Coral Arautos do Grande Rei celebra Jubileu de 50 anos neste Natal
26/12/2022
Neste dia 25 de dezembro, em plena festividade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, a cidade de Xaxim (SC) também comemorou o jubileu de 50 anos de fundação do Coral Arautos do Grande Rei de Xaxim. Criado por Frei Afonso Vicente Vogel, que faleceu em 3 de agosto de 2017, o Coral continuou sob a regência da maestrina Giseli Linhares, que está no Coral há 23 anos. Ela manteve o legado desta nobre instituição de ensino, a exemplo do mestre, ministrando diariamente suas aulas de música para as crianças e jovens que desfrutam dos ensaios, mesmo em momentos de grandes dificuldades financeiras. Para Frei Afonso, a música era um meio pedagógico para o desenvolvimento destas crianças, além de levar arte a todas as pessoas.
O Coral Arautos do Grande Rei foi fundado em 1972, quando fez a primeira apresentação na Missa de Natal. Desde então, o Coral não parou mais de fazer apresentações na cidade, no Estado e no país. É hoje a mais antiga instituição de ensino musical da região, desde 1975 faz parte da Liga Artística do Alto Uruguai, em 1979 ingressou na Federação de Meninos Cantores do Brasil, sendo declarado de utilidade pública em 1984.
Neste Natal, esse jubileu foi celebrado durante a Santa Missa na Igreja Matriz São Luiz Gonzaga de Xaxim, às 8h30, tendo como presidentes da celebração Frei Jacir Antonio Zolet e Frei Alan Maia de França Victor. Pela 50ª vez, o Coral cantou e abrilhantou a Missa de Natal.
Segundo Giseli, um concerto de comemoração do Jubileu no ano que vem será realizado no dia 17 de março, data do aniversário do fundador Frei Afonso. “Hoje foi a missa tradicional de Natal. Muitos anos que cantamos nessa data, que marca o dia da fundação do Coral”, lembrou a maestrina. Atualmente, o Coral é uma instituição jurídica, com autonomia financeira que não possui vínculo com a instituição religiosa.
“O Coral Arautos do Grande Rei surgiu a partir de um grupo de coroinhas sob a tutela do Frei Afonso Vogel, que levou seus ensinamentos através de gerações de meninos e meninas cantores. Hoje, lembramos com carinho de quem dedicou sua vida à música, educação e fé, sempre com muito amor, paciência e serenidade”, recorda Gisele, que ingressou no Coral com 8 anos em 1990.
“Nosso objetivo continua o mesmo de fundação. Cantar na igreja matriz são Luiz Gonzaga”, lembra Gisele.
Para Giseli, discípula direta de Frei Afonso, quando questionada sobre qual o maior ensinamento que recebeu do Frei Afonso, com afeto ímpar responde: “O coral era tudo para o Frei e assim o coral é a maior herança que ele poderia ter deixado, então também significa tudo na minha vida. Meu desejo é que Deus me ajude para que eu consiga dar continuidade para essa obra sendo para os alunos, pelo menos uma parte do que o Frei foi”, dizia ao “Lê Notícias”.
Em outubro último, o Coral participou, do dia 10 ao dia 16, da XVII edição do Congresso Nacional Pueri Cantores, sediado, neste ano de 2022, na cidade de Passos em Minas Gerais. O congresso, contando com a presença de 14 corais de diferentes regiões do Brasil, tem por intuito proporcionar a mútua partilha entre às experiências destes grupos corais e evidenciar a beleza da música sacra para o cenário nacional.
Em 1971, Frei Afonso foi transferido para Xaxim. Padre novo, com 38 anos, chegou para ser vigário numa paróquia grande. Em 1972, num ensaio de canto para 20 coroinhas, nasceu o coral. “A ideia nunca chegou a ser a de formar um coral, mas de a matriz ter crianças que cantassem bonito. Então, comecei a treinar com eles durante o ano e, no Natal de 1972, cantamos pela primeira vez na Igreja um repertório natalino, bem simples. Não me lembro se foi a duas vozes. Mas eram cantos bem entoados! O Frei Valentim colocou na crônica da casa que o povo chorou de alegria naquela noite. Nunca tinha escutado um coral de crianças. Hoje ainda as pessoas se emocionam nas apresentações dos Arautos”, dizia Frei Afonso em entrevista ao site “Franciscanos”.
A sede do Arautos, ao lado esquerdo da matriz, foi inaugurada em 1981 e depois foi ampliada. Nos primeiros oito anos de sua existência, o Coral ensaiava no 1º andar da casa canônica de Xaxim. São 250 metros quadrados construídos, divididos em salas de ensaios, diretoria, saleta para guarda-roupas e dois vestiários com banheiros.
Comunicação da Província