Frades fazem retiro antes da renovação dos votos
04/12/2017
Angola – Em preparação à renovação dos votos, os Frades de Profissão Temporária em Angola, entre os dias 1º e 3 de dezembro, tiveram seu retiro anual com o tema: “Fraternidade e missão à luz do dom”. O retiro teve como pregador Frei Marco Antônio dos Santos e ocorreu no Centro de Espiritualidade São João de Brito, dos Jesuítas, em Viana (Luanda).
A Missa de abertura foi presidida por Frei Alisson Zanetti e concelebrada por Frei Marco e Frei José Antonio dos Santos. Frei Alisson, numa análise rápida dos tempos atuais, destacou que a falta de fé, a perda do referencial do sagrado e a depressão são os motivos do arrefecimento do entusiasmo inicial da vocação. Frei Alisson aconselhou a “nunca perder o equilíbrio”. Em seguida destacou que a alegria é a marca do carisma franciscano e sugeriu que “devemos cultivá-la em nosso meio”.
No primeiro dia, Frei Marco esclareceu que é importante fazer sempre uma parada obrigatória, retirar-se e, ao mesmo tempo, ter um momento para “fradejar”(encontrar-se e confraternizar-se). Convidou aos frades a pensarem no seguinte questionamento: “Num mundo carente de sentido, como responder ao dom da vocação?” Na tentativa de apontar algumas luzes, o pregador disse que a fé não nos torna imunes às vicissitudes da vida. Daí a necessidade da “paciência de se deixar formar”.
Mais adiante, Frei Marco lembrou que a etapa de profissão temporária “é para fortificar o ser frade e, ao mesmo tempo, é tempo de adesão e pertença. Adesão porque cada um deve aceitar o modo de vida; pertença porque todos devem sentir-se parte”. E, disse ainda que na fraternidade todos são iguais porque todos têm um dom, o dom da vocação; e, de igual modo, são diferentes pela multiplicidade de dons. “Daí a riqueza da pluralidade”.
No segundo dia, os frades foram provocados a meditar sobre “o dom do irmão” e sobre a “Fraternidade: irmãos em meio à humanidade”, temas elaborados com base nos documentos e diretrizes da Ordem dos Frades Menores. Na vida fraterna, disse o pregador, “não podemos criar mais feridas, temos que nos curar, porque há uma mística que nos envolve”. Mais adiante, para uma boa renovação dos votos, os professos tomaram consciência de que a vida franciscana “não é uma empresa com metas a cumprir”, disse Frei Marco. “Uma fraternidade é movida pelo mesmo espírito”, ensinou.
Na tarde do segundo dia de retiro, os frades reuniram-se em grupos para aprofundarem os temas propostos pelo pregador. Nas partilhas, apresentaram suas dificuldades e fraquezas enquanto jovens, e também o desejo de não perder a identidade franciscana.
Na manhã do primeiro domingo de Advento e último dia do retiro, as atividades começaram com a Missa, na qual Frei Marco aproveitou para lembrar o início do novo tempo litúrgico, onde destaca-se a espera e a vigilância. “Espera de um Deus que se dá a cada um no sim de Maria, quando o humano e o divino se encontram”. Em seguida, o sacerdote esclareceu que “como barros na mão do oleiro, nós também estamos nas mãos de Deus, que sempre de novo cuida do seu povo. Mas é preciso que cada um cuide do outro”.
Cada grupo expôs suas reflexões e Frei Marco, na sua conclusão, aconselhou a não ter medo de enfrentar as crises e que, nos momentos difíceis, é importante “saber purificar tudo o que passa, porque não é hora de azedar, mas de colocar fermento na massa”. Falou que a Fundação está vivendo um momento bonito e que a “Província olha com muita esperança cada um”, desejando a todos uma boa renovação. Após o almoço, os frades cantaram, em ação de graças, para as Irmãs do Verbo Divino e Sagrada Família, que cuidam do Centro de Espiritualidade, e retornaram à Fraternidade São Francisco do Palanca.
Comunicação da Província da Imaculada Conceição