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Missa recorda os 78 anos de nascimento de Maria Amida Kammers

13/01/2019

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Rancho Queimado (SC) – A igreja dedicada a São Bonifácio, em Taquaras, Rancho Queimado, acolheu no domingo, 13 de janeiro, centenas de fiéis que renderam homenagens diversas e celebraram solene ação de graças pelos 78 anos de nascimento e de batismo da jovem Maria Amida Kammers.

A cerimônia ocorreu na intenção da abertura do processo de beatificação de Maria Amida e foi presidida pelo Monsenhor Bertolomeu Gorges. Centenas de devotos de diversas cidades de Santa Catarina se fizeram presentes. Após a Missa, em procissão, foram até o cemitério local e lá, diante do túmulo de Maria Amida, rezaram a oração oficial pedindo graças por sua intercessão.

Descendente de imigrantes luxemburgueses, Maria Amida nasceu em Santa Filomena, no município de São Pedro de Alcântara. No mesmo dia em que veio para o mundo, em 14 de janeiro de 1941, foi batizada na igreja matriz da cidade.

Em janeiro de 1944, a família de Maria Amida resolve se mudar para Rio Acima, em Taquaras, Rancho Queimado, a fim de buscar melhores condições de vida.

Lá Maria Amida fez sua Primeira Comunhão e, ao completar 16 anos, enquanto buscava trabalho e possibilidades de continuar a estudar, passou a residir em Santo Amaro da Imperatriz junto com uma família que possuía sólida amizade com seus pais.

Depois de se inscrever e participar do processo formativo da Pia União das Filhas de Maria, em 11 de dezembro de 1960, Maria Amida é admitida oficialmente na associação de caráter devocional leigo formada apenas por mulheres.

Passado um ano de sua admissão às Filhas de Maria, em 25 de novembro de 1961, aos 20 anos, ela teve sua casa onde residida invadida e por não ceder aos desejos sexuais dos agressores, foi brutalmente assassinada enquanto defendia sua castidade.

No dia seguinte, após a realização de velório, o sepultamento foi acompanhado por uma multidão que desejava manifestar condolências à família da jovem, que teve seu corpo enterrado no cemitério da igreja São Bonifácio, em Taquaras.

O franciscano Frei Fidêncio Feldmann, OFM, então pároco da pequena cidade de Santo Amaro da Imperatriz, foi um dos primeiros a serem chamados a testemunhar a triste ocorrência. Ao ser questionado sobre o que viu naquele dia, o sacerdote literalmente escreveu: “Houve indícios de violação, mas ela morreu virgem”. (Livro de Crônicas do Convento Franciscano de Santo Amaro da Imperatriz, SC 1900-1969, p.157).

Desde então, Maria Amida é considerada pela população catarinense como “Mártir da Castidade”, uma vez que são diversas as pessoas que afirmam ter recebido graças e favores por sua intercessão e que reconhecem a autenticidade de seu martírio.

A crescente devoção a jovem, aliás, vem ganhando cada vez mais visibilidade com a existência de diversas de ex-votos que os fiéis depositam sobre o seu túmulo.

Em 2016, a Arquidiocese de Florianópolis aprovou a Oração Oficial pedindo graças por intercessão de Maria Amida. Gravada em placa metálica, foi solenemente colocada sobre o seu túmulo, tornando-se testemunha dos devotos que, sempre em maior número, ali vão pedir e agradecer.

Impelida pelo amor a Deus, a jovem brutalmente assassinada representa para seus devotos um exemplo de jovem virtuosa que “abraçou a morte” para não ter sua pureza maculada, oferecendo sua vida pelo que acreditava, vivendo seu batismo e testemunhando sua fé com seu próprio sangue.

Toni Jochem, historiador, especial para este site.