Celebrações Pascais no Convento e Paróquia do Sagrado de Petrópolis
17/04/2022
Petrópolis (RJ) – Terminou neste domingo (17/04), as celebrações pascais no Convento e Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ). Durante a última semana, os frades franciscanos realizaram diversas atividades e eventos, como mutirão de confissões, oração comunitária da Liturgia das Horas, Celebração Penitencial, procissões, oração da Via Sacra, além das celebrações próprias do Tríduo Pascal, ricas em espiritualidade e significado. Tudo isso para uma melhor preparação para a Páscoa do Senhor Jesus Cristo. Abaixo apresentamos um resumo das principais celebrações!
DOMINGO DE PÁSCOA: “CELEBRAR A PÁSCOA É VER O RESSUSCITADO HOJE EM NÓS E EM NOSSOS GESTOS”, DIZ FREI MARCOS
“Com muita alegria hoje nos reunimos no Domingo da Páscoa e da Ressurreição do Senhor. Ele ressuscitou! E por causa da ressurreição a nossa fé e a nossa vida tem sentido. Nós somos salvos por Ele e também fazemos com Cristo a nossa Páscoa”. Foi com essa motivação que Frei Marcos Antônio de Andrade presidiu a Celebração Eucarística do Domingo da Páscoa, neste dia 17 de abril, às 10 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ). Como de costume, a Santa Missa teve a presença do Coral dos Canarinhos, sob regência do seu maestro titular, Marco Aurélio Lischt. A Igreja, como tem ocorrido nos últimos dias, estava cheia.
Após a leitura do Evangelho do João (20,1-9), que relata o episódio em que Jesus devia ressuscitar dos mortos, Frei Marcos iniciou sua homilia lembrando da preparação feita durante toda a caminhada quaresmal de 40 dias de espera. “Hoje se celebra a Páscoa anual, o sentido da nossa fé: Cristo ressuscitou e por isso estamos aqui”, disse.
Repetiu então um trecho da sequência de Páscoa, que assim diz: “Vi Cristo ressuscitado. O túmulo abandonado. Os anjos da cor do sol. Dobrado no chão o lençol. O Cristo que leva aos céus. Caminha à frente dos seus”. Segundo Frei Marcos, o Senhor hoje nos quer recordar do verbo ver.
“Nós acompanhamos Maria Madalena que vai bem cedo ao sepulcro e vê a pedra. Ela não entrou. Viu e logo saiu correndo avisar os outros, que não sabiam o que tinha acontecido com o Senhor. Depois nós vimos Pedro e o outro discípulo que se supõe que seja o próprio evangelista João, o discípulo amado, que vão correndo ao túmulo desesperadamente. Imagine só, levaram o Senhor! Um chega primeiro, olha para dentro, vê as faixas de linho no chão, mas também não entrou”, recordou o franciscano.
É VERDADE, ELE RESSUSCITOU!
Para Frei Marcos, a fé está em estreita sintonia com o ver. Adiantou que os evangelhos dos próximos domingos vão relatar também esta experiência. “Nós podemos ver como Madalena, mas não entrar no sepulcro. Podemos ver como o discípulo que chegou primeiro, que observa as coisas, mas não entra no sepulcro. Podemos ser como Pedro, que entra de cabeça e percebe que Ele não está mais lá, que algo aconteceu de fantástico na vida, mas, podemos ser como João, que entra, vê e diz: É verdade, Ele ressuscitou”, destacou.
Segundo o presidente da celebração, durante todo o Tempo Pascal, os evangelhos vão apresentar a dinâmica de uma fé que deve ser visível, tocável. “O amor se toca, se abraça, se beija, se cuida como Jesus fez, o amor é assim”, refletiu.
“Celebramos a Ressurreição do Senhor, a Páscoa do Senhor é ver tudo aquilo que o Senhor fez e continuar vendo o ressuscitado hoje em nós, em nossos gestos. É por isso que estamos aqui, é por isso que temos fé, porque a fé e o amor não são ideias, vem de uma experiência humana. É daí que nasce a esperança, o sentido de viver, inclusive é assim que passamos a dar um sentido novo à morte, que é uma passagem, ao sofrimento, que acompanhamos no Tríduo Pascal durante todas as celebrações”, sublinhou, acrescentando que o que aconteceu com o Senhor, foi resultado da sua vida, de uma vida de vivência de um único mandamento, que contempla todos os outros: o amor.
