Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Gilson pede mais sabor e menos ‘amargueza’ na vida das pessoas

09/02/2020

Notícias

Moacir Beggo

Xaxim (SC) – Neste quinto domingo do Tempo Comum, a Comunidade Pocinho de Cima da Paróquia São Luiz Gonzaga de Xaxim (SC) celebrou Nossa Senhora de Lourdes, a sua Padroeira. No calendário litúrgico, Nossa Senhora de Lourdes é celebrada no próximo dia 11 de fevereiro, data que remete à primeira aparição de Nossa Senhora a Santa Maria Bernadete Soubirous. Como Pocinho de Cima é uma comunidade rural, a Padroeira foi festejada neste domingo.

O pároco Frei Gilson Kammer foi o presidente da Celebração Eucarística, que reuniu o povo na acolhedora igrejinha da comunidade, às 10h30. Na acolhida, lembrou-se que Nossa Senhora, que anunciou para Bernadete que era a Imaculada Conceição, apareceu 18 vezes. O Canto de Aclamação disse que Maria guardou muita coisa no coração e Frei Gilson acrescentou que Maria continua sendo modelo de como a gente pode bem viver a nossa fé e a nossa vida.

Frei Gilson partiu do refrão do salmo para iniciar sua homilia: “Uma luz brilha nas trevas para o justo”. “Nessa palavra justiça, eu acredito que a gente possa perceber o que é ser sal e o que é ser luz como diz o Evangelho de hoje”. Segundo o celebrante, pela nossa vocação cristã, a partir do nosso batismo, somos chamados a não viver mais somente para nós. “Por exemplo, eu como frade, como sacerdote, preciso me preencher e fazer com que a minha vida seja plena dessa graça, para que eu possa também celebrar com a comunidade, com cada um de vocês. E assim também é toda a nossa vida batismal. Nós não somos batizados para vivermos sozinhos, não! Mas a gente é batizado, e se diz cristão, para viver em comunidade”.

Para o frade, essa justiça de Deus é alcançada também a partir do momento em que a gente se desafia um ao outro. “O profeta Isaías falou que a gente precisa vencer algumas situações da nossa vida. Alguns discursos, algumas palavras que não ajudam, que não colaboram e que, talvez, hoje tem muito disso. Nas nossas famílias, no nosso dia a dia, usamos um ‘palavreado’ que não contribui para isso e só machuca as pessoas”, disse o celebrante. “Então, é a partir dessa mudança de vida que a gente pode ser luz, sobretudo se consegue viver essa justiça de Deus. Aí, sim, essa justiça vai fazer com que a gente seja sal e luz”, emendou. “O sal – o próprio Cristo diz – se perder o seu sabor não vai servir para nada. Vai ser jogado fora e pisado pelas pessoas. O Cristo não quer isso da gente”, observou.

O celebrante lembrou também que a Palavra de Deus é sal na nossa vida e dá sabor a tudo que a gente faz. “Esse sal, esse sabor, a gente não pode perder jamais. Essa capacidade de compreender aquilo que Deus quer da gente, aquilo que a gente deve ser na vida dos outros”, ressaltou. Lembrou que sabor e gosto são duas coisas diferentes. “Se colocar pouco sal, a comida fica sem gosto. Se colocar muito, a gente não consegue comer. A justa medida (justiça), é conseguir temperar com o sal, não somente a comida, mas principalmente a nossa vida. E talvez quanta gente já perdeu esse sabor, essa capacidade de ser sabor na própria vida e na vida das pessoas. Ou talvez não encontra mais o sabor, o sentido da vida, e é amargo demais. Ou não encontra mais ânimo para fazer a sua própria vida seguir em frente e é uma ‘amargueza’ danada que atrapalha outras pessoas”, ilustrou.

Segundo o frade, luz e sal quando faltam nos deixam desesperados. Quando não temos luz, percebemos a importância dela. “No dia em que a gente não conseguir, no trabalho, na nossa casa, na comunidade, fazer com que as pessoas não sintam a nossa ausência, devemos ficar preocupados. A gente não é mais sabor ou luz na vida das pessoas. Pais, filhos, esposos e esposas, sejam essa luz, esse sal, que todo mundo vai sentir falta. Que a gente possa iluminar a vida de todos!”, pediu.

 

Frei Gilson lembrou que muitas vezes precisamos fazer aquilo que não gostamos para percebermos o sabor de nossa vida e para dar sabor à vida de todos. “Por isso, o Cristo abraçou a sua cruz e faz o convite para segui-Lo porque isso dá sabor. O Cristo assumiu a sua cruz para que a gente tivesse sabor na nossa vida e para que a gente tivesse salvação. É esse exemplo de Cristo que precisamos seguir”, completou, pedindo a Nossa Senhora de Lourdes, modelo de seguimento do Cristo, para nos ajudar a não perder esse sabor e que possamos ser essa luz que todo mundo vai sentir falta quando não tiver mais. Que Deus possa ajudar essa comunidade para que seja luz e sal na vida de todos!

Durante a ação de graças, a comunidade fez uma homenagem a Nossa Senhora de Lourdes. A liturgia foi animada pela Comunidade de Vila Guarani. No Salão Paroquial, a festa continuou durante toda a tarde com um saboroso almoço de confraternização.


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