Frei Vagner Sassi

Agudos (SP) – A celebração da Eucaristia, às 08h00, marcou o início de mais um Encontro dos Irmãos Leigos da Província da Imaculada. Frei Estêvão Ottenbreit, responsável pela formação permanente, deu as boas-vindas aos 28 frades presentes, ressaltando a importância do evento que acontece em tempo tão propício de celebração do Ano da Vida Consagrada e de preparação aos Capítulos Geral e Provincial da Ordem.

Às 09h00, Frei Walter de Carvalho Junior trouxe à memória os encontros dos irmãos leigos anteriores, que vem acontecendo desde a década de 60 em diferentes formatos e modalidades, bem como os três encontros promovidos pela CFMB. Após breve intervalo, abriu-se a palavra para um momento de partilha, onde cada irmão pôde manifestar suas alegrias e dificuldades, bem como suas expectativas diante dos apelos da Ordem e da Igreja.

O encontro foi retomado no período da tarde, quando Frei Estêvão apresentou, em linhas gerais, o  Instrumentum Laboris do Capítulo Geral da Ordem de 2015 intitulado “Frades e Menores em nosso tempo”. Diante da provocação do texto, vários irmãos contribuíram, expressando suas inquietações quanto à qualidade evangélica das relações fraternas e à nossa identidade religiosa, obscurecida pelo clericalismo presente na Igreja e na Ordem.

O tempo fechado não impediu a visita dos frades às dependências da fazenda do Seminário. Sob orientação de Frei Leonir Ansolin, visitou-se a sede, a oficina onde se recolhe o mel das abelhas, as criações de ovelhas e porcos. Alguns aproveitaram a oportunidade de andar a cavalo, enquanto outros caminhavam pelo local, recordando impressões de outros tempos quando por ali passaram.

  O momento de oração da tarde em comum, seguido do jantar, encerrou o primeiro dia de encontro dos irmãos leigos em Agudos. A alegria de rever os confrades e partilhar desafios e esperanças revigorou em todos o desejo e o propósito de se consagrarem a Deus no serviço e no cuidado dos irmãos.

O IRMÃO LEIGO 

Ser religioso não implica necessariamente em ser padre. Irmão Leigo, para usar uma terminologia franciscana presente na Regra e Vida dos Frades Menores, é um religioso consagrado. A vida consagrada e os religiosos não são definidos pelo que fazem, mas sim, pelo que são. O religioso, presbítero ou não, é alguém que se sente chamado a abrir mão de um bem por algo melhor ainda, como ensina São Francisco de Assis: “Prometemos grandes coisas, maiores são as que nos foram prometidas” (2 Cel 191,9).
O Irmão Religioso e o sacerdote dentro de sua congregação, em geral, possuem os mesmo direitos e deveres, com exceção daqueles que derivam do ministério presbiteral.
O Irmão é alguém, que por um chamado especial de Deus, ensina-nos que, para servir a Deus e seguir de modo radical o Evangelho, não precisa ser necessariamente padre. O Irmão Leigo não se insere na hierarquia da Igreja, mais é vital à estrutura carismática dela e testemunha a sua santidade.