, um paradoxo que o autor poderia resumir, retomando ainda um dos temas, sobre as aspas, nos quais um dos capítulos de Glasgow se detém, da seguinte maneira: da “realidade” à realidade.

Com efeito, como o autor também tentou esclarecer acrescentando, no apêndice, alguns textos escritos ao longo daqueles mesmos anos, o propósito inicial de despedir-se da realidade “dada” – colocando antes de tudo o problema de como ela se dá, na direção de uma consumação da objetividade enquanto efeito do domínio – foi se concretizando aos poucos numa forma de segundo “realismo”, que reconhece as dificuldades de tal despedida.

Se quisermos, o itinerário ao qual Vattimo aluda aqui é o mesmo da noção da Pós-modernidade, a qual, não por acaso, seus críticos haviam tachado desde o início como ideologia perigosamente próxima das ilusões do neocapitalismo triunfante.

Gianni Vattimo nasceu em 1936, em Turim, Itália. Filósofo e político, é um dos expoentes do pós-modernismo europeu. Especializou-se em Heidelberg, Alemanha, é professor na Itália e em diversas universidades dos Estados Unidos. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa das universidades de La Plata, Palermo e Madri. É autor de dezenas de obras e uma das figuras mais expressivas e atuantes no pensamento político atual. Dele também Vozes publicou: O sujeito e a máscara; Adeus à verdade; Crer que se crê e Não ser Deus.

 

Formação social do Brasil

Erivaldo Fagundes Neves

Elaborado na concepção da História como avaliação das atividades humanas do passado, com o uso de instrumentais analíticos do presente, numa perspectiva contemporânea, Formação social do Brasil – Etnia, cultura e poder aborda diversas etapas evolutivas da sociedade brasileira e pretende contribuir para a compreensão do cotidiano de violências, vilanias e transgressões, tanto sociais quanto políticas.

Nessa perspectiva, apresenta aspectos da evolução socio-econômica do Brasil, em articulação com as formações étnica, cultural e política, numa tentativa de evidenciar antecedentes coloniais, destacar fatores originais da nacionalidade e ressaltar comportamentos de pessoas e de classes sociais. Considera o aspecto étnico a constituição de um grupo social identificado pela língua falada e vivência comum de hábitos, tradição e territorialidade, que constituem a essencialidade das relações sociais cotidianas. Entende a cultura como o resultado de condicionamentos inconscientes, transmitidos na vivência social cotidiana, classificada de erudita ou formal, espontânea e apelativa ou banal, sempre relacionada com as condições naturais; e avalia o poder como a capacidade ou a possibilidade de alguém agir, produzir efeitos e influenciar comportamentos humanos.

Erivaldo Fagundes Neves: licenciatura em História (Ucsal, 1976), especialização em Conteúdo e Métodos do Ensino Superior (Ufba, 1977), mestrado em História (PUC-SP, 1985), doutorado em História (Ufpe, 2003). Professor-pleno inativo da Universidade Estadual de Feira de Santana. Escreveu vários artigos em revistas universitárias e diversos capítulos em coletâneas. Organizou as obras: Caminhos do sertão: ocupação territorial, sistema viário e intercâmbios coloniais dos sertões da Bahia (Salvador: Arcádia, 2007); Sertões da Bahia: formação social, desenvolvimento econômico, evolução política e diversidade cultural (Salvador: Arcádia, 2011). Escreveu os livros: Uma comunidade sertaneja: da sesmaria ao minifúndio – Um estudo de história regional e local (2. ed. rev. e ampl. Salvador/Feira de Santana: Edufba/Uefs, 2008; 1. ed., 1998); Bambúrrios e quimeras: olhares sobre Lençóis – Narrativa de garimpos e interpretações da cultura (Feira de Santana: Uefs, 2002; em coautoria); História regional e local: fragmentação e recomposição da história na crise da Modernidade (Feira de Santana/Salvador: Uefs/Arcádia, 2002); Estrutura fundiária e dinâmica mercantil: Alto Sertão da Bahia, séculos XVIII-XIX (Feira de Santana/Salvador: Uefs/Edufba, 2005); Escravidão, pecuária e policultura: Alto Sertão da Bahia, século XIX (Feira de Santana: Uefs, 2012); Crônica, memória e história: formação historiográfica dos sertões da Bahia (Feira de Santana: Uefs, 2016).

