Por Moacir Beggo

São Paulo (SP) – Depois de 70 anos de sua fundação, a Igreja São Francisco de Assis, na Vila Clementino, em São Paulo, está restaurada e pronta para continuar sendo a Casa de Deus das novas gerações. Foi com muita alegria neste domingo, 24 de junho, solenidade do Nascimento de São João Batista, que o bispo auxiliar de São Paulo, da região episcopal do Ipiranga, Dom Tomé Ferreira da Silva, presidiu a Missa de Ação de Graças pela conclusão das obras da igreja.

Muito contente, o pároco Frei Djalmo Fuck era abordado constantemente pelos fiéis que queriam cumprimentá-lo pelo belo resultado, que deixava a todos muitos encantados e orgulhosos. A igreja está “nova em folha”. O projeto de iluminação foi um dos que mais mereceram a atenção de Frei Djalmo, que se preocupou em criar um ambiente onde destacasse a beleza dos vitrais da igreja. E conseguiu!

Frei Djalmo concelebrou ao lado de Frei Mário Tagliari, Definidor e representante do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que está em visita canônica nas fraternidades da Província. Mais treze sacerdotes, entre eles, frades que residiram nesta Paróquia, o diácono Roberto Ishara, religiosos e religiosas participaram da celebração.

A celebração transcorreu com solenidade, própria para a liturgia do dia e para a data especial. Dois momentos marcantes foram a procissão das oferendas, onde os trabalhadores da obra vieram em procissão trazendo as ferramentas que usaram para restaurar o templo. Os jovens, numa representação leve e simples, lembraram o começo da conversão de São Francisco, quando ele reconstrói a pequena igrejinha de São Damião.

Dom Tomé agradeceu especialmente aos benfeitores e benfeitoras que ajudaram nesta obra que durou quase dois anos. “Com as suas doações, com o seu tempo, com as suas ideias ajudaram para que este projeto pudesse tomar corpo e ir se desenvolvendo paulatinamente ao longo dos últimos meses”, disse, acrescentando que era um momento de gratidão também aos franciscanos, que tornaram “realidade este sonho”.

“Vejo que este gesto de unidade de tantas pessoas, de tantas instituições, de tantas empresas, mostram o sinal que vocês assumiram responsavelmente este dom que receberam de gerações passadas. Quantas pessoas, quantas mãos, ao longo do tempo, contribuíram para a construção e a manutenção deste lugar sagrado. E agora, como gesto de reconhecimento, vocês se uniram para que, através desta restauração, este monumento de fé possa se perpetuar, possa servir não somente a nós mas continuar disponível, bom e belo, para aquelas gerações que ainda virão depois de nós”, destacou Dom Tomé na sua homilia.

Segundo o bispo da Região Episcopal do Ipiranga, da qual pertence a Paróquia da Vila, a beleza da obra não anima somente os fiéis que aqui vivem a sua vida de fé, mas também alegra e levanta a autoestima de todo esse bairro da Vila Clementino. “Quando uma igreja é construída, quando uma igreja é restaurada, todo o seu entorno recebe também novo valor, recebe também novo influxo, recebe também uma nova disposição. Então, nós nos sentimos enriquecidos, alegres, nos sentimos agradecidos por hoje podermos dizer: ‘Nós contribuimos para que este templo, que de outros recebemos, pudesse se tornar casa de oração, bela e boa e que assim ela venha servir a outras gerações”, finalizou, pedindo que São Francisco de Assis, o Padroeiro da paróquia, continue reunindo nesta casa, nesta igreja a ele dedicada, para que aqui vivamos como irmãos e irmãs, filhos de Deus e amigos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Frei Djalmo fez um agradecimento emocionado aos benfeitores e benfeitoras, à Comissão da Reforma, às empresas envolvidas na obra, aos funcionários e aos fiéis que agora podiam ver o resultado deste trabalho. “Há dois anos, era um sonho distante e difícil, mas hoje é uma realidade da qual todos somos testemunhas”, disse. “E isto só foi possível graças à generosidade e partilha de cada paroquiano, amigo e benfeitor desta igreja. Não foi o trabalho de um indivíduo ou de um grupo, mas de toda a comunidade de São Francisco de Assis, que hoje está em festa”, acrescentou.
Segundo o pároco, no domingo passado (17/6), foram apresentados os gastos da reforma, que ultrapassaram um milhão de reais. “A coragem e o espírito de partilha superaram o eventual medo ou pessimismo”, observou, já que viveu momentos de angústia quando no meio da obra se viu diante da necessidade de ampliar a reforma com a troca total dos telhados, já que estavam todos comprometidos. Não havia dinheiro para tanto e toda a campanha feita visava uma reforma de custo inicial de R$ 350 mil. Mas aí o povo deu uma demonstração de generosidade, partilha e comprometimento com a Paróquia e o resultado foi alcançado.

“Penso que a reforma material, estrutural desta igreja é apenas um aspecto da grande ‘reforma interior’, espiritual, que deve acontecer na vida de cada paroquiano (quem sabe a reforma mais difícil). De nada adiantaria uma igreja bonita, esteticamente bela, se isto não se refletisse na vida de cada um de nós, de nossos grupos, pastorais e movimentos”, completou. Frei Mário Tagliari agradeceu a todos pela confiança depositada nos frades, especialmente no pároco Frei Djalmo Fuck, que foi aplaudido entusiasticamente. Afinal, esta era a primeira grande reforma da igreja desde que foi construída em 1941. A festa terminou em uma confraternização no Salão Paroquial São Francisco.