“Maria é Mãe. Uma Igreja sem Maria é um orfanato”.
27/10/2014
O Papa Francisco recebeu, no sábado, na Sala Paulo VI mais de 8 mil peregrinos membros do Movimento di Schoenstatt, provenientes de cerca de 50 países. O Movimento Apostólico de Schoenstatt celebra este ano o centenário da sua fundação, sendo que a origem do movimento “é a Aliança de Amor com Nossa Senhora em 18 de outubro de 1914, numa capelinha no lugar de Schoenstatt, Alemanha, hoje o santuário original”.
O encontro com o Papa Francisco foi em forma de diálogo, com perguntas e respostas, inspiradas nos temas que acompanharam a preparação das celebrações do Centenário de Schoenstatt. Então, os membros do Movimento pediram ao Papa que explicasse qual é o seu modo de ver o papel missionário de Maria na Nova Evangelização e na renovação da Igreja. Papa Francesco não tem dúvidas: “Maria é Mãe; uma Igreja sem Maria é um orfanato”.
Sobre a família, o Papa disse que “a família cristã e o matrimônio nunca foram tão atacados como agora, direta ou transversalmente”. E reiterou que “não se pode reduzir o sacramento do matrimônio a um rito social”. “Casamento é para sempre”, lembrou, ressalvando “que na sociedade, hoje, é comum a cultura do provisório”.
O Papa afirmou que a missão da Igreja é ajudar ‘corpo a corpo’, não fazendo proselitismo, mas acompanhando. “A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração”, disse ainda, citando Bento XVI.
Antes de terminar o encontro, o Papa revelou que desde que lhe foi presenteada, há alguns anos, uma imagem de Nossa Senhora de Schoenstatt, ele olha para ela todos os dias. E concluindo concedeu a todos a sua benção apostólica e o envio missionário.
ANGELUS
Na sua habitual reflexão antes da oração mariana do Angelus, o Papa Francisco, comentou o evangelho deste 30° Domingo em que que São Mateus fala de alguns fariseus que, querendo pôr à prova Jesus, lhe perguntam qual é o maior dos mandamentos, e disse que o evangelho nos recorda que toda a lei divina se resume no amor de Deus e no amor ao próximo: “amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espirito. O segundo é semelhante a este: amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. E o Papa Francisco acrescentou: Jesus não inventou nem este segundo mandamento, cita-o do Livro do Levítico, mas a sua novidade consiste exatamente em colocar juntos estes dois mandamentos – o amor por Deus e o amor pelo próximo – revelando que esses são inseparáveis e complementares, são as duas faces de uma mesma medalha.
E, recordou a este propósito o comentário de Bento XVI nos nn. 16-18 da sua Enciclica Deus caritas est. E explicou: O sinal visível que o cristão pode mostrar para testemunhar ao mundo o amor de Deus é o amor aos irmãos. O mandamento do amor a Deus e ao próximo é o primeiro não porque ele está no topo da lista dos mandamentos, mas porque é o coração do qual tudo deve começar e ao qual tudo deve voltar e fazer referência.
Também no Antigo Testamento – continuou o Papa – a exigência de ser santo, à imagem de Deus que é santo, incluía também o dever de cuidar dos mais vulneráveis como o estrangeiro, o órfão, a viúva, e Jesus veio completar esta lei de aliança, Ele que une em si mesmo, na sua carne, a divindade e a humanidade, num único mistério de amor.
E agora, à luz da palavra de Jesus, o amor é a medida da fé, insistiu o Papa, e a fé é a alma do amor: “Já não podemos mais separar a vida religiosa do serviço aos irmãos, àqueles irmãos concretos que encontramos. Já não podemos dividir a oração, o encontro com Deus nos sacramentos, e a escuta do outro, a proximidade à sua vida, especialmente às suas feridas. No meio da densa floresta de preceitos e regulamentos, disse ainda o Papa, aos legalismos de ontem e de hoje, Jesus abre uma passagem que nos permite ver dois rostos: o rosto do Pai e o do irmão. Não nos entrega duas fórmulas ou dois preceitos, mas dois rostos, ou melhor um único rosto, o rosto de Deus que se reflecte em muitos rostos, porque no rosto de cada irmão, especialmente o mais pequeno, frágil e indefeso, está presente a própria imagem de Deus”.
Deste modo, concluiu o Papa a sua reflexão, Jesus oferece a cada homem o critério fundamental sobre o qual basear a sua própria vida. Mas acima de tudo, ele nos deu o seu Espírito, que nos permite amar a Deus e ao próximo como Ele, com um coração livre e generoso, e invocou a intercessão de Maria, para uma maior abertura e acolhimento deste dom, para todos caminharmos na lei do amor.
Fonte: Rádio Vaticano