Bauru: Ato ecumênico em solidariedade a Bruno e Dom!
24/06/2022
Bauru (SP) – Na noite de quarta-feira, 22, a Pastoral da Ecologia Integral da Diocese de Bauru convocou um ato ecumênico em solidariedade a Bruno Pereira, indigenista brasileiro, e a Dom Phillips, jornalista britânico, que foram assassinados no início deste mês. O ato aconteceu em frente à Câmara Municipal da cidade de Bauru, às 18h30, e teve a presença de muitos outros movimentos sociais envolvidos, entre eles a APOESP, associação de professores da rede pública do Estado de São Paulo.
O coordenador diocesano da Pastoral, Frei André Gurzynski, OFM, que coordenou o ato, lembrou alguns trechos da Laudato Si’, do Papa Francisco. Na sua fala, lembrou a importância do diálogo inter-religioso: “Assim como a biodiversidade é importante, que cada ser vivo deste planeta contribui a sua maneira, assim também é no universo religioso, são muitos caminhos que levam a Deus!”. Foi feito um minuto de silêncio pelas vidas de Bruno e de Dom.
Após essa prece silenciosa, o indígena Elizeu Caetano, da etnia Tupi-guarani nhandewa, entoou o cântico Boraí que é uma tradição, uma homenagem àqueles que partiram, uma entrega desses à Nhanderú, ato forte e solene pelas vidas daqueles que tombaram em defesa da vida.
O umbandista Agnaldo Anastácio da Silva trouxe suas preocupações com o cenário político atual, questionando as políticas públicas do atual governo. Fez também uma observação importante para o ato: “Nós estamos em poucos, mas representamos aqui a nossa diversidade, temos negros, homens, mulheres, os freis [católicos], cristãos, eu que sou da umbanda…”. Para ele, o meio ambiente é preocupação de todos, sem exceção.
(toque nas imagens para ampliá-las)
Maykel Nazaré, pastor da Igreja Batista, trouxe em sua fala a figura de Deus no antigo testamento: “Nós testemunhamos [na Palavra] os ouvidos atentos de Deus ao clamor do seu povo. Deus esse que no Egito, através do seu amor e para libertar o seu povo, foi capaz de ferir os primogênitos. Ele não é alheio a morte, não é um Deus passivo. Por isso, Jesus está do lado daqueles que lutam pela vida”.
Após a fala dos líderes religiosos, a professora Silvana Suaiden, mestra em Ciências da Religião e Presidente da Associação dos Professores da PUC-Campinas, conduziu um momento de oração pela vida de todos aqueles que tombaram na luta pela vida e os presentes puderam acender velas em solidariedade à essas vidas ao som de Pai nosso dos mártires.
Encerrado o ato ecumênico, deu-se início a um ato político liderado pelos líderes de movimentos. Estavam presentes: Comissão Pastoral da Terra, Comunidade Indígena Tereguá, Conselho Nacional dos Leigos e Leigas do Brasil (CNLB), a vereadora de Bauru Estela Almagro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e outros partidos políticos.
Frei Gilberto Silveira da Costa Junior, OFM.