Cada Eucaristia é uma Páscoa que se celebra, cada domingo é uma Páscoa semanal. “Nós queremos pedir ao Senhor ressuscitado, que ele continue sendo para nós essa luz que ilumina os caminhos tão difíceis. Ele é essa luz, Ele está aqui iluminando os nossos passos, os nossos caminhos, os nossos sofrimentos, nos provocando a fazermos com Ele nossa Páscoa cotidiana, as nossas passagens para a vida”, concluiu.
A missa teve continuidade com a oração do Credo Niceno-constantinopolitano, preces e liturgia eucarística. Após a comunhão, o Coral dos Canarinhos entoou a música “O sacrum convivium” de Domenico Bartolucci (VEJA ABAIXO) . No final da celebração Frei Marcos agradeceu a presença de todos e em nome do guardião, Frei Jorge Paulo Schiavini, desejou boas festas! A solene bênção final findou a celebração.
VIGÍLIA PASCAL: “PÁSCOA É O DIA DE TODOS OS DIAS”
No sábado, 16 de abril, toda Igreja aguardava ansiosa pela ressurreição de Cristo com a Celebração da Vigília Pascal. Na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), não foi diferente. O grande momento do Tríduo começou às 19h30, com a Missa da Vigília, e foi presidida pelo pároco Frei Jorge Paulo Schiavini. Os religiosos franciscanos, comunidades da Paróquia, lideranças de movimentos e pastorais, fiéis e o Coral dos Frades do Tempo da Teologia, sob regência de Frei Marcos Antonio de Andrade, Definidor Provincial e mestre da Teologia, foram testemunhas deste evento, como a lua cheia que se encontrava clara, ela que também testemunhou silenciosamente a ressurreição de Cristo.
A celebração mais importante do Ano Litúrgico, também conhecida como Celebração da Luz, começou do lado de fora da Igreja do Sagrado com a bênção do fogo. Na sequência, Frei Jorge preparou o novo Círio Pascal colocando no centro e em cada extremidade da cruz esculpida na vela os cinco cravos, que simbolizam as cinco chagas de Cristo e depois, com o fogo já abençoado, acendeu o Círio Pascal, rezando: “A luz do Cristo que ressuscita resplandecente, dissipe as trevas do nosso coração e da nossa mente”. Frei Marcos, tomando o Círio já preparado entoou então por duas vezes a jaculatória: “Eis a luz de Cristo” e se dirigiu para a entrada da Igreja, onde os fiéis puderam acender suas velas no fogo santo e em procissão adentraram na centenária Igreja do Sagrado, que permaneceu com as luzes apagadas até o momento em que Frei Marcos entoou pela terceira vez o canto. Seguidamente, incensou o Círio e com a ajuda do coral entoou a Proclamação da Páscoa, também conhecido como “Exulte”. Os fiéis acompanharam em silêncio e permaneceram com as velas acesas até o início da Liturgia da Palavra.
Após a leitura de quatro textos do Antigo Testamento que relembram a história da salvação, leu-se a Carta de São Paulo aos Romanos. Depois, Frei Jorge proclamou solenemente o Evangelho de Lucas (24,1-12).
SER TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO
Na homilia, o celebrante explicou que com a Celebração da Vigília Pascal, os cristãos são convidados a esperarem o Senhor para renovar a sua graça. “É hoje que o Senhor ressuscitou! Pela união com Cristo no Batismo nós podemos dizer que hoje o Senhor nos faz voltar a nossa dignidade original de criaturas e com satisfação nos contempla, nos abençoa e nos diz: ‘Eis que tudo é muito bom’!”, disse, acrescentando que Deus realiza essa obra, por meio do seu Espírito que tudo renova.
Segundo Frei Jorge, depois de ter passado pela morte, o Senhor ressuscitado convida todos a serem filhos de Abraão e “renova sua bênção que nos faz seu povo na terra”. Para ele, o Senhor nos faz renascer pelas águas do batismo para uma vida nova e nos liberta de todo pecado. “Ele mais uma vez nos lembra que: ‘Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz teu misericordioso Senhor’, frisou.
Então perguntou sobre o significado da Páscoa que hoje se celebra. Segundo ele, a Páscoa é a realização de todas as promessas do Antigo Testamento na pessoa de Jesus Cristo. No mistério da vida, paixão, morte e ressurreição o Pai reúne o ontem, o hoje e todo o futuro. “Ele é o reino da graça, de modo que se nos incorporamos a Ele pela fé e pelas obras, nos unimos a Ele nesse novo Povo de Deus, nessa nova Criação”, ensinou. “Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com Ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova”, disse, citando São Paulo.
