Mosteiro Santa Clara, em Nova Iguaçu, celebra padroeira
12/08/2018
Frei Gabriel Dellandrea
Silêncio, oração e recolhimento. Estas e outras características da vida contemplativa são facilmente encontradas nos mosteiros das irmãs clarissas. São inúmeras as pessoas que acorrem a estes lugares em busca de paz e tranquilidade para fazerem um encontro com Deus. Porém, no sábado (11/08), o clima mudou um pouco, pois havia sinais claros de festa, alegria e celebração no mosteiros das damas pobres, espalhados por todo o mundo. O motivo não poderia ser outro: dia daquela que possui toda beleza celestial, Santa Clara de Assis.
No Mosteiro Santa Clara, em Nova Iguaçu, houve demonstrações de que seria uma festa linda logo no início. A capela do Mosteiro estava exibindo uma beleza sem igual com as flores decorando ainda mais o espaço celebrativo para a missa solene às 10h. O povo que ia chegando logo lotou a igreja mostrando que as irmãs, que nunca deixaram o povo sozinho através de suas obras, teriam companhia de grande fé para a celebração.
Muitos religiosos também marcaram a sua presença neste dia, bem como o bispo diocesano Dom Luciano Bergamin, e o bispo emérito da Diocese de Volta Redonda e Barra do Piraí, Dom João Maria Messi OSM, que presidiu a celebração. Durante a celebração eucarística as irmãs clarissas entoaram belamente os cânticos mostrando que tudo tinha sido preparado com muito carinho.
Durante a homilia, o presidente da celebração convidou a todos para produzirem obras de santidade. Para concretizar tal missão, enfatizou: “os santos são aqueles que combateram, combaterão e combatem a injustiça, a desigualdade, essas atitudes sociais que fazem os irmãos e irmãs escravos”. O exemplo maior é o da coragem de Jesus que venceu as injustiças de sua época para proclamar o Reino de Deus: “Seguir a Cristo são três passos: renunciar a si mesmo, carregar a cruz e morrer com Ele”. Apontando para a imagem de Santa Clara o bispo recordou a todos: “ela foi uma pessoa que amou, deu a vida, foi corajosa e fiel e não voltou atrás, mas permaneceu no amor de Deus”.
Após a celebração eucarística, houve uma partilha onde foram oferecidos lanches e bebidas para o povo que festejou a padroeira da televisão. No refeitório do mosteiro as irmãs fizeram um almoço festivo para os frades, seminaristas e os padres diocesanos que também prestam assistência religiosa a elas. Como se não bastasse, Santa Clara preparava mais uma surpresa: no final da refeição as irmãs brindaram os convidados com belíssimas canções, poesia e até um sacerdote diocesano “entrou na dança” declamando uma poesia de Cecília Meirelles. Em seguida uma bênção e oração próximo ao quarto de uma das irmãs que está vivenciando a cruz da enfermidade, sendo amparada pela sua fraternidade.
Assim, como aparece no capítulo XV dos Fioretti, o mosteiro de Nova Iguaçu ardeu em chamas por causa do encontro entre Clara e Francisco. Não literalmente, é claro, mas com certeza os corações de todos aqueles que foram celebrar esta luz do carisma franciscano saíram com o coração abrasado. Aos poucos a rotina de silêncio, oração e recolhimento vão voltando ao dia a dia das irmãs, mas elas, agora revigoradas, podem assumir com ainda mais entusiasmo a missão de rezar por cada um de nós!