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“Mais do que respostas são as perguntas que produzem educação”, diz Altemeyer no 2º episódio da CF 2022

02/03/2022

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A série da Campanha da Fraternidade, promovida pela Província da Imaculada Conceição, no formato podcast, apresenta no segundo episódio, nesta Quarta-feira de Cinzas, o teólogo e professor da PUC-SP, Fernando Altemeyer Jr., para falar sobre o tema “Jesus: Mestre e Educador”.

Neste ano, a Campanha aborda o tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26).

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Segundo Altemeyer, educação não é só o processo escolar, mas é o processo de a gente estar no mundo, na vida, de a gente poder cuidar das criaturas e ser cuidado. “Educere é fazer crescer aquilo que está lá pequenino. Então, Jesus foi um educador e cada um de nós o é”, disse.

Para ele, educação é responder questões, mas mais do que respostas são as perguntas que produzem educação, por que ali é que está a curiosidade.

“O educador Jesus não é hoje um professor, um catedrático, longe disso. Jesus nem passou por um esquema escolar dos gregos, dos romanos, e hoje do mundo ocidental. Mas é o educador no sentido de mostrar pistas, caminhos, de ter seguidores, discípulos, apóstolos. Então, sim, Jesus é um bom educador”, explicou.

Para o teólogo, a missão educativa de Jesus, como todo ser humano, começou com a mãe dele. “Ela é a primeira educadora. Depois, na oficina de José, ele aprendeu a profissão. Tem textos hebraicos que dizem que o pai é um malvisto se não ensinar o trabalho ao filho. Vai criar um vagabundo, vai criar um bandido. A escola de José foi uma grande escola. Depois, claro, a escola religiosa, porque Jesus participou sete ou oito anos da sinagoga, o que a gente chamaria de ensino fundamental hoje. Ele aprendia a Torá, o Talmude, orações e histórias do seu povo e sabia, com certeza, adorar e rezar a Deus”, disse.

A principal sala de aula de Jesus foi o caminho que percorreu durante três anos até chegar às portas de Jerusalém e ser crucificado. “Com os discípulos formavam um time, uma sala de sala, onde o que importava era o Reino de Deus, importava cuidar dos pobres. Para Jesus, sobretudo, pregar e curar. Aí está um pouco da dinâmica da sala de aula. A sala de aula de Jesus é prática, está ligada ao cotidiano. É nesse caminho que Jesus desenvolve seu pensamento, é confrontado por alguns – Quem é você? É filho de José? Como pode dizer que é o Messias? – E aí Jesus passa, por assim dizer, no vestibular. Só que o prêmio dele não é a universidade, mas a cruz”, lembrou.

Segundo o professor, o povo judeu queria um ensino que atingisse o coração. Então, as parábolas são o jeito de os rabinos ensinar pequenas histórias com um fim polêmico. “Depois tem o método do taumaturgo, que é o mais impactante, o Jesus terapeuta que cura e toca nas pessoas e se deixa tocar. Há também os sermões, a própria peregrinação de Jesus aos lugares sagrados. Ou seja, não dá para pensar o método pedagógico de Jesus com a nossa pedagogia moderna. Parece que o jeito de Jesus muito forte é de capturar o olhar do seu ouvinte. Olho no olho. O Papa Francisco tem essa sintonia”, contou.

No episódio 3, no dia 6 de março, o tema será “Educar para a Escuta”, com o Professor de Filosofia da FAE – Centro Universitário, Osmar Ponchiroli.


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