Iquique (Chile) – A cidade de Iquique e o povo de Deus peregrino da região receberam seu novo bispo Isauro Covili Linfati, OFM, no último dia 18 de junho. Com uma celebração na Praça Prat, os cidadãos puderam conhecê-lo e depois de uma procissão pelo centro da cidade, realizou-se a sua ordenação episcopal, numa concorrida festa realizada na Catedral. Ali foi ordenado pelo Cardeal Celestino Aós, juntamente com o Núncio Alberto Ortega e Dom Jorge Concha, que foram acompanhados por vários representantes do episcopado nacional, do clero, do diaconato, da vida religiosa, dos leigos e das danças religiosas.

Presentes na celebração, o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Massimo Fusarelli, e o Definidor Geral para a América Latina, o brasileiro Frei César Külkamp. Desde a chegada, no dia 15, o Ministro Geral tem tido uma agenda cheia, quando fez uma visita fraterna à Província da Santíssima Trindade do Chile e também se encontrou com os Frades Capuchinhos e Conventuais.

Dom Isauro disse que chegou “a esta região e Diocese de Iquique disposto a ouvir, aprender, conhecer, dialogar e colaborar no cuidado da vida e na preservação da qualidade da convivência humana. O Papa Francisco me escolheu Bispo para a Igreja que peregrina no norte com rosto mariano. O povo de Deus, com cara de religiosidade popular, com sua tradição e visão de mundo do homem e de Deus. Povo de Deus com rosto de interculturalidade e internacionalidade, que se abraçam na sua diversidade com as dificuldades que ela provoca e que infelizmente têm sofrido nos últimos tempos. Estou sendo enviado por uma Igreja que soube estar perto dos pobres, dos migrantes, dos necessitados. Continuaremos com eles porque são os favoritos de Deus. O Deus do Reino e sua justiça proclamados e vividos por Jesus de Nazaré, Senhor do tempo e da eternidade”. No final, recordou que Maria é a Mãe e Rainha de toda a criação, pedindo que “nos ajude a olhar o presente na amizade social, com compreensão, com sabedoria, em fraternidade e amor digno”.

 

Compromisso pela paz para banir a violência

Antes da bênção solene, Dom Isauro também transmitiu uma sincera mensagem de agradecimento à sua família e à comunidade religiosa franciscana, à vida religiosa em geral, aos leigos e a todos os que participaram da celebração presencial ou remotamente. Ele também expressou sua gratidão ao Papa Francisco, não apenas por escolhê-lo como bispo, mas também por seus esforços para renovar a Igreja. Reiterou o seu apelo a trabalhar juntos pelo Reino de Deus e pela sua justiça, que escolheu como lema episcopal.

“Nossa região sofre a dor e os gritos dos povos vizinhos, de uma humanidade ferida por problemas políticos, sociais e econômicos de outras nações irmãs”, disse o bispo, reiterando diante da complexidade do problema migratório, que ninguém se salva sozinho. “Venho à diocese com um único desejo: que todos sejamos discípulos de Jesus, em comunhão com a Igreja Universal e Chilena, próximos do invisível”, enfatizou. Ele também chamou a cultivar uma profunda vida de oração, a olhar a realidade com olhos compassivos, “se não, nossa ação pastoral corre o risco de cair na ideologia, na busca de interesses individualistas”, disse ele.

 

Ele também nos convidou a continuar construindo a vida comunitária com audácia evangélica e pastoral “para que possamos colocar o vinho novo em odres novos”, enfatizando que a sinodalidade, o caminhar juntos, “nos permitirá olhar e rever nossas estruturas pastorais e descobrir novas locais de missão junto com outros credos religiosos e organizações populares”. Além disso, o pároco pediu para renovar “nossa opção preferencial pelos pobres, colocando-nos na melhor tradição da Igreja latino-americana e caribenha”, levando em conta o que foi indicado pelos bispos da Conferência de Medellín em diante.

Isauro Covili também destacou como prioridade o desenvolvimento de “ambientes saudáveis ​​e seguros para que nunca ocorram situações de abuso no Chile e no mundo. Como pastor, peço perdão em nome da diocese que presido a partir de hoje, a todos aqueles que sofreram algum tipo de abuso”.

Diante dos sinais de maior violência e conflito que se experimentam atualmente, o bispo convidou um compromisso pela paz, que assume e confronta a existência de um sistema que produz grandes desigualdades.

Por fim, o pároco recém-ordenado pediu que continuem a chamá-lo de “irmão Isauro” ou “irmão bispo”, instando a aprofundar o compromisso cristão “por causa da paz, da justiça, da reparação e do cuidado da criação, para que cooperemos de um modo humano evangélico, e se me permitem franciscano, ideias da Doutrina Social da Igreja que brotam do Evangelho para formar comunidades humanas e cristãs, onde homens e mulheres sejam mais e melhores pessoas fraternas e solidárias”.

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Fonte: Comunicacões CECh – Iquique

Imagem: Diocese de Iquique