D. Orani pede a Frei Alan testemunho e serviço
30/09/2017
Bangu (RJ) – A Comunidade Paroquial São Judas Tadeu de Bangu, reforçada com a presença de dois ônibus de fiéis – um de Nilópolis e outro da Rocinha – fez uma linda celebração para marcar o início do Ministério Sacerdotal de Frei Alan Maia de França Victor, que foi ordenado presbítero neste sábado, às 17 horas, pelo Cardeal Orani João Tempesta. O clima no bairro de Bangu, que é conhecido pelas altas temperaturas no verão, ficou ameno com a chuva que chegou e deixou a festa ainda mais bonita.
Além do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, confrades de Frei Alan de toda a Província da Imaculada participaram da celebração, assim como sacerdotes e seminaristas da Arquidiocese do Rio. A Igreja ficou pequena para essa grande demonstração de carinho pelo ordenando, que levou o pároco Pe. Jorge Luiz a instalar um telão no Salão Paroquial.
Frei Alan teve ao seu lado, na procissão de entrada, o pai Marinaldo e a mãe Anita Maria de França Victor, que permaneceram com ele até ser chamado para se aproximar do Arcebispo, depois da liturgia da Palavra, quando teve início o rito da ordenação. Frei Fidêncio apresentou Frei Alan e deu seu testemunho, em nome da Província da Imaculada e do povo de Deus, que ele “era considerado digno” para o ministério sacerdotal.
Na homilia, Dom Orani exortou o neo-sacerdote a ser testemunha e anunciador do amor de Deus. “Escolhemos esse nosso irmão para Ordem do Presbiterato. Pode parecer uma frase do ritual da ordenação, mas é do Evangelho: ‘Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi’”, disse D. Orani. Segundo ele, é um mistério o chamado de Deus em meio a toda essa confusão do mundo de hoje, de gente perseguida, de cristãos sendo martirizados, de cidades em caos, não só por questões políticas, mas questões éticas, sociais etc.
O ordenado deve levar a todos a experiência da vida divina e isto lhe dá a graça necessária para cumprir diversas tarefas relacionadas ao ministério sacerdotal. “Entre tantas más notícias, o ordenado foi escolhido para levar a grande boa notícia do amor de Deus, do compromisso pela pessoa”, acrescentou D. Orani.
Dom Orani lembrou que a ordenação de Frei Alan acontece às vésperas da festa de São Francisco de Assis. “Frei Alan deixou a sua família, a sua Paróquia para poder servir o carisma franciscano. Pois como bem nos exorta São Francisco de Assis: ‘Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário use palavras’. Essa é a essência de todo religioso e cristão: ser testemunha do Deus ao qual Ele serve”, lembrou, enfatizando o testemunho do presbítero por toda a vida.
Segundo D. Orani, viver a sua consagração religiosa tornando-se presbítero é uma grande missão e serviço. “É muito importante lembrar a sociedade hoje do transcendente, lembrar os valores de Deus, lembrar as pessoas que podem ser melhores e fazer o bem. Ser chamado por Deus para esta missão é assumir todas as dores, dificuldades e alegrias que o ministério traz”, disse.
“É uma grande alegria se doar pelo Reino de Deus na comunicação do Evangelho”, completou.
Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando o eleito prostrou-se, como sinal de sua total entrega a Deus. Em seguida, o momento central da ordenação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos e a veste do eleito com a casula e a estola.
Dois momentos são sempre muito emocionantes: a unção das mãos, que são amarradas pelo bispo e depois são desamarradas pelos pais, que recebem a primeira bênção do novo presbítero. Outro momento marcante foi a vestição, quando o neo-sacerdote, auxiliado por pároco Pe Jorge Luiz, vestiu os paramentos próprios do presbítero, trazidos pela família em procissão.
Ordenado, Frei Alan concelebrou no altar e, neste domingo, 1º de outubro, presidirá a sua Primeira Missa nesta Paróquia.
AGRADECIMENTOS
Pe. Jorge Luiz fez os agradecimentos em nome da Paróquia e confessou a Frei Diego Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província, que “já estão sentindo saudades” depois de uma semana em missões em preparação para a ordenação de Frei Alan. Pe. Jorge Luiz também enfatizou muito a colaboração dos paroquianos nesta celebração. “O padre, sozinho, não pode fazer nada. Mas quando o padre conta com a comunidade, e a comunidade abraça a proposta, nós sabemos que o resultado é fantástico”, disse, agradecendo muito os paroquianos.
Frei Fidêncio, em nome de toda a Fraternidade Provincial, agradeceu a D. Orani por aceitar ordenar Frei Alan. “Agradeço mais uma vez por esta proximidade de irmão e pai, cuidador dos nossos irmãos, especialmente dos que vivem sua vida penitencial aqui no Rio de Janeiro. Quero agradecer ao Pe. Jorge Luiz porque o Frei Diego nos dizia hoje que foram, desde o primeiro momento,muito bem acolhidos. A esta Comunidade Paroquial o nosso muito, muito, obrigado”, destacou, agradecendo à família de Frei Alan. “Eu sempre falo que vocês nos deram um companheiro, um amigo fiel, um irmão necessário para viver conosco a nossa vocação franciscana nesse projeto evangélico de São Francisco de Assis”, disse, dirigindo-se a Frei Alan: “Conte sempre com a gente na nossa Fraternidade Provincial. Muito obrigado a você e à Comunidade da Rocinha onde você atua”.
Frei Alan é o filho mais velho do casal Marinaldo e Anita Maria de França Victor. Tem uma irmã, que se chama Aline, quatro anos mais nova. Atualmente ele compõe a Fraternidade Franciscana Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha.
Nos agradecimentos, Frei Alan, emocionado, louvou a Deus pelo dom da vida e da vocação, agradeceu à família, à Província Franciscana e à Igreja, que acabara de acolhê-lo na Ordem dos Presbíteros.
A Dom Orani demonstrou a sua gratidão e de sua família pedindo que sua mãe lhe entregasse uma orquídea como lembrança. Agradeceu ao Pe. Tiago, que há dez anos deu a carta de recomendação para entrar na Ordem dos Frades Menores: “Meu muito obrigado pelos conselhos e pela acolhida”, disse.
Não poupou agradecimentos ao pároco Pe. Jorge Luiz, que abriu as portas da Paróquia e de sua casa para receber os missionários durante a Semana preparatória para a ordenação. “Sempre que o procurei para falar da ordenação, ele me dizia: ‘Não se preocupe, está tudo certo!'”.
Frei Alan agradeceu ao povo de Deus de sua Paróquia, de Nilópolis, onde passou dois anos fazendo pastoral quando era estudante de Teologia, e da Rocinha, onde vive atualmente. “Nos momentos de dificuldades, sempre repito nas celebrações, que sejamos instrumentos de paz naquela comunidade”, disse, muito aplaudido. A Rocinha viveu dias de angústia e medo nas últimas semanas.
No final, Frei Alan surpreendeu e emocionou a todos ao pedir licença a D. Orani, a Frei Fidêncio e ao pároco Pe. Jorge para se dirigir ao povo. “A presença de vocês aqui nesta noite é meu maior presente. Mas eu queria um segundo presente”, disse, ajoelhando-se e pedindo a todos que estendessem a mão e rezassem um Pai Nosso e uma Ave Maria pelo serviço que hoje estava abraçando. “Que eu seja sinal e sacramento de Deus na vida do povo de Deus. Me ajudem e, quando necessário, corrijam-me também!”.
Comunicação da Província da Imaculada Conceição