“O amor precisa ser partilhado”, diz Frei Valdecir
01/10/2018
Moacir Beggo
São Paulo (SP) – No dia que a Igreja celebra a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, a Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino (SP), deu início ao Tríduo em preparação para a Festa do Padroeiro, no próximo dia 4 de outubro. O pároco Frei Valdecir Schwambach presidiu a Celebração Eucarística, às 18 horas, tendo como concelebrantes Frei César Külkamp e Frei Raimundo de Oliveira Castro.
Frei Valdecir lembrou que neste ano o tema escolhido é “Fraternidade Universal: Em Cristo Somos Todos Irmãos”, inspirado na Campanha da Fraternidade deste ano (“Vós Sois Todos Irmãos”).
Partindo do Evangelho de São João, em que Jesus fala “se alguém me ama guardará minha palavra e meu Pai o amará”, Frei Valdecir explicou que “guardar” não significa colocar algo especial numa caixa e guardar num armário.
“Guardar, na verdade, é gastar, é colocar em uso. O amor, como fala João, não é guardar no sentido de reservar a si mesmo aquilo que se tem. O amor precisa ser usado. O amor precisa ser partilhado, vivenciado entre as pessoas”, disse o celebrante.
Frei Valdecir lembrou, contudo, que o desafio não é pequeno. Amar também significa tolerar pessoas diferentes, saber conviver com aqueles com quem nem sempre temos facilidade: “Isso requer uma atitude de grande fé. Só quem tem fé consegue realmente amar. Seja no seu trabalho, na sua família, se você não tiver fé para transcender a realidade, aquela situação, os fatos, muito provavelmente não conseguirá superar esse desafio”.
Nessa fraternidade universal, a construção da paz é um processo que só se constrói com amor. Segundo Frei Valdecir, o mundo oferece a paz negociada. “Você não faz isso, eu não faço aquilo’. Na fé, na religião, é isso e muito mais. Você também precisa estabelecer critérios, estabelecer limites. A nossa paz muitas vezes – e vocês podem não gostar disso – se consegue quando você precisa considerar o outro superior a você. Isso não é doce aos nossos ouvidos: considerar que o outro tem razão, que o outro tem vez, que o outro pode estar certo”, ressaltou.
Segundo o frade, esse desafio exige de nós um passo a mais. “Construir a paz é algo que começa dentro de nós. Quando nós nos desarmamos, muitas vezes nós desarmamos as outras pessoas. Desarmar, quero dizer, baixar a guarda numa sociedade marcada pela violência. Quanto mais violentos, mais cegos vamos ficando, mais violência vamos cultivando. E quando nos damos conta, estamos no ciclo de guerra dentro de nossas casas, da nossa realidade e na vida de cada um de nós”, enfatizou o celebrante. Para o frade, a violência desfigura a fraternidade sonhada no início pelo Criador.
“Jesus veio trazer o amor, o amor que dá a vida pelas outras pessoas”, completou.