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Dom Orlando: Frei Galvão merece ser nomeado co-padroeiro do Brasil

25/10/2020

Notícias

Lucas Santos

 Guaratinguetá (SP) – O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, presidiu a Missa Solene da Festa de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, no Santuário de Guaratinguetá, no bairro Jardim do Vale, e arrancou aplausos ao sugerir que Frei Galvão seja declarado também Padroeiro do Brasil, que desde 1826 é o também franciscano São Pedro Alcântara.

Como concelebrantes estavam o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e o Reitor do Santuário, Pe. José Carlos de Melo, e sacerdotes da Arquidiocese e da Província da Imaculada, entre eles Frei Diego de Melo, que participou de toda a Novena de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. O povo pôde participar dentro das normas sanitárias e D. Orlando chamou a atenção para o grande número de religiosas presentes na celebração. Religiosos também estavam presentes, como Frei Walter de Carvalho Júnior, e os postulantes do Seminário Frei Galvão. Representando a cidade, o prefeito de Guaratinguetá, Marcus Soliva, participou da Missa solene.

Na Missa deste domingo, 25 de outubro, às 15 horas, Dom Orlando mostrou a sintonia que existe entre Frei Galvão e o Pontificado do Papa Francisco.

Dom Orlando destacou o amor que tinha pelos pobres, a ponto de certa ocasião dar a um pobre uma toalha “preciosa” que tinha à sua frente. “Ele era o doutor dos pobres. Ele soube viver como pobre”, disse, acrescentando: “O que ele fez na vida foi cuidar desses irmãos – do órfão, da viúva, do estrangeiro, do pobre – que acabamos de ouvir na primeira leitura. O Papa Francisco anunciou no início do seu Pontificado que faria uma Igreja para os Pobres”.

Mostrando um quadro no Santuário de Frei Galvão visitando uma mulher grávida, D. Orlando disse. “Gosto de Frei Galvão tendo esse carinho pelas grávidas, pela vida. E o Papa disse: eu quero uma Igreja de campanha. E aí está Frei Galvão com esse hospital de campanha, que eram casas onde visitava, sempre caminhando a pé. Ele era a Igreja em saída do Papa Francisco”, acrescentou.

Frei Galvão, segundo o arcebispo, era o irmão de todos, como pede a encíclica do Papa Francisco, “Fratelli tutti” (Irmão de todos). “Como franciscano e como fiel discípulo do Evangelho do Senhor, Frei Galvão buscou a reconciliação, o diálogo e a paz para a cidade de São Paulo. Não é por nada que recebeu o título de ‘Apóstolo da caridade e da paz'”, explicou D. Orlando, citando o capítulo segundo, quando o Papa fala do bom samaritano. Segundo ele, para ser o bom samaritano é preciso esvaziar-se de si mesmo, como fez Frei Galvão.

Dom Orlando também lembrou que Frei Galvão não se calou diante de injustiças, quando saiu em defesa de um soldado de nome Caetano José da Costa, ou Caetaninho, condenado anteriormente à prisão perpétua. O crime deste soldado consistira em ter ferido levemente o filho do governador Martim Lopes, que o havia esbofeteado, achando-se ambos embriagados. Por conta desta defesa, Frei Galvão foi expulso da cidade, mas o povo protestou e não deixou.

Comentando o Evangelho da Missa, disse que aprendemos na escola de Frei Galvão colocar Deus em primeiro lugar e também nos descentralizarmo-nos de nós mesmos e concentrarmos no irmão. Focalizados, sintonizados, conectados com Deus e com o irmão, o nosso eu diminui. É o franciscanismo. Eu sou o menor dentre os menores. Ser o menor dos servos. E assim foi Frei Galvão a cada instante de sua vida”, disse, pedindo que todos rezassem com ele: “Na minha aflição, dai-me consolação, Santo Frei Galvão!”


FREI DIEGO ENCERRA A FESTA NO SANTUÁRIO

 

 

A Festa de Frei Galvão, no Santuário dedicado ao primeiro santo brasileiro, em Guaratinguetá, terminou neste domingo (25/10), às 18 horas, com a Celebração Eucarística presidida por Frei Diego Melo, desta Província da Imaculada Conceição, onde viveu Frei Galvão.  O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella estavam entre os frades concelebrantes da Província e  o Reitor do Santuário, Pe. José Carlos de Melo.

Na sua homilia, Frei Diego disse que falar de Frei Galvão significa assumir a sua mesma postura. “Falar de Frei Galvão significa comprometer-se com o mesmo ideal que ele viveu. Frei Galvão entendeu muito bem que o amor a Deus estava profundamente relacionado com o amor ao próximo. As suas palavras, como eloquente pregador – função que lhe foi dada no Convento São Francisco de São Paulo – eram para denunciar as expressões de morte. Sabemos muito bem que Frei Galvão não se calou diante da injustiça e daquela pena de morte imposta àquele soldado. A mesma palavra para anunciar o amor era a palavra usada para denunciar expressões de morte. Amor a Deus e amor ao próximo”, explicou Frei Diego.

“As mesmas mãos que ofereciam o perdão, eram mãos calejadas de trabalhar na construção do Mosteiro da Luz. Eram mãos calejadas para levantar tijolo por tijolo para dar uma moradia digna para as irmãs”, lembrou o frade.

“O mesmo Frei Galvão que era capaz de atos extraordinários, era o Frei Galvão da simplicidade, o Frei Galvão da portaria do Convento. O mesmo Frei Galvão que era inteligente, que colocava sua inteligência para escrever belos poemas para elevar as almas até Deus, era o Frei Galvão que usava a sua inteligência e criatividade para fazer o bem ao próximo. A suas pílulas são a expressão máxima do quanto a caridade pode ser criativa. Não existe para aquele que faz uma experiência de Deus falta de tempo para ajudar o próximo. Para aquele que faz uma experiência profunda de Deus, não existe dia muito ocupado que impossibilite de ajudar o próximo, de levar a bênção para o doente”, destacou.

Para o frade, Frei Galvão é clara expressão dessa relação de um amor profundo a Deus e de um amor que se concretiza na doação dos irmãos e irmãs.