O pároco destacou que o Evangelho também apresenta alguns significados da Páscoa, mas que não se resumem apenas ao fato do túmulo de Jesus estar vazio. “As mulheres que foram ao túmulo, vendo-o vazio, não sabiam que Cristo tinha ressuscitado. Os anjos anunciam que Jesus ressuscitou e preparam o coração das mulheres, para que acreditem, fazendo memória de sua Palavra, daquilo que Ele tinha dito: ‘Que o Filho do homem deveria ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’. Lembrando das palavras de Jesus, elas acreditaram, compreenderam e se tornaram testemunhas”, ressaltou. “Que não deixemos de fazer memória de sua Palavra e aceitemos o seu convite de carregar também a nossa cruz, de fazer a nossa parte para a construção de seu Reino”, sublinhou.
Frei Jorge encerrou dizendo que a Vigília Pascal não é apenas uma noite e a Páscoa não é apenas um dia. “É o dia de todos os dias, o tempo de todos os tempos. É a luz celeste iluminando as trevas e infidelidades de nossa caminhada diária. É o Cristo ressuscitado sempre passando por nossa história”.
Findada a homilia, o pároco abençoou a água batismal. Após a oração, os presentes acenderam novamente suas velas e renovaram as promessas batismais. Na sequência, Frei Jorge aspergiu os fiéis, enquanto o coral entoava o canto “Eu Vi Foi Água” de José Acácio Santana e Reginaldo Veloso. A celebração teve continuidade com as preces da comunidade e a liturgia eucarística.
Frei Jorge agradeceu a presença de todos, bem como dos que organizaram as celebrações da Semana Santa e desejou uma feliz e abençoada Páscoa! A solene bênção final encerrou a celebração que foi transmitida pelas redes digitais da Paróquia do Sagrado e pela Rádio Imperial.
CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR E PROCISSÃO MARCAM A SEXTA-FEIRA SANTA NO SAGRADO
Nem mesmo a chuva e o frio na serra petropolitana espantou os fiéis que vieram para a Celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa (15/04), na Paróquia do Sagrado de Petrópolis (RJ). O pároco, Frei Jorge Paulo Schiavini, presidiu a celebração das 15 horas e contou com a centenária Igreja do Sagrado lotada. O Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis também se fez presente e entoou cânticos próprios para este dia, sob regência de Marcelo Vizzani.
A liturgia é composta de três momentos: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Mas vale lembrar que é o único dia do ano em que não se realiza uma Celebração Eucarística propriamente dita, pois todo o momento é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Ou seja, não se celebra missa em nenhum lugar do mundo.
Após a leitura do Evangelho de São João (18,1-19,42), que relata a Paixão do Senhor, Frei Jorge dividiu sua reflexão em três aspectos, a saber: 1º Ao apresentar Jesus para a multidão, Pilatos diz: Eis o homem; 2º Junto a cruz está de pé sua mãe, Maria; 3º Tudo está consumado!
Segundo o pároco, quando os apóstolos receberam o espírito de Jesus eles perceberam que o Senhor continuava com eles e continuaram a vida à luz do Senhor ressuscitado. “O sangue e água que brotam de seu lado, são os sacramentos, são a vida da Igreja. É o Senhor que permanece junto da sua Igreja realizando a sua missão”, refletiu.
Frei Jorge encerrou sua homilia com um pensamento do santo franciscano, Santo Antônio, que em um de seus sermões discorreu sobre a Paixão de Cristo. “Cristo que é tua vida esta suspenso diante de ti para que tu te contemples na cruz como num espelho. Aí poderás conhecer quão mortais são tuas feridas que nenhuma medicina tem poder de sarar senão aquela que brota do sangue do Filho de Deus. Se olhares bem poderás dar-te conta de quão grande são tua dignidade e o teu valor. Em nenhum outro lugar o homem pode melhor dar-se conta do quanto ele vale do que olhando-se no espelho da cruz”.
Depois da homilia e da oração dos fiéis, realizou-se o momento mais intenso da celebração: a adoração da Cruz e a oração silenciosa dos fiéis diante do Crucifixo. Por isso, Frei Jorge e os acólitos dirigiram à entrada da Igreja e em procissão trouxeram o crucifixo de Jesus enquanto o celebrante entoava o tradicional canto “Eis o lenho da cruz”. De joelhos, os fiéis permaneceram em silêncio e fizeram sua oração e adoração pessoal diante da cruz de Jesus.
