Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Dia de responder ao apelo: “Vem e segue-me”

20/01/2018

Notícias

Frei Augusto Luiz Gabriel e Érika Augusto

Agudos e Bauru (SP) – Os quase 600 jovens missionários, que há dois dias estavam reunidos no Seminário Santo Antônio em Agudos (SP), se dividiram na noite de ontem em 32 grupos para dar início à missão propriamente dita. São diversas experiências: visitas às casas, comércio, presídio local, creche, asilo, evangelização nas ruas, hospitais, comunidade terapêutica para dependentes químicos, pintura e reforma de escolas, corte de grama, aldeia indígena, assentamento do Movimento dos Sem Terra e outros locais. A ideia é que em pequenos grupos, os jovens possam interagir melhor e conhecer a realidade local.

Os grupos estão divididos entre 5 paróquias, quatro delas pertencentes à Província Franciscana. Em Agudos, as paróquias São Paulo Apóstolo e Santo Antônio e, em Bauru, as paróquias Santo Antônio e Santa Clara. A Paróquia Nossa Senhora da Assunção é a única paróquia diocesana envolvida diretamente na preparação das Missões Franciscanas. O pároco, Pe. Rodrigo Sena, afirmou ser uma alegria e privilégio receber o grupo dos missionários. O religioso é um antigo conhecido das atividades realizadas pelo Serviço de Animação Vocacional (SAV) da Província Franciscana. Ele participou de Missões e Caminhadas, e desta vez ajudou na preparação, além de acolher em sua paróquia um grupo de 45 jovens missionários.

Uma das experiências mais aguardadas para esta missão foi a Aldeia Ekeruá, dos índios Terena. Os jovens chegaram na noite de quinta-feira e foram acolhidos com muita alegria pelos indígenas. ¬Para Julia Pellegrini, de Vila Velha, a experiência foi inesquecível. “Quando a gente chegou aqui, fomos muito bem recebidos, está sendo uma experiência incrível, uma das melhores experiências que já vivi”, afirmou a jovem. Na sexta-feira, os jovens tiveram um momento de formação na escola local. Eles também conheceram sobre a culinária e artesanato dos indígenas. À tarde, eles aprenderam arco e flecha e tiveram os rostos pintados.

No Projeto Caná, mantido pelos padres marianistas em Ferradura Mirim, os jovens passaram o dia brincando com as crianças atendidas pelo projeto. Além das gincanas, os jovens ajudaram na manutenção do local, cortando a grama e carpindo a área interna e externa.

Confira alguns testemunhos dos jovens em outras experiências:

Hoje tivemos a oportunidade de experienciar em nossas vidas, um dia de adicto na Comunidade Terapêutica Bom Pastor. Aprendemos que a dependência não tem origens somente no álcool ou nas drogas. O ponto de partida são as carências que nos norteiam, seja familiar, afetiva ou social. Todos nós sofremos com algum tipo de dependência, seja ela explícita ou oculta. Muitos foram os sentimentos despertados em nós, alegrias, tristezas, vontade de ir para casa, sentimos o mesmo que eles sentem todos os dias durante os seis meses de recuperação. Testemunhamos irmãos fortalecidos, mas também outros que desistiram no seu primeiro dia de recuperação. Agradecemos a Deus por esta experiência tão profunda em nossas vidas, de reconhecer um Deus que não é milagreiro, mas que caminha conosco é nosso amigo e nos ajuda em nossas curas. A cura passa por um movimento interior que acontece quando reconhecemos que sozinhos não conseguimos. Somos doentes, cegos, machucados, que precisa de ajuda, misericórdia e muito amor.
– Edson Luis Dos Santos, de Balneário Camboriú (SC), Comunidade Terapêutica Bom Pastor, masculino.

“Enquanto fumava a pedra de crack já planejava o que fazer para conseguir a próxima… Roubar? Traficar? Vender o corpo? Eram as opções.”
“Com 8 meses de gestação pulei cercados e invadi terrenos atrás do lixo chamado droga.”
“Deus está me mostrando o caminho e vou conseguir, tenho certeza disso.”Depoimentos como estes encheram nosso coração não só de tristeza, ao saber da trajetória de vida de cada dependente químico, mas também um sentimento de enorme alegria ao ver e sentir o desejo de mudança em cada uma delas. Desejo este de voltar limpos das drogas para suas famílias, desejo de nunca perder a fé em Deus e a vontade imensa de que nenhuma pessoa passe por esse mundo obscuro que um dia elas passaram.
Histórias e relatos de dependentes em estágio avançado que marcaram meus dias de missão e minha vida por inteiro.
Agradeço a Deus pela oportunidade de poder ver seu rosto misericordioso diante de cada mulher dependente em busca de uma vida digna e de paz.
– Simone Weber, Santo Amaro da Imperatriz (SC), Comunidade Terapêutica Bom Pastor, feminino.

A vivência que estamos tendo na comunidade São Mateus, pertencente à Paróquia Santa Clara de Bauru, é profundamente marcada pela experiência do encontro. Encontro com realidades e situações que nos mostram a forma de Deus agir nos lugares e histórias em que normalmente não consideraríamos possível a sua presença. Várias foram às famílias que, apesar de toda carga de dor e sofrimento que vivenciam diariamente, nos acolheram com a alegria que só pode vir de Deus. Esta experiência de ser acolhido, justamente quando eu pensava que eu é que seria o acolhedor, traz à tona a verdade que Francisco tão fortemente viveu no abraço ao leproso, ser ‘tocado’ por aquele imaginaríamos ‘tocar’. Encontrar-se com esta experiência é sentir-se impulsionado a abrir os olhos e os ouvidos do coração para ver Deus, que ao mesmo passo que se faz real no grito e na alegria da juventude, se desvela também no abraço acolhedor de uma família simples”
– Frei Lucas Moura, Rondinha (PR), Comunidade São Mateus.

As Missões Franciscanas da Juventude acontecem até o próximo domingo, 21, nas cidades de Agudos e Bauru. Veja mais na página do Facebook.

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