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Frei Michael cumprimenta Frei Marco Tasca, novo arcebispo de Gênova

11/05/2020

Notícias

O Ministro Geral Frei Michael Perry, em nome do Definitório Geral e dos Frades da Ordem dos Frades Menores, enviou carta a Dom Marco Tasca, OFM Conv, ex-Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais, nomeado pelo Santo Padre Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Gênova (Itália). “Agradeço ao Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor pela eleição que o Santo Padre, Papa Francisco, fez, escolhendo você, querido Frei Marco, para servir a Santa Madre Igreja como Bispo na Arquidiocese de Gênova, como sucessor dos Apóstolos, testemunha do Ressuscitado e servo do Evangelho de Jesus Cristo para a esperança do mundo”.

Frei Michael destacou a amizade e colaboração que tiveram enquanto Frei Tasca foi Ministro Geral. “Minha mais sincera gratidão pelo precioso presente de sua amizade e colaboração que, tentando cumprir a vontade de Deus, fizemos durante o período de seu generalato. Agradeço de coração por sua atitude fraterna benevolente e clarividente, da qual você me fez participante e que nos permitiu trabalhar como verdadeiros irmãos para o bem da Ordem e da Igreja. Peço na oração ao Deus das misericórdias para que teu ministério episcopal seja proveitoso e cheio de graças para você, para a família franciscana e para o povo de Deus que agora lhe foi confiado. Que o Bom Deus o abençoe e sempre lhe dê fidelidade alegre e renovada todos os dias à voz do Espírito Santo”, desejou Frei Michael.

Frei Tasca é natural de Sant’Angelo di Piove, Pádua (Itália). Nascido em 1957, entrou na Ordem em 1968, e fez o noviciado em Pádua, na Basílica de Santo Antônio (1976-1977). Depois do noviciado, estudou Teologia no Instituto Teológico “Santo Antônio Doutor” de Pádua, e conseguiu o título acadêmico de Bacharelado em 1982.

Em 28 de novembro de 1981 fez a profissão solene. Em 1982 foi transferido para Roma, onde residiu na comunidade do Seraphicum para estudar uma licenciatura na Pontifícia Universidade Salesiana. Ordenou-se sacerdote em 19 de março de 1983 em seu povoado natal, Sant’Angelo di Piove, recebendo o sacramento da Ordem das mãos do então bispo de Pádua, Dom Filippo Franceschi.

Em 1986 obteve a Licenciatura em Psicologia e, dois anos depois, a de Teologia Pastoral. Foi reitor do Seminário menor de Brescia e docente de Psicologia e Catequética no Instituto Teológico do Santo Antônio Doutor”.

Foi eleito no Capítulo Provincial de 2001 como Custódio capitular e guardião do convento do Camposampiero (Pádua), e, em 2005, tornou-se Ministro Provincial. Em 2007 foi eleito Ministro Geral e reeleito em 2013. “Somos guardiães da vida de Francisco, de seu carisma, de seus sonhos, de suas fadigas e de tudo aquilo que ele viveu, tudo o que nos impulsiona ainda mais a estar em sintonia com a proposta que ele nos fez”, declarava o Ministro Frei Tasca na sua nova reeleição.

No ano passado, o argentino Frei Carlos Alberto Trovarelli foi eleito durante o 202º Capítulo Geral para substituir Frei Marco.

Gênova fica na Ligúria, região da costa norte da Itália, perto da fronteira com a França e com a Suíça. A cidade fica em uma curta faixa de terra entre o mar e a montanha. Está entre as cidades mais antigas da itália, e na época das grandes navegações até o século XIX, foi palco de importantes eventos devido ao porto. Cristóvão Colombo, por exemplo, era genovês! Hoje em dia a cidade se mantém pelo comércio e serviços, além de seguir as demandas do porto, que apesar de já não ser o mais importante da Itália, ainda mantém um alto nível de produção. E o turismo aos poucos começa a crescer e aparecer pela cidade.


