FR. MASSIMO FUSARELLI- Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores

Eu vim justamente para este sinal de proximidade e de escuta. Acredito também que no meu serviço é importante vir à Terra Santa não apenas uma vez a cada seis anos, mas estar mais próximo, para acompanhar esta presença que para nós é muito importante, muito típica. Sou muito grato ao Senhor por poder estar aqui, sou grato pelo avião ter decolado para que eu pudesse estar aqui neste momento. Não posso fazer nada, não posso resolver nada, mas posso estar presente e isso é muito importante.

Estar presente com a comunidade franciscana, totalmente envolvido na vida do povo e nos vários aspectos da missão. Na manhã do dia 16, Fr. Fusarelli, juntamente com Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, o Vigário Geral, Fr. Ignacio Ceja Jiménez, o Visitador Geral, Fr. Alojzy Warot e o Visitador Assistente, Frei Marcello Ghirlando, que o acompanharam durante toda a viagem, iniciou sua visita precisamente pelos santuários ao redor do Mar da Galileia: Magdala, Tabga e Cafarnaum; à tarde, os franciscanos de todos os conventos da Galileia, reuniram-se para a celebração da Missa na Basílica da Transfiguração, no Monte Tabor,por ocasião dos 100 anos de sua construção.

Foi muito bom recordar a experiência de Francisco propriamente aqui nesta Basílica – que é invadida pela luz. Descendo deste Monte: “Convido-vos a continuar este caminho de luz nas trevas da história, sabendo que o Senhor ressuscitado venceu as nossas trevas e a Sua luz se torna estrada entre os homens e no mundo”. Fr. Fusarelli também inaugurou a exposição LuxTenebra, pelos 100 anos da construção da Basílica projetada por Antonio Barluzzi.

Depois da viagem à Galileia, celebrou no Santo Sepulcro e visitou a seção arqueológica do Terra Santa Museu, para conhecer os objetos preservados no Museu, um raro patrimônio arqueológico e artístico: um tesouro guardado pelos Franciscanos da Custódia da Terra Santa há mais de 800 anos. No final da visita, juntamente com os professores e alunos do Studium Biblicum Franciscanum, Frei Fusarelli celebrou a missa na Igreja da Flagelação, durante a qual foi recordado o centenário de sua fundação.  “Obrigado pela vossa missão – disse Frei Massimo Fusarelli. Acolher a Palavra do Evangelho, vivê-la, dar-lhe corpo com a vida e fazê-la amada é a nossa vocação de Frades Menores”.

É o centenário também da Basílica da Agonia no Getsêmani, onde frei Fusarelli presidiu a missa e também inaugurou a exposição  LuxTenebra.

FR. MASSIMO FUSARELLI – Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores-

São Francisco usava frequentemente o verbo “guardar” especialmente dirigido aos frades: “Guardar a palavra de Jesus”, “Guardar o dom que recebeste”. Guardar é um verbo mariano, Maria – diz Lucas – “guardava todas as coisas no coração”. Para nós, guardar os Lugares Santos significa estar nestes lugares de forma dinâmica, antes de tudo com oração contínua, com intercessão contínua. Guardar também significa permitir que esses lugares falem hoje, mesmo com a linguagem da arte.

Na tarde da quarta-feira, 17 de abril, o Ministro Geral, juntamente com o frei Ibrahim Faltas diretor das Escolas Terra Santa e juntamente com autoridades religiosas e civis, participou da inauguração do teatro da Escola Terra Santa de Jerusalém.  “Cuidar da educação é cuidar do futuro de um povo. Desejo que ele seja um instrumento de crescimento, de ressurreição para uma vida nova, de educação cultural e de encontro para muitos nesta Cidade Santa, especialmente neste momento” Disse o Ministro.

Uma etapa especial da visita certamente foi em Belém. A primeira parada foi na  Casa da Criança, que há 17 anos acolhe famílias em dificuldade. O grupo visitou o Campo dos Pastores onde é recordado o anúncio do nascimento de Jesus feito pelos anjos aos pastores de Belém com a construção das capelas de diversas nações. A visita seguiu até a Escola Terra Santa de Belém, a mais antiga das escolas da Custódia, fundada em 1598. O Ministro Geral pode conhecer mais de perto as dificuldades que os habitantes de Belém enfrentam no momento atual.

Depois todos seguiram para o Centro Michele Piccirillo, que emprega jovens com necessidades especiais, na criação artística e produção de artesanatos, vendidos no próprio Centro. As 12h o grupo participou da procissão diária dos frades até a Gruta da Natividade.  Entre tantos encontros com os frades e com a comunidade cristã da Terra Santa, frei Fusarelli também celebrou com a comunidade das Clarissas de Jerusalém. E expressou o seu sentimento sobre a comunidade franciscana na Terra Santa.

FR. MASSIMO FUSARELLI – Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores

Encontrei os frades melhores do que imaginava: feridos com o que está acontecendo, mas também determinados a permanecer aqui. Então a minha primeira palavra é “por favor, irmãos, permaneçam aqui. Não fechados em casa, mas com as pessoas, ao lado das pessoas, tanto quanto for possível. A segunda palavra que quero dizer é para que permaneçam como intercessores, do latim interceder, caminhar entre Deus e os homens, em meio ao campo de batalha. Estamos num campo de batalha. Permaneçam como quem caminha entre os dois lados, lembrando em Deus que este é o seu povo. A terceira palavra que digo aos frades é “olhar agora para o futuro”. Pensando nas crianças, pensando em como continuar a dar esperança e confiança a esta terra. Embora estejamos cercados pela guerra, precisamos olhar para o futuro.”

FR. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

A visita do Ministro Geral foi muito importante para nós porque foi verdadeiramente um sinal de proximidade. É um momento difícil para toda a Terra Santa, para todo o Oriente Médio. Muitos não vêm. Muitos têm medo de vir. Em vez disso, o ministro e o vigário geral escolheram estar perto de nós, vir nos visitar para perceber qual é a real situação e também para nos encorajar e eu diria também para aquelas duas lindas celebrações que tivemos, no Tabor e no Getsêmani , uma na luz e outra no lugar das trevas. Estou muito grato por esta visita, porque nos encorajou a caminhar com serenidade. Sabemos que ao longo dos séculos viver como frades menores na Terra Santa nunca foi fácil e por isso devemos permanecer aqui, com a consciência de que também neste domingo, o que o Evangelho nos sugere, é precisamente a consciência de quem não tem medo de dar a própria vida. Eu diria que foi uma visita muito importante e significativa para mim.

Lurdinha Nunes – Jerusalém