Frei Raimundo: 25 anos de gratidão a Deus
16/07/2023
São Paulo (SP) – Era 18 de julho de 1998 quando o bispo da Barra, Dom Luís Flávio Cappio, OFM, ordenou presbítero o seu confrade Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro. Neste domingo, 25 anos depois, Frei Raimundo presidiu a Missa de Ação de Graças por seu ministério, às 11h30, na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino (SP), onde reside na Sede Provincial. “Desejo repropor que, mesmo com minhas limitações e dificuldades, ser ainda nos próximos anos um terreno generoso, misericordioso e humilde que possa revelar a face de Jesus Cristo que ama, serve e arranca nosso medo, e assim acolher, cuidar e ir ao encontro de todos os irmãos e irmãs necessitados de nossa sociedade, de modo particular os de nossa comunidade e dos hospitais aos quais servimos nesta Paróquia de São Francisco de Assis”, prometeu o frade, no dia que o Evangelho do 15º Domingo do Tempo Comum contemplou a parábola do Semeador.
A Celebração Eucarística teve como concelebrantes o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira; o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella; o pároco Frei Valdecir Schwambach e os Definidores Provinciais, Frei Robson Luiz Scudela e Frei Marcos Antonio de Andrade; e os confrades de toda a Província da Imaculada Conceição, especialmente das três Fraternidades de São Paulo (Convento São Francisco, Santo Antônio do Pari e Dom Paulo Evaristo Arns do Jardim Peri), além dos postulantes que fazem estágio no Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) no Pari. Presentes os familiares de Frei Raimundo, religiosos e religiosas e o povo de Deus que lotou a bela igreja de São Francisco.
Frei Raimundo celebrou o seu Jubileu no dia de Nossa Senhora do Carmo e da Canonização de São Francisco de Assis. Referindo à parábola do Semeador, disse que o é trabalho árduo e, muitas vezes infrutífero, e do qual até saímos fracassados. “No entanto, o Projeto final de seu Pai, o Reino de Deus, de passarmos pelo o mundo fazendo o bem, não fracassará. Não podemos desanimar, é preciso sempre voltar ao ponto de partida ou recomeçar sempre de novo”, observou o frade. Segundo Frei Raimundo, mesmo tendo as dificuldades e limites, a graça de Deus sempre foi maior e mais fecunda na sua vida, “que não merecesse maior e mais atenção de minha parte”.
Para o frade, três grandes desafios sempre o perseguiram, positivamente, nestes 25 anos de sacerdócio franciscano. “Dos Escritos de São Francisco na Carta a toda Ordem: ‘Considerai a vossa dignidade, irmãos sacerdotes e sede Santos porque Ele é Santo”; o lema de sua ordenação: ‘Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim’; e a exortação que recebeu de Dom Cappio quando lhe entregou o cálice e a patena: ‘Receba a oferenda do povo santo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vai fazer; põe em prática o que vai celebrar, conforme a tua vida ao mistério da Cruz do Senhor. Doravante oferecerá ao povo de Deus as dádivas da esperança e o alimento para a vida eterna'”.
Quanto ao primeiro desafio, disse: “Ser santo implica dizer sou desafiado a estar sempre no caminho da meta, o Evangelho, ao qual me propus assumir com leveza e liberdade a vida no ministério do sacerdócio franciscano. Ser Santo, amar, que se desdobra no serviço, tomar consciência do que se vai celebrar conformando a vida ao Mistério da Cruz (testemunho), foi para mim fazer um itinerário onde pude perceber os 25 anos de gratidão a Deus, aos nossos confrades, familiares aqui presentes, mas, sobretudo, ao querido povo de Deus”.
Do lema fez a seguinte reflexão: “É a convocação de servir como Cristo que ao passar por este mundo só fez o bem, foi solidário, sentiu compaixão e foi ao encontro de quem dele necessitava. O Cristo que sempre sai de si e vai ao encontro do outro”, explicou. E sobre o terceiro ponto, disse: “Ser oferenda ao povo de Deus, dádivas de esperança e alimento para a vida eterna e a tarefa que assumi na liberdade como possibilidade de trazer presente o Mistério da Cruz que nos aponta para o Ressuscitado, dando-nos esperança, num mundo com muitos crucificados”.
Após a homilia, o Ministro Provincial recebeu a renovação das promessas presbiterais do Frei Raimundo. Frei Paulo, contudo, chamou todos os frades e os postulantes para acolher a renovação do compromisso que é dado pela Fraternidade. “Existe uma escolha individual, uma escolha pessoal, mas antes de qualquer coisa, existe a eleição de uma Fraternidade pela comunidade, que escolhe entre seus para servir o povo de Deus”, explicou.
Frei Paulo lembrou que essa celebração acontece num momento bonito da Igreja com o 3º Ano Vocacional, que sugere como lema: “Vocações ardentes, pés a caminho”. “Nosso coração arde na presença do Senhor e nossos pés desejam renovar com vigor a caminhada de serviço ao povo de Deus”, acrescentou, pedindo que os frades e os postulantes chegassem bem pertinho de Frei Raimundo, “para se sentir apoiado pela nossa Fraternidade, que colocou sobre os ombros dele um peso considerável. Tem muitas alegrias a vida no presbitério, nós nos sentimos felizes em servir o povo de Deus, mas a caminhada solitária é muito mais difícil. Com apoio da comunidade, dos seus confrades, sinta-se convidado, provocado, estimulado, a ser sempre sal da terra e luz do mundo”, ensinou Frei Paulo.
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Frei Raimundo renovou seu compromisso ministerial recitando o seguinte desejo: “Quero, diante de Deus e diante de vós, irmãos aqui reunidos, como fiz em todos os dias do ministério a mim conferido, render graças pelo amor com que Deus me amou. Peço perdão por todo erro, queda ou vacilação. E quero também, na alegria do ministério, prometer mais uma vez unir-me sempre de novo a Cristo, viver em seu serviço, imbuir-me do espírito do Evangelho, fazer da minha vida um testemunho de paz, ser de todos e em todas as circunstâncias um sinal permanente do amor de Deus, presente na Igreja, em minha Fraternidade, e em todos irmãos e irmãs. Peço-vos, irmãos que rogueis por mim, para que seja fiel ao chamado de Senhor”.
“O compromisso que você renovou seja impulsionador para os momentos difíceis e os momentos de alegria”, exortou Frei Paulo, dando um forte abraço em Frei Raimundo em nome de toda a Província.
A celebração seguiu com o rito eucarístico. Logo em seguida da oração pós-comunhão, foi lida uma breve biografia de Frei Raimundo e ele foi homenageado pela Paróquia e familiares com presentes.
Moacir Beggo