Abraçar e seguir o Projeto de Deus, pede Vigário Provincial
23/01/2017
Neste domingo, 22, os quase 500 jovens missionários que estavam espalhados pela grande Curitiba voltaram a se reunir na igreja Bom Jesus dos Perdões, na região central da capital paranaense, para celebrar a Eucaristia de encerramento da 4ª edição das Missões Franciscanas da Juventude.
A missa foi presidida por Frei César Külkamp, Vigário Provincial, Frei João Mannes, Definidor Provincial e Presidente da Associação Bom Jesus, Frei Alexandre Magno, pároco da Bom Jesus, e outros frades, religiosos e religiosas que estiveram presentes em todos os momentos das Missões Franciscanas. A bonita igreja ficou tomada de jovens missionários, que dividiam espaço com as famílias acolhedoras e outros paroquianos. O clima era de festa!
Em sua homilia, Frei César destacou que eles estavam celebrando não apenas o encerramento de um evento. “Nós não estamos reunidos em Curitiba apenas para um evento, apenas para um momento forte de emoções. Nós estamos aqui para fazer brilhar mais forte em nossos corações a luz da qual a Palavra de Deus nos fala: ‘Para o povo que habitava nas trevas, brilhou uma luz’”, afirmou.
Jesus que convida a cada um/a
O Evangelho deste 3º domingo do Tempo Comum, retirado de Mt 4, 12-23, fala do chamado dos primeiros discípulos, um tema muito tocante para a juventude. “Os discípulos Ele vai escolhendo, começa a chamá-los, ali naquele lugar. E não eram pessoas mais ilustres, não eram as pessoas mais influentes, poderosas. Ele escolhe homens simples, do povo, pescadores. Ali Ele chama Pedro e André”, acrescentou.
O Vigário Provincial recordou as palavras do Papa Francisco, ao criticar as pessoas que parecem anestesiadas diante da realidade, insensíveis, por causa do consumismo, das tecnologias e de outras coisas, que quando usadas corretamente são boas, mas que distraem do foco principal e nos faz esquecer o mais importante: o nosso próximo. “Cristo se apresenta como a luz que traz esperança, que traz um sentido novo para a nossa vida. Nós nos reunimos neste tempo para nos deixarmos iluminar, tocar por essa luz. A luz da verdade, a luz da fé, a luz que torna a nossa vida totalmente diferente, dá um sentido totalmente novo”, disse Frei César.
“Hoje também Ele nos convida para sermos seus discípulos. E o que significa ser discípulo hoje? Significa escutar com muita atenção à Sua Palavra, Seus ensinamentos, descobrir no Evangelho esta luz da fé, esta luz da verdade. , acrescentou Frei César, que disse ainda que durante as missões os jovens já puderam fazer esta experiência, ao fazerem o gesto do lava-pés.
Frei César agradeceu aos jovens pela presença e, ao receber aplausos dos jovens, disse que não eram para ele, mas que estes aplausos eram para toda a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.
Frei Diego chama os jovens a refletirem sobre a causa de tantos problemas
Após a missa, os jovens seguiram para o ginásio, onde voltaram a se encontrar com os grupos das experiências, para avaliarem as missões. Os grupos falaram no plenário sobre as experiências vividas.
Ao final, Frei Diego provocou os jovens a não ficarem somente no campo sentimental, mas se questionarem o por que dos problemas sociais. “Aquela ocupação é fruto de um sistema, que gera pobres, é fruto de um sistema que exclui as pessoas, a gente precisa se dar conta disso. Isso não cai do dia pra noite, é importante a gente ter formação. A gente precisa ter essa leitura, essa visão, de que a missão nós podemos fazê-la com um alcance muito maior se a gente criar esse senso crítico”, acrescentou, falando sobre uma ocupação que os missionários visitaram.
O coordenador do SAV, que esteve na experiência no bairro Sabará, afirmou que uma das partilhas que ouviu o tocou muito, quando uma jovem dizia que estava saindo de lá angustiada. “Que a angústia se transforme no desejo de conhecer esta realidade, entender e procurar mudá-la, e aí assim a nossa missão vai ser maior ainda”, afirmou. Frei Diego falou ainda sobre as dúvidas que nascem no coração e na cabeça dos jovens diante de tantas informações. “Quando vocês tiverem dúvidas, façam a opção pelos pobres e mais fracos, pelas minorias”, concluiu.
A experiência ecumênica das Missões
Uma das características que tem se repetido nas atividades promovidas pelo SAV é a procura de participantes de outras confissões religiosas. Nestas Missões, 3 pessoas eram de igrejas evangélicas, e viveram intensamente a experiência, como foi o caso da Karina Costa, que foi participar a convite de seu irmão, Frei Leandro Costa, que agora reside em Vila Velha (ES). Ela é membro da Assembleia de Deus, do Ministério AD Promessa, e afirmou que foram dias inesquecíveis. “Quando a gente fala de construção, a gente pensa sempre que precisamos de outros elementos e ferramentas. A gente tem o cimento, tem areia, parafuso, madeira. Eu vejo isso na missão, cada um com sua função e sua importância”, afirmou.
VEJA A ENTREVISTA:
Outra participação que teve destaque foi a do Alciney e do Maciel, de Chopinzinho. Alciney é deficiente visual, e participou de todos os momentos, com a valiosa ajuda do Maciel. Os dois foram chamados ao palco para receber o carinho dos participantes. Mariana Rogoski, da equipe de preparação das Missões, falou sobre o cuidado de Maciel com o amigo, sempre acompanhando-o. Em sua simplicidade, Maciel agradeceu e pediu que o Senhor retribuísse a todos. Alciney partilhou sua experiência missionária, destacando que para ele foi fundamental ter ficado no centro, pois teve contato com uma realidade que não existe em Chopinzinho, as pessoas em situação de rua. “Eu, como cego, faço muitas coisas de ruim. Eu reclamo por nada e ontem, eu ajudando a entregar as frutas, muitos, só pelo gesto de dar a mão, um sorriso, ficavam agradecidos”, afirmou o jovem, que conseguiu a última vaga na caravana que viria para as Missões.
No encerramento, Frei Diego agradeceu a comissão que ajudou durante todo o processo de planejamento e preparação das Missões em Curitiba. Emocionado, Frei Diego agradeceu também ao Frei Gabriel Dellandrea, que passou a integrar a equipe do SAV. Falando sobre as Missões, o coordenador destacou a abertura dos participantes ao abraçarem o que foi proposto pela comissão organizadora. “Sem medo, com muita disposição, com muita alegria, eles abraçaram de fato tudo o que era proposto”, afirmou.
Como muitos disseram, ao sair de Curitiba nasce uma nova missão e uma realidade desafiadora na realidade de cada um. “Um grande desafio para a juventude de hoje é redescobrir o seu protagonismo na sua própria comunidade, na evangelização, descobrir a importância que tem o seu modo de pensar, o seu jeito de ser Igreja. É um grande desafio para os jovens e também para as comunidades, de aceitá-los com as suas riquezas e com os seus questionamentos”, ponderou.
Um dos momentos mais aguardados foi o anúncio da sede das próximas missões. Os jovens curitibanos passaram o tau da juventude, símbolo das missões, para os jovens de Agudos e Bauru, as cidades que receberão as Missões Franciscanas da Juventude entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2018.
Equipe de Comunicação: Érika Augusto, Frei Leandro Costa, Frei Augusto Luiz Gabriel e Bruna Oliveira
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