O franciscano enviado pelo Papa para curar as feridas de Gênova

Francisco o escolheu na periferia da Itália, na província de Pádua, onde nasceu há quase 63 anos. Um frade que fala com os jovens e quer tê-los como interlocutores privilegiados. Um homem, no entanto, também acostumado ao comando (como o próprio Bergoglio, quando era padre provincial dos jesuítas na Argentina), porque durante 12 anos esteve à frente da Ordem dos Frades Conventuais, portanto sucessor de São Francisco. Mas de uma Ordem que se considera “menor” e se proclama em seu estatuto como “mendicante”. Um prelado pouco conhecido em Roma, mas onde o primeiro papa não europeu o chamou ao Vaticano para participar de seus sínodos. No mapa mental do Papa Francisco, portanto, o homem é o ideal para ser colocado em uma periferia “capital” como Gênova, que sempre foi um laboratório político e social.

“Sou frade e continuo sendo frade. Se o Senhor quis assim, significa que está tudo bem. Mesmo que meus planos e desejos fossem outros”, disse Tasca a seus confrades de Pádua, referindo-se à esperança de partir como missionário. Ele chegará a Gênova como um franciscano reformador, substituindo um cardeal conservador.

Conservador, porém, iluminado: Bagnasco, como pessoa dúctil, foi capaz, mesmo com grande dificuldade no início, de se adaptar à mudança entre um papa semelhante a ele em termos de doutrina como Joseph Ratzinger e um pontífice que imediatamente tirou da pauta os chamados “princípios não negociáveis” (vida, família, educação), caros a Bento XVI. Francisco pesou e avaliou Bagnasco e, por fim, manteve-o em seu cargo, tanto à frente da Conferência Episcopal Italiana, até 2017, quanto como arcebispo de Gênova. Mas agora, com uma Itália que olha para Gênova com outros olhos, a mudança não era mais prorrogável.

E a nomeação se torna a marca de Francisco em uma cidade tão apreciada por ele. Desse porto, em 1928, partiu seu pai Mario, que de Basso Piemonte foi tentar a fortuna em Buenos Aires, onde Jorge Mario nasceu em 1936.

Nunca Bergoglio esqueceu seus ancestrais, a família no norte da Ligúria e Gênova, onde em 2017 ele finalmente realizou uma visita oficial ao âmbito do trabalho, da história e de uma cidade destinada a sofrer novamente no ano seguinte com a queda da ponte Morandi. “Como vosso bispo – escreveu o novo arcebispo Tasca em uma mensagem aos genoveses da diocese – desejo ser pai e irmão, com o meu coração sempre aberto à escuta e ao acolhimento tanto daqueles que virão bater à minha porta, como – eu gostaria de dizer, acima de tudo! – daqueles que, por qualquer motivo, se encontram ou se sentem distantes da nossa comunidade eclesial. Confio-me de todo o coração às suas orações, esperando encontrar cada um de vocês na bela cidade de Gênova, que a partir de hoje também sinto como minha”. Uma escolha em total descontinuidade em relação ao passado da arquidiocese.

Após os 41 anos de Siri, todos os bispos de Gênova vieram da área do triângulo industrial – Canestri, Tettamanzi, Bertone, Bagnasco. Todos príncipes da Igreja. Agora chega a Gênova um bispo “estranho”. E não um cardeal. Mas isso, na geografia mental de Francisco, não importa mais.

Está sendo enviado um frade teólogo e psicólogo. Perfeito, no perfil de Bergoglio.

Tasca chegará a Gênova provavelmente em junho, para a inauguração da nova ponte, prevista para julho. O governador Toti e o prefeito Bucci enviaram imediatamente mensagens de boas-vindas e, a Bagnasco, de agradecimento. Ele tinha pedido a “renúncia” devido ao limite de idade, 77 anos, que o Papa aceitou. E saiu com estilo: “Quando alguém nunca procura nada, é livre. O que não significa ser insensível, mas ter o dom da serenidade”.


Reportagem é de Marco Ansaldo, publicada por La Repubblica, 09-05-2020. A tradução é de Luisa Rabolini (wwwihu.unisinos.com.br)