 

A arte de rezar

Célio Reginaldo Calikoski

A arte de rezar é um livro que estimula fazer a experiência da oração em diferentes idades. Trata-se de um subsídio para ajudar no diálogo com Deus.

As orações estão organizadas respeitando os estágios de desenvolvimento das crianças e adolescentes com a finalidade de servir para a prática de momentos orantes e imprimir uma luz própria à vida daqueles e daquelas que já fizerem a experiência da oração.

 

 

 

 

Jung e os desafios contemporâneos

Joyce Werres (org.)

Viver no mundo atual está sendo um grande desafio. Lidamos com várias questões emergentes que nos desacomodam e convidam a um exame mais apurado sobre a maneira como estamos conduzindo nossas escolhas em todos os setores da atividade humana. Vivemos em uma nova era e não temos mais como ignorar que toda a atividade humana ressoa pelo planeta.

As atitudes descuidadas do ser humano geram um desequilíbrio em nível planetário. A alma do mundo denuncia seu sofrimento e há uma ressonância, mal-interpretada, na alma humana. Com o avanço da ciência e da tecnologia temos um aumento na qualidade e na expectativa de vida, porém estamos psiquicamente mais doentes. Os apelos e distrações do mundo pós-moderno exigem eficiência e fazem com que o tempo da alma seja negligenciado.

Quando nos afastamos da alma, nos perdemos de Eros, ficamos sem conexão com a natureza, com a nossa natureza e com todas as questões importantes que exigem que estejamos presentes, para uma vida com sentido. Hoje, somos capazes de intervir na natureza, de mudar a paisagem, desviando o curso dos rios, de desenvolver medicações para a erradicação de doenças. Mas, quem somos? Que consciência temos sobre nós mesmos e sobre nossa atuação no mundo externo?

 

Políticas educacionais e a reestruturação da profissão do educador

Dalila Andrade Oliveira, Luis Miguel Carvalho, Louis LeVasseur, Liu Min e Romuald Normand (Organizadores)

As reformas itinerantes de projetos educacionais centradas em uma lógica de formação do capital humano têm ocasionado um profundo impacto na profissão de professor em vários lugares ao redor do mundo. A começar pelos primeiros anos da década de 1990, à medida que as noções de “economias do conhecimento” e “sociedades de aprendizagem” obtiveram o alcance global, conceitos como Nova Gestão Pública e Cultura de Auditoria servem ao objetivo útil de nomear e descrever a paisagem administrativa e burocrática alterada. Nessa nova ordem, os profissionais da educação foram colocados em uma posição exclusiva de destaque. Embora a docência tenha sido há muito tempo encarregada de fornecer a panaceia escolar dentro dos projetos de desenvolvimento nacional e de modernização, a responsabilidade atribuída aos professores começou a mudar: de produzir “a boa sociedade” para produzir “a boa economia”.

Como este livro documenta de modo persuasivo, esse aumento da importância dada ao conhecimento profissional e ao trabalho profissional dos educadores é acompanhado de aumentos significativos da re-regulação do trabalho dos professores. Em nossos dias e em nossa época a competência profissional dos educadores é colocada em um pedestal ou patologizada. Em muitos casos, discursos legitimadores e deslegitimadores são propagados simultaneamente pelas mesmas instituições: atores e redes. Os mesmos discursos de empoderamento que objetivam libertar os professores de restrições burocráticas vistas como interferência ao “ensino de qualidade” também provocam a sua própria tirania de restrições reguladoras.

As novas pressões regulatórias que circulam nas ideias que se movem em nível global enfatizam responsabilidade, resultados de aprendizagem e garantia de qualidade. Esses mecanismos técnicos re-regulam o trabalho dos professores por meio de conceitos como autonomia, criatividade e autorresponsabilidade – todos eles interferem profundamente nas subjetividades e identidades do professor. O desempenho do professor tornou-se um conceito central cada vez mais comum em todo o mundo. E enquanto a medição de dados e de qualidade se volta para uma maior individualização, não apenas novos critérios de promoção e recompensa começam a circular, mas também vemos uma reconfiguração da colegialidade profissional e uma reformulação da escola como uma instituição social.

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