CEIA DO SENHOR: “NÓS TAMBÉM DEVEMOS FAZER COMO ELE FEZ”, DIZ FREI MARCOS
“Todos nós devemos gloriar-nos na cruz, de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Com este tradicional canto entoado pelo Coral dos Canarinhos de Petrópolis na missa vespertina da Ceia do Senhor, a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), deu início às Celebrações do Tríduo Pascal na quinta-feira da Semana Santa (14/04), às 19h30. O Definidor Provincial e mestre dos frades do Tempo da Teologia, Frei Marcos Antonio de Andrade, presidiu a Celebração Eucarística que teve a presença de professores, educadores franciscanos, paroquianos e fiéis.
Depois da homilia, como é costume, repetiu-se o gesto de Jesus durante a Última Ceia, quando o Senhor lavou os pés dos seus discípulos como sinal de amor radical até ao ponto do serviço e da humilhação. No Sagrado, os mestres da educação foram os discípulos e tiveram seus pés lavados por Frei Marcos, que fez menção ao tema da Campanha da Fraternidade de 2022, “Fraternidade e Educação”.
E DISSE JESUS: FAZEI ISTO
Após a Liturgia da Palavra, Frei Marcos iniciou sua homilia recordando da primeira leitura do livro do Êxodo que apresenta um ritual da Ceia Pascal para os judeus. “Por isto hoje também nós perguntamos: o que significa este rito? E o Senhor nos explica: fazer tudo o que Ele fez”, disse. Segundo ele, o significado profundo deste rito e de todos os outros ritos são explicados pela liturgia do dia.
“No gesto da Ceia, Jesus nos mostra e nos explica o sentido profundo do dar, do partilhar, do fazer tudo o que Ele fez. E o que Ele fez é o que nos cantamos antes de ouvir o Evangelho: o mandamento do amor. Vivermos o amor é a nova e eterna aliança como Ele viveu”, explicou. “A Ceia e a Eucaristia para nós cristãos são o centro de tudo, porque nos faz recordar essa entrega total”, acrescentou.
Sobre o Evangelho de São João (13,1-15), Frei Marcos recordou que Jesus tira o manto, pega uma jarra com bacia e lava os pés. “Este é o sentido maior da Eucaristia, do serviço, de lavarmos os pés uns dos outros. Ao final deste gesto concreto o que Ele diz? A mesma coisa da Ceia: fazei isto!”, recordou.
Segundo o celebrante, assim como o filho mais novo na Ceia judaica, assim como São João, hoje também nós nos perguntamos: Mas o que significa tudo isso? Para Frei Marcos, significa vivermos o amor, fazer o amor se dar em nossas vidas, a tal ponto de morrer por causa de um projeto de vida e de entrega total.
“Nesta celebração nós fazemos memória deste gesto de Jesus, de serviço, de lavar os pés, ele que é mestre e Senhor nos ensina. E hoje, no rito do lava-pés, temos aqui a presença de vários educadores”, lembrou, acrescentando que os professores e todos aqueles que trabalham com a educação desempenham este serviço de amor, de cuidado, de lavar os pés de nossas crianças e jovens. “Hoje fazemos memória deste gesto de amor e de lavar os pés de nossos colaboradores da educação que tem a missão tão bonita de educar”, frisou.
Concluiu sua reflexão afirmando que é a partir do mandamento do amor e do serviço do lava-pés que se pode aprender o verdadeiro significado do que é a Páscoa anual. “Esta celebração que abre o Tríduo Pascal nos mostra o amor se fazendo e nós devemos também fazer como Ele fez”, encerrou.
Na sequência, já com a jarra e bacia em mãos, Frei Marcos lavou os pés dos educadores. Um rico momento de espiritualidade e fé que emocionou os presentes. Durante este gesto o Coral dos Canarinhos, sob regência de seu maestro titular, Marco Aurélio Lischt entoou a música “Jesus erguendo-se da Ceia”.
Após a comunhão, o presidente da celebração explicou que na sequência faria a transladação do Santíssimo para adoração e oração pessoal na Capela frei Galvão.
Como de costume, a Santa Missa foi transmitida pelas redes digitais da Paróquia do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis e pela Rádio Imperial da cidade.
Frei Augusto Luiz Gabriel, pela Fraternidade do Sagrado