Luanda (Angola) – O Mosteiro Sagrado Coração de Jesus das Irmãs Clarissas de Luanda, em Angola, acolheu nesta quinta-feira, às 17h30, a Missa de Ação de Graças pelo jubileu de ordenação sacerdotal do Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e pelo jubileu de Frei Valdemiro Wastchuk, que não pôde celebrar o jubileu no último dia 10 de janeiro na Fraternidade de Quibala.

A Missa marcou também o encerramento da Visita Canônica do Ministro Provincial, que estava sendo realizada desde o dia 9 de janeiro na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), onde Frei César participou de atividades, como a Primeira Profissão de noviços, acolhida dos noviços deste ano, reuniões com os frades de todas as Fraternidades, com os Conselhos Paroquiais e projetos sociais, com os bispos no território da FIMDA e as Irmãs Clarissas de Luanda e Malange.

Estiveram presentes na Celebração Eucarística os frades da Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos e da Fraternidade São Francisco de Assis, bem como alguns leigos que frequentam o mosteiro. Além do jubilando Frei Valdemiro, a Missa foi concelebrada pelo presidente da FIMDA, Frei Boaventura Zovo Baza, o Conselheiro Frei João Canjenjenga, o guardião Frei José Cambolo e o diácono Frei Mário Pelu.

Após o rito inicial, Frei Abel Ndala fez uma leitura da biografia de Frei César, mostrando sua trajetória humana, acadêmica e religiosa-franciscana.

Na homilia, o presidente da celebração disse que a palavra de Deus nos convida a olhar para o testemunho de Cristo, não apenas para sua palavra que atraiu as multidões em todas as cidades. E levou os presentes a se questionarem: “Como é que ele, sendo Filho de Deus, esvaziou-se de toda glória e de todo o poder, aniquilou-se, fez-se nada para se aproximar de nós, para vir ao nosso encontro nos resgatar das trevas, da escuridão e nos levar para a salvação?” E acrescentou: “Esse é o modo de ser do nosso Deus”.

“Esse Deus é amor, veio morar entre nós, aproximou-se de nós, veio trazer o consolo da sua palavra, da sua presença, da sua libertação e por isso também aquela multidão percebia esses sinais de Jesus, o modo como ele transparecia uma autoridade não centrada no legalismo, na formalidade daquele tempo, mas daquilo que saía direto do seu coração e se transformava em palavra viva, palavra que salva, palavra que cura, palavra que tocava o seu coração, o coração daquelas pessoas. Por isso também elas iam ao seu encontro e queriam lhe tocar como que tocasse a própria graça de Deus, compreendendo que ali estava alguém que era mais do que um ser humano, mas o próprio Deus encarnado e por isso até mesmo os espíritos impuros proclamavam que Ele era o Filho de Deus. Mas ele não queria que lhe dissessem isso; ele queria que cada um descobrisse isso com os olhos da fé”, disse.

Dirigindo-se aos frades, Frei César lembrou que a nossa vocação fundamental é a vocação franciscana, que é uma resposta à vida cristã e é a partir dessa vocação que nós assumimos os mais diferentes serviços aos irmãos e à própria Igreja. “A vida franciscana consiste na evangelização. Essa é a razão de ser da nossa vocação. Evangelização na ótica franciscana é deixar-se, em primeiro lugar, impregnar-se pelo Evangelho, tocar-se pelo Evangelho para que ele fale primeiramente através da nossa vida, da nossa unidade, da nossa fraternidade”, disse.

Quanto ao jubileu, disse que o importante é que renovemos a cada dia a nossa profissão, a nossa consagração, a nossa disposição em servir e lavar os pés uns dos outros. “Que Deus nos dê essa graça e que nós possamos olhar para ele como nosso Sumo-Sacerdote, Aquele que nos constituiu para o serviço e possamos imitá-Lo na nossa vida, transformando tudo isso na verdadeira e na autêntica evangelização”, concluiu.

No final da celebração, Ir. Clara Luz, em nome do mosteiro, expressou o seu agradecimento a Frei César e o felicitou pelo jubileu com algumas palavras de apreço.

Frei Abel Ndala Sahuma Nganji  e Frei Eduardo Camunha