Vila Velha (ES) – O quarto dia do Oitavário da Festa da Penha reuniu, nesta quarta-feira (20/4), no Campinho do Morro da Penha, os sacerdotes, movimentos, pastorais e o povo da Área Pastoral Benevente (formada pelas cidades Anchieta, Alfredo Chaves e Guarapari) para homenagear Nossa Senhora das Alegrias, o título pascal de Maria.

A Missa foi presidida pelo Pe. Alexandre Ferreira dos Santos, administrador paroquial daParóquia São José, de Guarapari. Além dos celebrantes desta Área Pastoral, concelebraram, juntamente com Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, o guardião Frei Djalmo Fuck, os frades do Convento da Penha e da Província da Imaculada Conceição.

O Evangelho de Emaús serviu de inspiração para o Pe. Rafael Martins do Nascimento, da Paróquia São Pedro, Muquiçaba, em Guarapari, fazer a homilia. Segundo ele, é bonita a fé do povo na Virgem Maria, aquela que traz o nosso Salvador. Aquela que veio ao nosso encontro trazendo a esperança. “Que saudade de estarmos reunidos! Dois anos de pandemia, dois anos de desespero, dois anos de angústia, dois anos de tristeza e nós estamos aqui, neste ano, manifestando a nossa fé no Deus Salvador”, disse.

“E a liturgia mostra exatamente isso. Em quem nós estamos depositando a nossa fé, em quem nós estamos de fato escutando, a quem nós de fato estamos olhando? Dois peregrinos, dois caminhantes, dois discípulos iam andando pelo caminho discutindo, conversando a respeito do que havia acontecido nos últimos dias. Esses dois discípulos falavam a respeito do evento da Paixão de Cristo. E aí você começa a entender como é que foi esse evento. Claro que era comum na época a crucificação de vários bandidos, de malfeitores, mas como vai dizer aquele bandido ao lado de Jesus, ‘nós estamos sendo crucificados porque estamos pagando por aquilo que fazemos. Mas este homem é inocente’. Por isso que esse evento da Paixão do Senhor foi grandioso para a época, porque um homem inocente, um homem que não tinha pecado, um homem que fez o bem, um homem que anunciou o Reino de Deus foi crucificado. Quantas vezes nós anunciamos, quantas vezes nós procuramos fazem o bem e nós somos crucificados, somos caluniados, só porque procuramos fazer o bem. Mas quando fazemos o mal não acontece nada”, observou.

Por isso, segundo ele, é preciso confiar na justiça divina, porque neste mundo, não vamos ficar para a eternidade. “Seria uma vida muito chata, porque viver para a eternidade, que graça tem?  Mas se você sabe que existe a morte, se você sabe que existe o fim, então você vai procurar as coisas boas da vida em Cristo Jesus”, ensinou.

Para ele, é Cristo que nos chama, que caminha conosco. “Olhe o que nós vivemos nestes dois anos, quantas pessoas perderam a vida. Quantos conhecidos, quantas parentes você perdeu. Você mesmo pode ter ficado entre a vida e a morte e hoje está aqui para agradecer a Deus, louvar a Deus, para agradecer a Nossa Senhora por sua intercessão. Mas eu espero que você não fique somente nesse agradecimento, espero que você permaneça firme naquilo que Deus está te dando. Porque se você não vai pelo amor, vai pela dor. Mas vai ser aquele que mesmo pela dor vai abandonando, vai dando as costas para Jesus”, alertou.

“Eu não sei quais são suas dores, não sei os anseios que o trouxeram neste Campinho, não sei quais graças vocês estão pedindo à Virgem da Penha, mas Jesus conhece, Jesus sabe. Por isso, você precisa clamar pelo nome de Jesus. Precisa clamar com fé e confiança. Sem a presença de Jesus a sua vida não tem sentido. A sua vida é em vão. Muitas pessoas vão se perdendo porque buscam na Igreja o batismo, a porta da salvação, mas depois dão as costas a Jesus achando que está tudo certo, que está correto. Não está”, disse, fazendo uma oração à Virgem da Penha, que sem ela não vem a nós o Salvador.

