Foi realizado de 5 a 12 de fevereiro, em Assis (It), o Congresso das Presidentes das Federações da Ordem de Santa Clara, celebrativo pelo 8º jubileu de fundação das Clarissas. Do Brasil, participou a Ir. Maria José da Rosa Mística, presidente da Federação da Sagrada Família. Já no dia 10 de fevereiro teve início o Congresso de Assistentes da Ordem de Santa Clara, que vai até o dia 19 de fevereiro. Do Brasil, participa o assistente nacional Frei Raimundo J. de Oliveira Castro.

Abaixo, a mensagem final do Congresso das presidentes das Federações:

Por ocasião da celebração do VIII centenário do início da Forma de Vida Clariana, de 5 a 12 de fevereiro de 2012, respondendo ao convite feito pelo Ministro Geral, Frei José Rodríguez Carballo, OFM, solicitado por muitas irmãs, reunimo-nos em Santa Maria dos Anjos, em torno da Porciúncula, 39 Presidentes e 7 Delegadas das Federações das Irmãs Pobres de Santa Clara do mundo, junto com os Frades do Definitório Geral OFM. Nestes dias de oração, de convivência fraterna, de reflexão sobre nossa identidade franciscano-clariana, sobre nossa missão como contemplativas e sobre os desafios do mundo atual à nossa vocação, tivemos, também, a graça de visitar os lugares de nossas origens.

O intercâmbio fraterno da vida e a reflexão sobre nossa identidade fomos levadas a refletir vários temas que ampliaram nossa visão e ajudou-nos a aprofundar o sentido de pertença à Ordem e à Família franciscana, de maneira particular a relação com os Frades Menores da Primeira Ordem.

O Ministro Geral, Frei José Rodríguez Carballo, convidou-nos em várias ocasiões a sermos as guardiãs de nosso carisma, de nossa identidade e da qualidade evangélica de nossa vida. Esta mesma exortação nos chegou por parte do Prefeito da CIVCSVA Sua Eminência, o Cardeal João Braz de Avíz, em sua reflexão sobre nossa missão como Clarissas no mundo de hoje. Animadas por estas e por outras intervenções durante o Congresso, queremos seguir caminhando juntas. Sabendo que é fundamental viver com paixão e alegria nossa vocação, apresentamos os seguintes temas para a reflexão:

Revitalização e importância de nossa vida e missão

Sentimos a necessidade de dar um novo impulso à nossa vida e missão, à luz das exigências de nosso carisma e dos sinais dos tempos. Levando em conta a realidade em que se encontram vários Mosteiros, além da formação, refletimos sobre a urgência de adquirir critérios claros para acompanhar aos Mosteiros nas graves dificuldades. Entre esses critérios, levar em conta a importância de nossa vida e de nossa presença em um determinado território. Na ajuda aos Mosteiros em dificuldade, tanto para a revitalização, como para um possível fechamento, seja feito um discernimento à luz do que foi dito anteriormente (importância de vida e presença). Nos Mosteiros federados parece oportuno, que essa ajuda, seja coordenada pelas Presidentes Federais com seu Conselho.

Formação

  Conscientes da realidade de onde provêm nossas candidatas e na qual se encontram nossas comunidades, sentiu-se a necessidade de dar uma atenção especial à formação, tanto permanente como inicial, nos seguintes aspectos:

– humano: devem ser levados em conta os valores humanos, tal como se expressam os documentos do Magistério e particularmente na Vida Fraterna em Comunidade;

– cristão: o ano da fé, proclamado por Bento XVI, a partir de outubro de 2012 a outubro de 2013, impulsiona-nos a aprofundar o tema da fé: assimilação de seus conteúdos, reflexões sobre o tema, confissão da fé na vida cotidiana, aprofundamento dos textos do Concílio Vaticano II por ocasião do 50° aniversário de sua abertura;

– franciscano-clariano: que leve em conta os conteúdos essenciais de nossa identidade de fraternidade contemplativa em clausura de Irmãs Pobres de Santa Clara, aprofundando o tema da clausura em seu significado, segundo a especificidade de nossa forma de vida e dando um sentido litúrgico, que faça de nossas celebrações um momento forte do sentido de Deus e do testemunho de nossa forma de vida.

Ao longo de todo o processo formativo, o sem próprio, ilumine os elementos de nossa vida franciscano-clariana.

Convidamos, também, a ver a formação permanente como o húmus da formação inicial e a levar em conta as exigências gerais e, ao mesmo tempo, as próprias de cada faixa etária, dando-se particular importância às irmãs nos primeiros cinco anos da profissão solene.

Relação Irmãs Pobres de Santa Clara e Frades Menores

À luz dos escritos de São Francisco e de Santa Clara, fazendo eco das diversas reflexões, incluída a do Prefeito para os Religiosos e a do Ministro Geral, tendo em conta que a forma de vida das Irmãs Pobres de Santa Clara é a mesma que a dos Frades Menores (cf. Bento XVI, audiência de 10 de agosto de 2011), sentiu-se a necessidade de seguir aprofundando a relação entre a OFM e a OSC, sem medos e sem protagonismos de nenhuma das partes. Este aprofundamento ajudará a ambos a conhecer e a viver melhor nossa vocação comum. Neste contexto, desejaríamos que fosse dada a oportunidade aos Mosteiros que pedirem, de ligarem-se juridicamente à OFM.

Agradecimento

No final de nossa mensagem-saudação, estamos conscientes de não termos absorvido, certamente, toda a riqueza de nosso encontro, por isso, propusemo-nos somente alguns pontos sobre os quais queremos nos comprometer nos próximos anos, avaliando, em seguida, com os meios mais adequados, o caminho percorrido. Queremos expressar nosso agradecimento a Frei José Rodríguez Carballo, OFM, Ministro Geral, a Frei Rafael Blanco, OFM, Delegado Geral Pro-Monialibus, e a todos os frades, que, através de seu trabalho tornaram possível este Congresso. Agradecemos também à CIVCSVA por haver concedido a permissão para sua realização, e a todas as irmãs e irmãos que em Assis nos acolheram com calor fraterno.

Da Porciúncula, onde Clara acolheu a forma de vida que Francisco lhe deu, abraçamos a todos. (cf. Testamento de Santa Clara 5).

Suas Irmãs Presidentes.

12.02.2012