Frei César aos jubilandos: “Renovemos nosso amor e nosso sim!”
03/12/2018
Bragança Paulista (SP) – A festa dos Jubileus dos frades da Província da Imaculada Conceição, que começou na Fraternidade São Francisco (SP), no último dia 30 de novembro, estendeu-se para a Fraternidade São Francisco de Assis, em Bragança Paulista nesta segunda (3/12), onde os frades idosos e enfermos celebraram seus jubileus de vida religiosa e sacerdotal. A Celebração, simples mas repleta de significados, foi realizada fora da capela, em uma sala mais espaçosa para acolher todos os frades, já que este dia marcou o encerramento festivo das atividades do Regional São Paulo da Província da Imaculada Conceição.
Frei Carlos José Körber, o guardião da Fraternidade, acolheu a todos e falou da alegria de reuni-los na celebração e no almoço festivo encerrando as atividades deste Regional. O Ministro Provincial recém-eleito, Frei César KÜlkamp, presidiu sua primeira Missa nesta Casa Acolhedora da Província, tendo como concelebrantes além de Frei Carlos, o coordenador do Regional, Frei Germano Guesser. Entre os presentes, o ex-Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, agora moderador da Formação Permanente, o Reitor da Universidade São Francisco (USF), Frei Gilberto Garcia, e colaboradores da Universidade e da Fraternidade.
Liturgicamente, foi tomada a Missa da Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, Padroeira da Província, que será celebrada no próximo sábado. Ao redor dos celebrantes estavam os jubilandos: Frei Olavo Seifert, 77 anos de vida religiosa; Frei Ciríaco Tokarski, 74 anos; Frei Anselmo München, 71 anos; Frei Juvenal Sansão, 70 anos; Frei Aloísio B. Hellmann, 60 anos; Frei Francisco Tomazzi, 60 anos; Frei José Lino Zimmermann, 60 anos; e Frei Ernesto Kramer, 60 anos. Frei Olavo também celebrou 72 anos de ministério sacerdotal, assim como Frei Anselmo München, 65 anos; Frei Paulo Back, 50 anos; e Frei Paulo Limper, 50 anos.
Além das Fraternidades que compõem o Regional São Paulo (Amparo, Santos, Pari, Largo São Francisco e Vila Clementino), participou deste dia festivo a Fraternidade e Postulantado de Guaratinguetá com os 4 postulantes que ingressarão no Noviciado no dia 15 de janeiro.
Frei Olavo, aos 99 anos, celebrou 77 anos de vida religiosa e 72 anos de vida sacerdotal. Lúcido, seguro, ele fez a leitura do Evangelho de Lucas narrando a anunciação do anjo a Maria. Frei Olavo completará 100 anos no próximo ano, no dia 4 de agosto.
Na sua homilia, a exemplo do último sábado, Frei César recordou o significado da palavra jubileu. “Mas, aqui em Bragança, estamos celebrando estes jubileus com a grande solenidade da Imaculada Conceição. O Mistério nos diz que Maria é preservada da mancha herdada pelo pecado original, o pecado das origens da própria humanidade e que a Sagrada Escritura relata nesta alegoria do Gênesis: dos nossos primeiros pais, Adão e Eva. É imputada a eles uma tendência natural do ser humano para o mal através do querer igualar-se a Deus. Não sabemos bem se é esta a origem do mal – no orgulho ou na desobediência. Mas, reconhecemos que existe uma tendência originada numa certa ruptura com o criador, o próprio Deus”, explicou Frei César, lembrando que é o Deus mesmo quem toma a iniciativa de resgatar o homem dessa condição de pecado para a plena e eterna comunhão com Ele: “Envia-nos seu próprio Filho, como vítima para expiar nossos pecados. E para Ele se encarnar, Deus escolhe uma mulher e a prepara santíssima, adornada com todas as qualidades e belezas do próprio Deus. Assim, estava isenta do pecado de Adão e Eva”.
Segundo o celebrante, Maria é apenas uma criatura e não uma deusa. “A Igreja nunca duvidou de sua santidade, de sua vida puríssima, de seu coração inteiramente voltado para Deus, ou seja, de ser uma mulher “cheia de graça” (Lc 1,28). Mas, muitos teólogos duvidavam da sua isenção do pecado original”, observou, citando que entre os teólogos favoráveis estava o franciscano Duns Scotus, que argumentava assim: Deus podia criá-la sem mancha, porque a Deus nada é impossível (Lc 1,37); convinha que Deus a criasse sem mancha, porque ela estava predestinada a ser a Mãe do Filho de Deus e, portanto, ter todas as qualidades que não ofuscassem o filho; se Deus podia, se convinha, Deus a criou isenta do pecado original, ou seja, imaculada antes, durante e depois de sua conceição no seio de sua mãe.
No dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX declarou verdade de fé a Conceição Imaculada de Maria. O dogma soa assim: “A Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi preservada de toda mancha de pecado original, por singular graça e privilégio do Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador dos homens, e que esta doutrina está contida na Revelação Divina, devendo, portanto, ser crida firme e para sempre por todos os fiéis” (Ineffabilis Dei, 42).
“Celebramos 164 anos do dogma. Mas a devoção à lmaculada é muito mais antiga. É conhecida já no século VIII. Desde 1263, a Ordem Franciscana celebrou com muita solenidade a Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro de cada ano e costumava cantar a Missa em sua honra aos sábados”, disse lembrando a oração de São Francisco, “Saudação à Mãe de Deus”, que expressa a mesma verdade, com palavras cheias de ternura: “Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem!”.
Lucas, chamado de Evangelista mariano, procurou contar em palavras humanas o momento sublime da Encarnação de Deus no ventre de Maria. “O dogma da maternidade divina de Maria está estreitamente ligado ao dogma da Encarnação do Filho de Deus. A partir daquele momento, o mistério e a missão de Cristo – Deus-homem e homem-Deus – une-se para sempre ao mistério e à missão de Maria de Nazaré”, ressaltou Frei César .
Segundo o Ministro Provincial, estamos diante de vários mistérios que anunciam o mistério da salvação. “Como está acima da inteligência humana, só podemos contemplar a graça e vontade de Deus e, como afirmou o anjo na hora da Anunciação, ‘para Deus, nada é impossível’ (Lc 1,37). O Papa Pio XII, na comemoração dos cem anos do dogma da Imaculada Conceição, lembrou que a maternidade divina de Maria é a mais alta missão, depois da que recebeu o Cristo, na face da terra, e que esta missão exige a graça divina em toda a sua plenitude. Depois de Cristo, a maior e mais excelsa missão na terra; por causa de Cristo, revestida de dignidade infinita”, observou.
“Caros jubilandos, é isto que nós celebramos hoje! Este jubileu traz consigo suas experiências vividas nos mais diferentes lugares, com erros e com acertos, porque somos humanos e estamos a caminho. E é por isso que hoje é dia de jubileu. Queremos pedir o perdão jubilar de todas as nossas dívidas, culpas. Queremos reiniciar nossa consagração e nosso serviço ministerial, fundados no sim ousado de Maria, aquela que sempre acreditou, e fez de sua vida um serviço à salvação da humanidade. Convido cada um de vocês a renovarem o seu sim no sim de Maria! No sim revestido de humildade e serviço. Por isso, ela não nos chama para si, mas nos aponta para seu Filho, o nosso primeiro amor, aquele que nos chamou a segui-Lo, Unidos a Ele e com a confiança e fidelidade de sua Santíssima Mãe, a Imaculada Conceição, renovemos nosso amor e nosso sim!”, completou o Ministro Provincial.
Comunicação da Província da Imaculada Conceição
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