Frei César destaca o belo testemunho do Papa em Assis
12/11/2021
Na manhã desta sexta-feira, 12 de novembro, o Papa Francisco presidiu, em Assis, o Encontro de Oração e Testemunho, onde se encontrou com um grupo de 500 pobres de várias partes da Europa para um momento de escuta e oração, tendo em vista o V Dia Mundial dos Pobres, que se celebra neste domingo, 14 de novembro.
Ao chegar a Assis, por volta das 9 horas, o Santo Padre visitou o Protomonastério de Santa Clara para um encontro com a comunidade das Clarissas. Chegando à Basílica de Santa Maria dos Anjos, o Santo Padre foi recebido no adro da igreja por algumas autoridades. Em seguida, três pessoas pobres dirigiram palavras de boas-vindas e entregaram simbolicamente a capa e o cajado de peregrino ao Papa Francisco, indicando que todos os peregrinos vinham aos lugares de São Francisco para ouvir sua palavra. Posteriormente, o Santo Padre entrou na Basílica e foi à Porciúncula, onde parou para rezar por alguns minutos.
Depois de alguns testemunhos, o Papa fez seu discurso e um momento de oração entre ele os participantes do encontro. No final, antes de retornar de helicóptero ao Vaticano, o Santo Padre visitou as Clarissas de Spello e fez uma parada para almoçar com a comunidade, enquanto os pobres presentes no encontro foram recebidos pelo Mons. Dom Domingos Sorrentino, Bispo de Assis-Nocera.
Da Ordem dos Frades Menores, que residem em Roma, na Cúria Geral, estiveram presentes o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, e três Definidores, entre eles Frei César Külkamp, que contou que este foi o segundo encontro com o Papa, já que esteve com ele no Hospital da Venerável Ordem Terceira, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013.
Frei César destacou os testemunhos muito comoventes, assim como a fala do Papa. “Depois de tudo isso, nós fomos para uma sala de recepção e o Papa saudou a cada um dos frades presentes, cumprimentando e dizendo uma palavrinha. Depois, ele fez a oração do Angelus, deu uma bênção para nós e saiu”, contou Frei César.
Segundo o Definidor Geral brasileiro, num espaço perto da estação em Assis, houve o almoço com as 500 pessoas, autoridades civis e religiosas e os frades, que depois retornaram a Roma. “Foi uma celebração de uma beleza toda própria, porque pude sentir que o Papa estava muito à vontade. Ele já enfrenta algumas debilidades devido à idade, ele foi operado há pouco tempo, mas ele caminhou bastante, ele foi ao encontro das pessoas, falava, conversava com cada um e ouvia mensagens que eles tinham para ele”, contou Frei César.
“Também durante toda a cerimônia de oração, ele até virou a sua cadeira porque queria olhar bem para as pessoas que estavam dando testemunho. Então, esse interesse dele, essa entrega para aquele momento foi um testemunho bonito dele. De perceber como ele, de fato, dá essa atenção a cada pessoa. Ele nunca cumprimenta formalmente. Mesmo a nós, frades, ele cumprimenta, olha nos olhos, diz uma palavra. Foi interessante também ver que ele saudava cada um dos frades mais idosos da Porciúncula, pedindo que tivessem coragem, fossem avante. Isso foi um testemunho muito bonito e fraterno da parte dele”, ressaltou Frei César.
O Papa iniciou agradecendo a presença de todos em Assis e recordando que a cidade de Assis “tem impresso o rosto de São Francisco” que recebeu o chamado para viver o Evangelho à letra. E disse que embora a sua santidade de alguma forma nos assusta porque parece impossível imitá-la, devemos recordar certos momentos da sua vida que valem mais do que os sermões.
Segundo o Papa, foi na Porciúncula – onde escolheu para se encontrar com os pobres – que São Francisco acolheu Santa Clara, os primeiros frades e muitos pobres que o procuraram. “Com simplicidade os recebeu como irmãos e irmãs, compartilhando tudo com eles. Esta é a expressão mais evangélica que somos chamados a fazer nossa: acolher. Acolher significa abrir a porta, a porta da casa e a porta do coração, e permitir a quem busca que possa entrar. E que ele pode se sentir à vontade, não maravilhado, não, à vontade, livre. Onde existe um verdadeiro sentido de fraternidade, vive-se também a experiência sincera de acolhimento. Onde, por outro lado, há medo do outro, desprezo pela sua vida, nasce a recusa ou, pior, a indiferença: aquele olhar para o outro lado. O acolhimento gera um senso de comunidade; pelo contrário, a recusa se fecha no próprio egoísmo. Madre Teresa, que fez da sua vida um serviço de acolhimento, gostava de dizer: “Qual é o melhor acolhimento? O sorriso”. O sorriso. Compartilhar um sorriso com quem precisa é bom para nós dois, para mim e para o outro. O sorriso como expressão de simpatia, de ternura. E então o sorriso envolve você, e você não será capaz de se afastar da pessoa para quem sorriu”.