O cuidado total do humano
16/08/2013
Na quinta feira, dia 8 de agosto, no Instituto Teológico Franciscano, começou mais um Curso de Extensão. O tema do Curso é “O Cuidado Total do Humano – Corpo, Emoções e Espírito”. A boa parceria entre a Faculdade Arthur Sá Earp – FASE/Faculdade de Medicina de Petrópolis – FMP, e o Instituto Teológico Franciscano – ITF une Medicina e Teologia, Saúde e Espiritualidade, para um curso atraente e essencial.
Mais de 100 pessoas estavam presentes no primeiro encontro. Frei Antônio Everaldo Palubiack Marinho, reitor do ITF, deu boas vindas, Frei Vitório Mazzuco e a professora Miriam Heidemann, coordenadores do Curso, motivaram o tema e o percurso traçado. Os dois primeiros professores a abrirem o Curso foram apresentados, o Professor Paulo Klingelhoefer de Sá, médico; e a professora Fernanda Alice Gomes Vieira, psicóloga. Eles, com muita competência, ministraram excelente aula, interagindo com os presentes sobre conceitos de saúde e doença. Noite de conteúdo brilhante e boa energia entre todos.
As inscrições continuam abertas. Venha aprender a vibrar mais com a Saúde e valorizar o que é espiritual e saudável! Saúde e plenitude! Saúde e alegria! Venha participar de um Curso que fala sobre todos os aspectos da vida. A doença não é um mal a ser combatido, mas sim, integrado em sua vida para gerar uma grande força. Procure informações na Secretaria do ITF (24) 2243-9959 ou pelo site www.itf.org.br.
Síntese da Palestra no ITF dia 08.08.2013
A palestra “Conceito de Saúde e Doença”, proferida por Fernanda Alice Gomes Vieira e Paulo Klingelhoefer de Sá, no Curso de Extensão “O cuidado total do humano“, parceria entre o ITF e a FASE/FMP, priorizou uma dinâmica participativa entre os palestrantes e a platéia, com foco na discussão sobre os pressupostos teóricos e práticos que permeiam a nossa visão de saúde e doença.
No início, foi apresentado um trecho do filme “Quem se importa” de Mara Mourão que fala sobre Empreendedorismo Social, mostrando o projeto dos irmãos Scanavino, que cuidam de forma integral da saúde das comunidades ribeirinhas, perto de Santarém, no Pará. Neste projeto, que foi espontaneamente batizado pelo médico Eugênio Scanavino de Saúde & Alegria, uma das moradoras beneficiadas por ele, definiu: “Saúde é alegria. A alegria do corpo, e alegria é saúde da alma”. Comparado ao conceito da OMS, que considera saúde como: “Sensação de completo bem-estar biopsicossocial e ambiental”, estando em discussão, atualmente, a inclusão da dimensão espiritual, vemos a amplitude deste conceito. Saúde não pode ser fragmentada ou dividida em partes do corpo, só pode ser compreendida sistemicamente e na lógica de um fluxo dinâmico de vida.
Não existe um padrão estático idealizado do que é saúde, uma vez que vida é movimento. Os participantes do curso relacionaram ao binômio Saúde/doença, temas como: perda da dignidade; consumismo; excesso de produtos descartáveis gerando grande volume de resíduos sólidos e promovendo dano ambiental; poluição ambiental, inclusive referência a estudos que relacionam degradação ambiental ao crescimento da violência. Hipócrates, que é considerado o pai da Medicina, foi também um dos primeiros a associar corpo e mente, com sua Teoria sobre os 4 temperamentos relacionando-os com os fluídos do corpo. Nesse contexto histórico detectamos hoje a necessidade de se observar o complexo saúde e doença como uma interação dinâmica de perdas episódicas de harmonia, o que caracterizaria a doença, e o seu retorno ao estado de saúde, que caracterizaria uma cura, não necessariamente biológica. O ser humano tem grande poder para se recuperar e a doença seria um sinal de que se rompeu a harmonia.
A doença é uma inteligência do organismo, que encontra outra via para nos mantermos vivos. Ela pode se constituir em um aspecto muito positivo quando ela implica em uma mudança de nossa forma de ver o mundo. Como um paciente que entra em surto, que pode ser considerado um profundo momento de transformação, muito positivo, assim como o ideograma chinês que representa crise e representa também mudança e oportunidade. Devemos demitir a vítima que reside em cada um e assumirmos a responsabilidade pelo que fazemos uma vez que a doença é co-construída por nós. Em meio à crise civilizatória, devemos olhar para nós, para cada um, e buscar uma revisão mais profunda de nossos valores e ideais, na perspectiva de uma mudança para uma sociedade mais saudável e sustentável.