D. Gregório: ‘Sirvam seus irmãos com alegria’
20/12/2015
Frei Rafael Teixeira do Nascimento
Petrópolis – Após concluírem os quatro anos de estudos de Teologia no Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis, Rj, dois jovens frades foram ordenados diáconos na tarde do dia 19 de dezembro: Frei Edvaldo Batista Soares, 36 anos, um dos doze filhos de Florêncio Soares e Joana Batista Soares, é natural de Entre Rios, Bahia. Em 2003 ingressou no Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP, para concluir os estudos do Ensino Médio. Fez sua primeira profissão religiosa em 2008 após o ano de noviciado e a profissão definitiva ano passado, com outros oito confrades, em Petrópolis. Após cursar Filosofia em Curitiba, trabalhou durante um ano no Pró-vocações da Província, sediado em São Paulo, capital. Frei Edvaldo mora no Convento do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, e desenvolvia trabalhos pastorais na comunidade Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, Rio de Janeiro.
Frei Robson Luiz Scudela, 29, filho de Luiz Scudela e Maria Luiza Scudela, é natural de Cordilheira Alta, no Oeste Catarinense. Ingressou em 2002 também no Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP, onde cursou o Ensino Médio. Terminado o ano de provação do noviciado, fez sua primeira profissão em 2006 e a profissão solene em 2012, após voltar da missão em Angola, onde residiu e trabalhou por dois anos. Cursou Filosofia em Curitiba entre os anos de 2007 e 2009. Atualmente, Frei Robson mora e trabalha na Fraternidade São Francisco, em Campos Elíseos, Duque de Caxias, RJ.
A celebração da ordenação diaconal dos dois religiosos aconteceu na missa das vésperas do quarto Domingo do Advento, na centenária Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Centro de Petrópolis. A missa foi presidida pelo bispo diocesano de Petrópolis D. Gregório Paixão, OSB, e concelebrada por vários confrades dos dois ordenandos. Na assembleia, além de paroquianos, estavam familiares dos dois religiosos e amigos e paroquianos dos lugares em que trabalharam recentemente.
Cantando a iminente chegada do Senhor e o cumprimento da profecia de seu Reino de “liberdade e alegria”, implorando que “das nuvens chova a justiça”, a celebração foi iniciada com a entrada solene, em procissão, dos celebrantes, dos frades presentes e os dois ordenandos.
Após a leitura do Evangelho pelo diácono Antônio Ostênio da Paróquia São Francisco de Assis, de Campos Elíseos, os dois religiosos foram chamados diante do bispo e Frei Evaristo Pascoal Spengler, Definidor da Província e representante do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vamboemmel, deu testemunho da idoneidade dos dois candidatos ao diaconado.
Na homilia, após apresentar os dois religiosos e contar breves cenas de suas vidas, D. Gregório lembrou que Maria, Jesus e João Batista, em suas missões, estavam carregados dos valores de seu povo, de sua cultura e dos que aprenderam e experimentaram em suas famílias.
D. Gregório lembrou que, diante da história dos dois, o diaconado significa o desejo de continuar servindo os irmãos, especialmente os mais pobres”. Disse ainda que “refletem agora sobre aquilo que vocês próprios viveram e estão sendo convidados a externar para seus irmãos. Pela vida religiosa, pela vida franciscana, vocês já são naturalmente diáconos. Porque nenhum franciscano pode ter outro exemplo se não o de nosso Pai Seráfico São Francisco, homem do povo, homem dos pobres, homem do serviço, homem incansável, exemplo vivo do Evangelho, tornado pessoa através de seus atos concretos”. Assim, pediu a eles que, antes de anunciarem suas ideias ou mesmo o que aprenderam nos bancos das escolas, embora também importante, anunciem a experiência que farão com Aquele que escolheram para ser o Senhor de suas vidas; falem da experiência que nasce da oração, da observação, do desejo de conhecer o outro, as culturas, respeitando as diferenças e sem medo de levar a cada irmão e irmã aquele que é o Senhor.
Lembrou-lhes que, como Maria, devem também subir e superar as dificuldades da montanha apressadamente, “porque quem tem necessidade tem pressa; quem tem fome tem pressa; quem clama por ajuda tem pressa. E Jesus também nos pede essa pressa para que possamos chegar ao coração da humanidade”.
Terminou fazendo-lhe um apelo: “Sirvam seus irmãos com alegria, porque é assim que se serve na vida franciscana. […] Pela graça do diaconato sirvam a mesa do Altar, preguem a Palavra de Deus e a transformem em ato vivo através do testemunho pessoal da fé e da maravilha que é continuar pelo diaconato o carisma que vocês abraçaram: servir; servir sempre! Pois o Senhor lhes pede: ‘dai-lhes vós mesmos de comer’, o lema que vocês escolheram. Agora está nas mãos de vocês a possibilidade do copo d’água, do pão repartido, mas principalmente de um coração pleno. Sejam felizes, meus irmãos, porque vocês escolheram bem: escolheram servir!”
Após a reflexão, deu-se continuidade ao rito de ordenação com o diálogo entre o bispo e os eleitos, em que esses fazem suas promessas. A seguir, prostrados, toda a assembleia invocou sobre os dois a intercessão de todos os santos, suplicando a Deus os concedesse as virtudes necessárias ao ministério que abraçam.
Terminada a Ladainha de Todos os Santos, D. Gregório impôs as mãos sobre os dois religiosos e cantou a prece de ordenação diaconal. Assim, recordou que “de igual modo, nos primórdios da Igreja, os Apóstolos do vosso Filho, guiados pelo Espírito Santo, escolheram sete homens de boa reputação, que os ajudassem no serviço quotidiano aos quais, pela oração e a imposição das mãos, confiaram o cuidado dos pobres, a fim de eles próprios se poderem dedicar mais plenamente à oração e ao ministério da palavra”. E após invocar sobre eles o Espírito Santo, suplicou a Deus para que “Brilhem neles as virtudes evangélicas: a caridade verdadeira, a solicitude pelos doentes e pelos pobres, a autoridade modesta, a retidão perfeita e a docilidade à disciplina espiritual. Resplandeçam em seus costumes os vossos mandamentos, para que o exemplo da sua vida suscite a imitação do povo santo”. E que “animados pelo bom testemunho da consciência, permaneçam em Cristo, firmes e constantes, de modo que, imitando na terra o vosso Filho, que não veio para ser servido mas para servir, com Ele mereçam reinar nos céus”.
Após a prece de ordenação, os novos diáconos foram vestidos com a túnica branca e a estola transversal e receberam do bispo o Livro dos Evangelhos. A túnica e a estola que vestiram o Frei Edvaldo foram levadas por duas paroquianas do Sagrado e amigas do Frei Edvaldo, as senhoras Lindalva Pacheco e Edméa Peixoto, uma vez que seus pais não puderam estar presentes. O Frei Robson recebeu suas vestes das mãos dos pais.
Após a celebração, houve uma confraternização no salão paroquial com todos os presentes.