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Alegria marca Missa de Ação de Graças pelo jubileu de 70 anos do sacerdócio de Frei Ervino

03/07/2023

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Há setenta anos, no dia 1º de julho, Frei Ervino Girardi era ordenado presbítero em Petrópolis. Este jubileu foi celebrado neste sábado, também 1º de julho, com a Missa de Ação de Graças, às 9 horas, no Convento Franciscano Patrocínio de São José, em Lages (SC). Aos 98 anos, Frei Ervino presidiu a Celebração, que teve a presença de seus confrades da Fraternidade: o guardião Frei Rafael Spricigo, Frei Genildo Provin e e Frei Arlindo Oliveira Campos; além de Frei Tarciso Theiss, Frei Mário Stein e Frei Vilmar Alves da Silva, que já moraram com ele em Lages. Frei Ervino tem 76 anos de vida religiosa franciscana.

Na sua homilia, Frei Ervino garantiu boas risadas e leveza para falar de sua história de 70 anos como presbítero. Tudo começou, segundo ele, em Rodeio, quando fez o Noviciado em 1946 e fez a Primeira Profissão em 1947, quando seguiu para Curitiba, para fazer o curso de Filosofia, onde ficou até 1950. Seguiu, então, para Petrópolis, onde ficou até 1955 cursando Teologia.

“Fui ordenado padre em 1953 e celebrei a Primeira Missa na minha comunidade de Santa Maria. Fazia seis anos que não via o papai e a mamãe. Naquele tempo não havia tanta foto como hoje”, brincou.

“Não sei quanto dias fiquei em casa, mas logo voltei a Petrópolis, onde terminei o curso de Teologia.  Em janeiro de 1955, fui transferido para Duque de Caxias (1955-1959). Lá já estavam construindo a igreja Matriz, uma igreja enorme. Só em 1958, saimos da casa velha para morar na nova casa ao lado da nova Matriz. Também já celebrávamos missa na igreja nova, que ainda estava em construção. Da metade para frente dava para usar a igreja. Fiquei quatro anos em Duque de Caxias e fui transferido 1959, para a Paróquia de Jaborá”, recordou (foi o único momento que demorou para lembrar o nome).

 

“Só sei que parti de avião. Cheguei em Joaçaba à tardinha e quem foi me receber na portaria do Convento de Joaçaba foi nosso santo Frei Bruno (Frei Bruno Linden, em processo de beatificação). Um pouco depois fui chamado para ir a Luzerna e lá encontrei o Padre Provincial, que me disse que não iria mais para Jaborá, mas para Rio Negro, no Seminário São Luis Tolosa. Fiquei em Rio Negro três anos. Meu trabalho era cuidar das despesas do Seminário (era ecônomo). Em abril 1962, fui fazer uma coleta de Curitibanos e quando voltei ao Seminário, lá estava Frei Olavo Seifert, secretário do Provincial, com uma transferência urgente para São Francisco de Assis. Ali encontrei ‘dois frades velhos’ e eu, que fazia pastoral cinco capelas do outro lado do Continente, precisando usar carro e um barco a motor. Ali fiquei quatro anos”, detalhou.

Em janeiro de 1966, foi transferido para Santo Amaro da Imperatriz, onde passou 8 anos (janeiro de 1966 a fevereiro de 1974). Mas em 1974, ele voltava para Rio Negro, desta vez para cuidar de uma Paróquia, onde ficou de fevereiro de 1974 a janeiro de 1986). “Ali, passei doze anos e pude acompanhar a criação da Paróquia Nossa Aparecida”, destacou.

Em 1986, passou seis anos em Coronel Freitas (até fevereiro de 1992). “Mas nessa data, fui transferido para um lugar chamado Lages (palmas) e me mandaram para Nossa Senhora Aparecida do Navio. Por sorte, o Navio estava encalhado (risos), onde passei 31 anos, comendo, bebendo e dormindo aqui em Lages.  E agora, nesses três anos, quando entregamos a Paróquia, me transferiram aqui para o Convento. Não sei se o Provincial vai me transferir de novo (risos)”, disse, brincando com uma transferência para o “Sumitério”.

“Eu fico pensando como dei conta nesses anos todos?  Nunca reclamei de nada. Vinha uma ordem, eu atendia. Me sentia feliz em todo lugar. Claro sofri muito nas viagens em muitas estradas de chão batido, mas me sentia feliz”, observou.

Frei Ervino foi enfático em dizer que precisava agradecer muito a Deus pelos 70 anos vividos com saúde. “Só em Lages comecei a consultar com médicos e agora, nos últimos anos, estou aqui meio quebrado. Ainda dá para ficar um pouco de pé”, brincou.

Depois de agradecer a Deus, falou com carinho de seus confrades e das Fraternidades que passou nestes 70 anos. “Quero agradecer aos confrades, em todas as comunidades que passei. Que vigários bons eu encontrei nas paróquias!”, disse.

Agradeceu especialmente aos confrades (citou todos) que viveram com ele e sempre foram atenciosos e cuidadores dele, principalmente quando foi operado. Espero que antes do fim do mundo eu esteja com saúde (risos)”, brincou.

Agradeceu, por último, o povo. “Quanta gente boa encontrei. Agradeço a todos de todo coração”, concluiu pedindo que rezem por ele.

Frei Ervino nasceu em Santa Maria, no município de Benedito Novo (SC), no dia 9 de abril de 1925. Esta capela, como ele conta, pertencia na época à Paróquia de Rodeio e os frades davam assistência, entre eles Frei Bruno Linden, que está em processo de beatificação. Para ele, a proximidade com os frades influenciou no seu discernimento vocacional, embora também tivesse pensado em ser Marista. Naquele tempo, o meio de transporte dos frades feito com uma mula, que deixavam descansando na casa de seus pais durante as celebrações.

A religiosidade dos pais, Da. Rosa Tambosi e Eugênio Luiz Girardi, também o influenciou. Sua mãe pertencia à Ordem Franciscana Secular. Dos nove filhos do casal, Frei Ervino é o mais velho.

Frei Ervino ingressou no Seminário São Luiz de Tolosa em Rio Negro em 1937. No jubileu de 50 anos de sua ordenação presbiteral, escolheu como lema “A minha alma glorifica o Senhor” (Lc 1,49).

Sua simplicidade e alegria são características marcantes, como dizia o Boletim “Caminhada” da Diocese de Lages, em 2003. Ele se sente muito feliz como frade menor. Um apaixonado por São Francisco e Santa Clara. E faz um convite especial aos jovens que por ventura desejam conhecer e ou viver a vida como religioso franciscano: “Venham conhecer e desejar esta vocação. Garanto que vós sereis felizes!”.


Moacir Beggo (texto) e fotos do aspirante Francisco Ivan da Silva Júnior