No final da Celebração Eucarística, uma homenagem do Santuário de Pe. José de Anchieta, que trouxe uma relíquia do santo brasileiro para a bênção final. Foi lido um texto falando sobre a história entre São José de Anchieta, Frei Pedro Palácios e Nossa Senhora. Dois homens representaram Frei Pedro e São José de Anchieta e uma criança representou um índio no meio dos fiéis.

MOMENTO DEVOCIONAL

O Momento Devocional Franciscano e Mariano do Oitavário começou às 15h30, quando Frei Alessandro Dias do Nascimento, do Convento da Penha, convidou o povo a conhecer um pouco o devoto da Virgem da Penha, Frei Pedro Palácios, e como ele procurava evangelizar a todos sem distinção, fossem eles colonos, fossem eles nativos. “Pouco tempo depois de ter construído o primeiro oratório em honra a Nossa Senhora das Alegrias, o bom religioso percebeu que seu amado quadro da Virgem não estava mais em seu altar. Esse fato lhe causou angústias. Podemos imaginar os sofrimentos porque passou aquele santo Frei, imaginando perdido o grande símbolo de sua devoção. No entanto, apesar de todos esses sofrimentos e dores, nenhuma queixa escapou de sua boca”.

Frei Alessandro teve como tema do dia “Saúde da Fé” e tomou o trecho do Evangelho de Lucas 7,1-10, que relata a cura do criado do centurião. Jesus fica admirado com a fé do centurião, que é estrangeiro: ‘Eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei uma fé como esta!’

“A gente sabe que não basta estar se sentindo fisicamente bem. Nós temos a dimensão espiritual, a dimensão social, e essa dimensão da fé é necessária. Às vezes, se a fé não é vivida de forma madura, pode nos adoecer”, disse Frei Alessandro. “O sentido aqui é termos a naturalidade da fé. Infelizmente, às vezes, criamos muros, excluímos as pessoas. O Papa Francisco diz que devemos ser uma Igreja em saída. Jesus saiu de onde estava e vai ao encontro do centurião. Mas, no meio do caminho, seus servos vieram ao encontro de Jesus e disseram que não precisava ir lá, pois não eram dignos de receber a visita dele. Bastava dizer uma palavra e o criado seria curado. Jesus diz que nunca tinha visto tanta fé. Veja, a fé nos cura”, ressaltou.

Frei Alessandro falou da presença de Dom Dario Campos nesta manhã no Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica, onde a imagem peregrina de Nossa Senhora da Penha fez uma visita aos trabalhadores.

A Festa da Penha é devocional e cultural, predominantemente marcada pelas grandes celebrações e romarias. É uma realização do Convento da Penha, da Associação dos Amigos do Convento da Penha (AACP) e da Mitra Arquidiocesana de Vitória.

---

PROGRAMAÇÃO

Dia 21, quinta-feira – 5º Dia Oitavário

Tema do dia: Saúde das relações

7h, 9h, 11h – Missas (Fraternidadede Franciscana), presenciais no Campinho

10h00 – Plantio muda de árvore, presencial no Convento

14h00 – Programa “Salve Mãe das Alegrias” – Transmissão ao vivo (TVs, rádios, internet)

15h30 – Devocional Oitavário (Frades) – Transmissão ao vivo (TVs, rádios, internet), presencial no Campinho

16h00 – Missa 5º Dia Oitavário – Área Pastoral Serra-Fundão – Transmissão ao vivo (TVs, rádios, internet), presencial no Campinho

19h30 – Apresentação cultural da Banda Big Beatles com participação do Padre Anderson Gomes – Transmissão ao vivo (TVs, rádios, internet), presencial no Campinho

---

Comunicação da Província da Imaculada Conceição