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COP30: Sefras lança boletim e reforça defesa por justiça climática na Amazônia

13/11/2025

Notícias

 
Texto por Sefras

 

A COP30 começou oficialmente na última segunda-feira, 10, em Belém (PA), reunindo lideranças de todo o mundo em torno do futuro do planeta. Enquanto chefes de Estado debatem metas e acordos climáticos, o Sefras – Ação Social Franciscana reforça um chamado urgente: é preciso garantir que os recursos cheguem diretamente a quem protege a floresta e cuida da Casa Comum.

Em parceria com a Revista Xapuri, o Sefras – Ação Social Franciscana, com o apoio da Fundação Mott, lança o Boletim nº 3, último da série produzida em preparação para a conferência. A publicação aborda o tema do financiamento climático direto para comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, e foi elaborada em conjunto com a Rede de Fundos Comunitários da Amazônia.

O documento será apresentado durante a Cúpula dos Povos, espaço que acontece paralelamente à COP30 e reúne movimentos sociais, povos tradicionais e organizações da sociedade civil de todo o mundo — entre elas, o Sefras, que participa desse diálogo como parte do esforço coletivo por uma transição ecológica justa e solidária.

O boletim destaca que o debate sobre o clima e o financiamento precisa ser conduzido por quem está na linha de frente da luta pela vida e pela floresta, ressaltando o papel das comunidades como guardiãs da biodiversidade e da Casa Comum.

Financiamento direto: uma questão de justiça climática

O boletim traz dados que revelam uma realidade preocupante: apenas uma pequena fração do financiamento climático internacional chega diretamente às comunidades locais. A maior parte dos recursos passa por intermediários — grandes ONGs, agências multilaterais ou governos —, o que dificulta o protagonismo das populações que vivem nos territórios e enfrentam diariamente os impactos das mudanças climáticas.

A publicação propõe um novo paradigma: o financiamento direto, que reconhece e fortalece os fundos comunitários autônomos, como o Podáali, o Fundo Babaçu e o Mizizi Dudu, integrantes da Rede de Fundos Comunitários da Amazônia. Esses mecanismos comprovam que é possível gerir recursos com base na confiança, na governança comunitária e no fortalecimento dos modos de vida tradicionais.

O papel do Sefras na agenda climática

Com 25 anos de atuação e presença nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o Sefras acolhe e defende pessoas em situação de vulnerabilidade, atuando na promoção da justiça socioambiental à luz dos valores franciscanos.

A instituição soma-se agora à Cúpula dos Povos, espaço de resistência e esperança dentro da COP30, reafirmando que não há justiça climática sem justiça social — nem transição ecológica sem escuta e protagonismo dos povos da Amazônia e das comunidades mais vulneráveis.

O Sefras acredita que é possível construir um mundo em que todos os seres vivam em paz e dignidade, compartilhando uma mesma Casa Comum.

Leia o Boletim nº 3 completo – produzido pelo Sefras em parceria com a Revista Xapuri e a Rede de Fundos Comunitários da Amazônia – clicando aqui