Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Lá vai São Francisco fazer festa no Largo

04/10/2014

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Moacir Beggo

São Paulo (SP) – Havia um temor de que o sábado, véspera de eleição, não ajudasse a festa do Padroeiro do Convento São Francisco, no Centro de São Paulo. Mas tudo não passou de um receio dos frades. Nas primeiras horas da manhã, o povo foi chegando, chegando, e o Largo ficou cheio. É sempre assim: São Francisco não anda sozinho; onde ele vai, onde está, tem uma multidão.

Frei Alvaci Mendes da Luz, que presidiu a celebração eucarística do meio-dia, não se conteve na acolhida e exclamou: “Vocês não sabem a alegria para nós, franciscanos, de ver essa igreja tão cheia no dia de nosso Pai!”. E assim ela ficou durante todo o dia, principalmente na Santa Missa das 15 horas, presidida pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e transmitida ao vivo pela Canção Nova.

meioDesde cedo, os frades trabalharam muito para dar a bênção dos animais e das pessoas. O povo queria rezar e acabou esgotando, antes do meio-dia, mais de 600 pães caseiros feitos pelos frades.

A bela igreja centenária dos frades franciscanos também recebeu os funcionários do Zoológico, que trouxeram um filhote do cisne de pescoço negro para a celebração. Mais do que um trabalho técnico, de preservação e educação ambiental, esses funcionários dão amor e doação a esta fundação.

E todos são apaixonados por Francisco de Assis. “Há oitocentos anos vive no coração de tantas pessoas que acreditam num mundo melhor, que acreditam num mundo de paz e bem. Por isso que nós estamos aqui nesta igreja”, disse Frei Alvaci.

Segundo o Vigário paroquial, “esse grande pequeno Francisco foi um homem apaixonado por Jesus, apaixonado pelo Evangelho e apaixonado por uma causa. “A gente tem orgulho, um orgulho santo, de seguir as pegadas de Jesus através desse homem. É bonito ver como ele toca tanta gente, tantas instituições, mexe com o Papa, mexe com a Igreja. Mexeu com a Igreja há oitocentos anos e continua mexendo hoje. Ele continua vivo nos nossos corações”, enfatizou Frei Alvaci.

“Pode chamar de santo dos animaizinhos, das pombinhas, pode ser o santo dos pobres, da simplicidade e da humildade, não importa, é Francisco!”, acrescentou.

odoricoFrei Alvaci tomou um texto de Frei Vitório Mazzuco para ajudar a sua reflexão sobre o Padroeiro da Ecologia, um título dado por João Paulo II há 35 anos:

“Lá vai São Francisco reconstruindo a nossa inocência perdida; fazendo devagar um caminho passo a passo. Ele teve tempo de ser peregrino e forasteiro andando pela vida sem pressa hiperativa. Com olhar e prece contemplativa nos ensinou a louvar tudo o que existe. Lá vai São Francisco homem santo, primitivo, arcaico, fonte de inesgotáveis mananciais, um moderno que revela um futuro traçado por muitos sonhos. Lá vai São Francisco levando oito séculos de vida original e originante. Lá vai São Francisco dizendo para nós que a história não é um amontoado de ruínas, mas que podemos erguer espaços sagrados onde habita um humano excluído e chagado”.

UM CLUBE DE AMOR

A convite dos frades organizadores da festa, Frei Alvaci e Frei Gustavo Medella, a ONG Clube dos Vira-Latas expôs durante o dia o trabalho que faz em Ribeirão Pires, onde 500 cães que sofrem de abandono ou maus-tratos são acolhidos. Hoje é a maior ONG de cuidado animal do Brasil e em 13 anos de existência ejá contabiliza mais de 9.000 adoções.

clubeHoje, esta ONG é presidida por Cláudia Demarchi, que conta com uma equipe de voluntários para continuar essa missão de cuidar dos animais. “Somos idealistas. Trabalhamos por amor e sem nenhum tipo de verba pública”, conta. “Vivemos de doações, desde uma folha de jornal até remédios. Tudo é bem-vindo”, disse, informando que a entidade aceita doações (o contato por ser feito pelo email contato@clubedosviralatas.org.br)

A ONG, segundo Cláudia, foi fundada por Cida Lellis, uma apaixonada por animais. Segundo a atual presidente, ela era uma guerreira e jamais mediu esforços para socorrer um animal e, em certas ocasiões, passou por privações para que seus protegidos fossem atendidos com dignidade. Ela faleceu há quatro anos, mas o seu legado continua como combustível pela causa.

Para Cláudia, foi uma honra estar participando da festa. “Sou católica, batizada, crismada. E mais importante: devota de São Francisco. Basta dizer que sou filha de veterinária, que desde pequena me ensinou a gostar dos animais como este Santo”, completou.