“Cantando Paz e Bem” supera obstáculos e celebra Francisco e Clara
08/10/2012
Samuel Amaral, especial para este site
O dia 6 de outubro amanheceu e, com ele, a expectativa de mais um Cantando Paz e Bem. Foram mais de três meses de ensaios, reuniões, ornamentação e estudo da vida do homem do milênio. Como seria? O que nos esperava esse dia? Perguntas que, aos poucos, foram se dissolvendo e se tornando tensas: o som não chegava… Até que, pela graça de Deus e a intercessão de São Francisco e Santa Clara, o aparelho chegou e aí, sim, começamos a colocar em prática o nosso sonho.
O povo foi chegando timidamente e tomando os assentos, enquanto na coxia um corre-corre para preparar figurinos, maquiagens e repassar as falas. Mas tudo com muita alegria. A banda, que já estava preparada, dirigiu-se à coxia e, assim, com as preces de corações felizes por honrar o santo de Assis, nos reunimos e decidimos: não estávamos fazendo um musical nem um mero espetáculo, mas estávamos ali celebrando!
O Cantando Paz e Bem começou com a certeza de como estava escrito no roteiro “Este é o momento de reencantar” e, ao som dos primeiros acordes da Oração de São Francisco, três meses de ensaios de dança e música estavam virando realidade. Ainda tivemos um problema de som logo na primeira fala, mas com improviso “tiramos de letra”. Graças ao bom Deus, o som voltou e, com ele, uma pergunta que norteou todo o espetáculo. O que faz a o mundo girar? E nessas voltas da vida nos deparamos com Francisco, o pobre de Assis, com sua mensagem de luta por um ideal de Paz e Bem. Procuramos entender a renúncia de Clara de Assis, que decidiu largar tudo o que tinha por amor a Deus. E, com a resposta de que a vida vale mais do que ter, entendemos o real motivo dessa entrega sem precedentes de Clara.
Aprendemos mais sobre Francisco e Clara, que se completavam quando estavam lado a lado ou separados num amor pelo Amado. Relembramos também que Francisco, no início de sua caminhada, não entendeu bem a sua missão e que correu atrás de várias coisas que julgavam certas. Mas o Evangelho entrou em sua vida e, aos poucos, foi discernindo que servir ao Senhor é sempre melhor que servir ao servo. E, com a missão de reconstruir a Igreja de Cristo, fomos ao caminho.
Conhecemos a perfeita alegria de Francisco, vimos que nem sempre é fácil seguir a Deus. Muitas portas serão fechadas e que, se realmente suportamos na paz, encontraremos a perfeita alegria. E também que as coisas boas devem ser agradecidas, mas não tanto exaltadas a nosso favor, pois tudo vem de Deus, menos o sofrimento. Conseguimos nos gloriar de nossas angústias porque essas, sim, são nossas e entender que se for imitação da figura de Cristo, estaremos no caminho certo.
Caminhamos pelos sonhos de criança que, por muitas vezes, são destruídos e, como num espelho, não nos reconhecemos mais. Nós nos permitimos, diversas vezes, nos aprisionar e nos deixar aprisionar. Nos sufocamos de tal maneira que chegamos a duvidar do real amor e com uma bela canção fomos convidados a olhar a irmã Lua que brilha tão bela e calma nos ensinando que não devemos parar de sonhar.
Questionados sobre o amor em nosso tempo, fomos convidados e refletir como Clara e Francisco souberam viver o verbo amar. Nesse momento, todos os que trabalharam na organização, dança, teatro e música saíram de seus lugares e ofertaram a seus entes o que eles amavam de verdade: uma flor de papel, que simbolizava todo amor e esforço de cada um. E que deveríamos voltar sempre ao nosso ponto de partida.
Esse momento seguiu-se de outro mostrando que as desigualdades ainda existem, que a escravidão, a tortura e violência ainda matam mais que as guerras. Que nossa natureza é agredida todos os dias e nós não fazemos nada, não falamos nada e, por muitas vezes, não sentimos nada. Relembramos os jovens que foram assassinados na região de Mesquita – RJ, parte essa que não estava no roteiro original e que, através da voz do coordenador Diocesano de Nova Iguaçu da Pastoral de Juventude, foi lembrada pela oração a São Francisco do Beato Papa João II.
Com o convite de sermos mais semelhantes a Deus e sentir esse amor pelo amado, devemos anunciar a Paz que existe em nossos corações. Pois essa é a nossa missão: fazer o bem, transmitir a paz e trabalhar para o crescimento do reino de Deus, que também é nosso! E saudando a criação de Deus, o Cantando Paz e Bem, que, a princípio, era como um sonho cheio de apreensão se tornou uma realidade de muita alegria, com o sentimento de dever cumprido. Deus abençoou a cada um que foi e, com certeza, São Francisco de Assis e Santa Clara estiveram conosco o tempo todo. Paz e Bem!
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